ONU: o tempo está acabando para que façamos algo sobre as mudanças climáticas
Uma força-tarefa envolvendo o mundo todo durante os próximos 15 anos. Segundo especialistas designados pela Organização das Nações Unidas (ONU), esta é a única maneira de evitar efeitos desastrosos da mudança climática em nosso planeta.
Um relatório divulgado neste domingo pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) mostrou que ainda é possível conter os piores efeitos de mudanças no clima da Terra. No entanto, os governos devem tomar medidas urgentes e abrangentes para reduzir as emissões de carbono, o que não foi feito de forma satisfatória desde o início da discussão sobre o problema, décadas atrás.
As emissões globais de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas na ordem de 40% a 70% comparado com 2010 até a metade deste século, para limitar o aumento da temperatura média global em 2° Celsius acima dos níveis pré-industriais. Os cientistas alertam que um aumento superior causaria efeitos drásticos no planeta, incluindo o derretimento completo das calotas polares, a extinção em massa de plantas e animais, a escassez de alimentos, inundações e eventos climáticos extremos. As temperaturas globais aumentaram cerca de 0,8° C desde 1880, de acordo com o IPCC.
O relatório também alertou que a inércia generalizada já está levando a consequências de longo prazo: as emissões cresceram mais rapidamente entre 2000 e 2010 do que em cada uma das três décadas anteriores. Por outro lado, os integrantes do Painel ressaltam que há motivos para otimismo. Muitos países, como a Dinamarca, a Alemanha e até partes dos Estados Unidos têm cada vez mais passado a usar as chamadas fontes de energia limpas, como a eólica e a solar. Além disso, os custos da energia renovável estão caindo rapidamente, tornando mais viável sua implantação em larga escala.
As energias renováveis também poderiam ajudar a fazer a economia mundial crescer e equilibrar os custos associados à amenização das mudanças climáticas. “Este relatório é um grito de alerta sobre a oportunidade econômica global que podemos aproveitar hoje, enquanto conduzimos ações sobre as mudanças climáticas”, disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em um comunicado. “Nós já sabemos que a ciência do clima é inequívoca e que a cada ano que o mundo adia a ação, os custos só crescem. Enquanto isso, podemos estar perdendo realidades promissoras que estão bem na nossa frente”.
E a culpa é de quem, ONU?
E a culpa do aquecimento global parece ser nossa mesmo. Um novo estudo crava, com “99,9% de certeza”, que as mudanças climáticas são decorrentes da atividade humana. Ao invés de usar técnicas avançadas para prever o comportamento do clima no futuro, Shaun Lovejoy, professor de física da Universidade McGill, em Quebec, no Canadá, usou dados históricos – e mais tangíveis – para questionar se as emissões provocadas pelo homem são, de fato, a causa do aquecimento global. “Este estudo é um duro golpe para todos os que negam a culpa do homem nas mudanças climáticas”, declarou Lovejoy.
Publicada na revista especializada “Climate Dynamics”, a análise de Lovejoy fez uso de uma variedade de fontes naturais, tais como núcleos de gelo e anéis de árvores para construir uma imagem detalhada do histórico de temperaturas do planeta. “Os dois argumentos mais convincentes dos que negam o aquecimento global – de que as mudanças no clima são de origem natural e de que os modelos de computador estão errados – são diretamente contraditos por essa análise ou simplesmente não se aplicam ao caso”.
Os registros revelam que o padrão de aquecimento antes do momento em que a humanidade começou a bombear gases de efeito estufa na atmosfera não corresponde com o que aconteceu desde então. A partir daí, Lovejoy concluiu que a hipótese de que o aquecimento global observado desde 1880 ocorreu naturalmente pode ser descartada “com níveis de certeza que ultrapassam os 99%, e muito provavelmente chegam a 99,9%”. [Time e Blue and Green Tomorrow]
3 comentários
O que me parece muito interessante na atitude de negação é a infantilidade da atitude, pois mesmo se o homem “não” fosse o causador das mudanças climáticas isso significaria que os responsáveis, ou seja, núcleos de gelo anéis de árvores ou o que mais seja, deveriam ser os responsáveis por tentar reverter a situação? E não o homem “inocente”, mas com reais capacidades para realizar alguma coisa efetiva?
Não importa que seja por ação do homem ou causa natural .De qualquer jeito já esta acontecendo o aquecimento global e não se pode fazer mais nada, só aguardar-mos para pior ficar.
Negadores continuarão a negar. O professor Molion e o Felício não vão mudar de opinião, afinal de contas, o negacionismo é lucrativo.