Aquecimento global e Ártico: uma bomba-relógio

Por , em 22.05.2012

Embora bovinos e ovinos sejam responsáveis por mais de 20% das emissões globais de metano – gás capaz de reter 23 vezes mais calor na atmosfera do que o gás carbônico –, esses animais são coisa pouca perto de uma das fontes mais perigosas de metano: as geleiras do Ártico, segundo estudo publicado na Nature Geoscience.

Pesquisadores da Universidade do Alasca, em Fairbanks, nos Estados Unidos, conseguiram mapear 150 mil pontos, pelos quais o metano vaza para a atmosfera.

Como explica a bióloga Katey Walter Anthony, principal responsável pelo estudo, esse gás está armazenado em depósitos naturais de gás ou carvão – reservatórios geológicos, no jargão científico –, os quais estão localizados abaixo dos lagos, pelos quais o metano também escapa.

Segundo Anthony, a maioria dos pontos de vazamento está situada em regiões do Ártico onde o permafrost (subsolo congelado) e as geleiras estão derretendo, o que é bastante lógico. “Em um planeta mais quente, o descongelamento das geleiras pode levar a vazamentos significativos de metano”, escreveram os cientistas na revista especializada.

Como afirma o professor Euan Nisbet, da Universidade de Londres, Reino Unido, que também pesquisa assuntos correlatos no Ártico, a região é uma das que mais estão se aquecendo e que mais têm fontes de metano, que aumentarão conforme a temperatura subir.

Mas o fato de os vazamentos apresentarem uma ameaça imediata ainda é controverso entre cientistas. Alguns acreditam que os impactos desses vazamentos antárticos só serão sentidos daqui a décadas, enquanto outros dizem que seu lançamento na atmosfera vai acelerar o aquecimento global. Em que você acredita? [BBC, Nature, NatureGeoscience, DiscoveryNews, Foto]

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