Estudo: como ouvir música pode prejudicar significativamente a criatividade

Por , em 28.02.2019

Psicólogos da Universidade de Central Lancashire, da Universidade de Lancaster (ambas no Reino Unido) e da Universidade de Gävle (Suécia) analisaram o impacto da música de fundo no desempenho das pessoas.

Ao contrário da visão popular de que a música aumenta a criatividade, os pesquisadores descobriram o efeito oposto quando os participantes tiveram que resolver problemas verbais.

Os experimentos

No estudo, participantes tiveram que concluir tarefas que testavam sua criatividade verbal expostos a cinco “barulhos de fundo” diferentes: música com letras estrangeiras (desconhecidas); música instrumental sem letra; música com letras familiares; ruído de biblioteca; silêncio.

Um exemplo de tarefa era: um participante recebia três palavras (como “guarda”, “relógio”, “gira”) e precisava encontrar uma única palavra (como “sol”) que pudesse ser combinada com elas para formar outra palavra ou frase comum (ou seja, “guarda-sol”, “relógio de sol” e “girassol”).

“Encontramos fortes evidências de desempenho prejudicado quando tocamos música de fundo em comparação com as condições de silêncio do ambiente”, concluiu o Dr. Neil McLatchie, da Universidade de Lancaster.

Por quê?

Os pesquisadores sugerem que isso pode ocorrer porque a música perturba o que é chamado de memória de trabalho verbal (ou fonológica).

O terceiro experimento, a exposição à música com letras familiares, prejudicou a criatividade independentemente de a música também estimular o ânimo, induzir um humor positivo, ser apreciada pelos participantes ou de os participantes tipicamente estudarem na presença de música.

No entanto, não houve diferença significativa no desempenho das tarefas verbais entre as condições de silêncio e de ruído de biblioteca. Segundo os cientistas, o ruído de biblioteca é um ambiente de “estado estacionário” que não é tão perturbador.

“As descobertas desafiam a visão popular de que a música aumenta a criatividade e, em vez disso, demonstram que a música, independentemente da presença de conteúdo semântico (letras familiares ou desconhecidas), interrompe consistentemente o desempenho criativo na resolução de problemas”, disseram os pesquisadores.

Um artigo com os achados foi publicado na revista científica Applied Cognitive Psychology. [MedicalXpress]

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