Os segredos para desbloquear sua criatividade, de acordo com a ciência

Por , em 8.01.2018

“O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, mas a imaginação”.

Sabe quem falou isso? Albert Einstein. Sim, porque criatividade não é importante apenas para pintores, escritores e artistas no geral. Seja para criar uma escultura incrível ou uma teoria sobre o universo, é preciso usar toda a sua imaginação e aptidão inventiva.

Mas por que somos tão diferentes no que diz respeito a nossa capacidade de imaginar? Será que é possível se tornar mais criativo?

A ciência tem algumas respostas para isso, baseada em três tipos de imaginação distintos e interligados.

Imaginação criativa

“Imaginação criativa” é o que normalmente consideramos Criatividade com C maiúsculo. É a habilidade de compor uma ópera, ou fazer uma inovadora descoberta científica.

Isso é diferente da criatividade cotidiana, como ter soluções fora do comum para problemas domésticos, ou fazer à mão coisas que você poderia comprar prontas.

Como ter tal inspiração criativa, no entanto, é algo muito mais difícil de definir. Os cientistas sabem que é possível treinarmos criatividade ou induzir um estado de criatividade, muito embora seja certo que alguns indivíduos têm, por natureza, uma personalidade mais criativa do que outros.

Pesquisas sugerem que a imaginação criativa pode ser impulsionada através do nosso ambiente ou simplesmente através de muito trabalho e esforço.

Por exemplo, estudos experimentais mostraram que, quando crianças se envolvem com conteúdo criativo ou veem outros serem altamente criativos, elas se tornam mais criativas.

Há duas fases para a imaginação criativa. A primeira é a do “pensamento divergente”, a capacidade de pensar em uma grande variedade de ideias de alguma forma conectadas a um problema ou tópico principal. Essa fase tende a ser apoiada pelo pensamento intuitivo, que é rápido e automático.

A segunda fase é do “pensamento convergente”, no qual você vai avaliar as ideias de acordo com sua utilidade para o problema ou tópico principal. Este processo é apoiado pelo pensamento analítico, que é lento, deliberado e nos permite selecionar a ideia certa.

Logo, se você quiser escrever uma obra-prima, fazer sessões de brainstorming com amigos, ou fazer um curso de escrita criativa, podem te ajudar a ter ideias; porém, isso não vai necessariamente te ajudar a selecionar uma boa. Para isso, a pesquisa sugere que o primeiro requisito é, na verdade, exposição e experiência.

Quanto mais você pratica algo e aprende sobre o assunto, melhor você ficará em, intuitivamente, ter boas ideias e selecionar as mais adequadas. Para isso, você vai errar muito antes. No caso da obra-prima, significa escrever muito até chegar ao resultado esperado, mesmo que tenha que descartar incontáveis páginas nesse processo.

O sucesso criativo é, como tantas outras coisas na vida, sobre esforço. Louis Pasteur uma vez disse: “A fortuna favorece a mente preparada”. Isso também se aplica à arte, com Pablo Picasso aconselhando: “Aprenda as regras como um profissional, para que você possa quebrá-las como um artista”.

Imaginação fantástica

Para muitas pessoas, a capacidade de se tornar completamente absorvido por uma ideia é fundamental para finalizar um projeto criativo com sucesso.

Para isso, você precisa de algo que os cientistas chamam de “imaginação fantástica”. Ela descreve sua tendência de ter fantasias altamente vívidas e realistas, e um certo de nível de imersão em mundos imaginários.

Em outras palavras, refere-se a sua capacidade de “sonhar acordado”. E é exatamente por isso que esse tipo de imaginação pode te distrair de obrigações cotidianas e parecer uma habilidade não tão desejável de se ter, à primeira vista. Há até um lado sombrio – a imaginação fantástica tende a interferir na nossa resposta a eventos traumáticos, por exemplo, tornando-se uma fuga da realidade.

Mas também existem benefícios. Crianças que fantasiam (em brincadeiras, ou em leituras de contos de fadas, para citar algumas formas) têm um aumento da imaginação criativa, da capacidade narrativa e da tomada de perspectiva.

Para adultos, esse tipo de imaginação pode ajudar a melhorar a consolidação da memória, a resolução criativa de problemas e o planejamento.

Esta é também uma habilidade que você pode praticar. Em crianças, o ideal é participar de jogos nos quais é preciso “fingir um papel”. Para adultos, nunca é tarde demais para começar a brincadeira e o improviso – pesquisadores descobriram que atores amadores têm uma imaginação fantástica maior que a média.

Imaginação episódica

A “imaginação episódica” é semelhante à fantástica, mas trabalha com detalhes de memória reais (episódicos) em vez de imaginários (semânticos) ao visualizar eventos em nossa mente.

Isso ajuda os indivíduos a imaginar melhores alternativas ao seu passado e aprender com seus erros, ou imaginar seu futuro e se preparar para ele.

Pouca pesquisa tem sido feita nessa área até agora, mas os resultados preliminares indicam que há vantagens em imaginar detalhes de sua vida. Ao contrário do que sugerem os livros de autoajuda, contudo, não é tanto o caso de “imaginar o que você quer e isso acontecerá”, mas sim de imaginar o processo – e não o resultado – do seu futuro desejado.

Por exemplo, em um estudo, alunos que imaginaram tirar boas notas em uma prova apresentaram um desempenho significativamente pior do que os alunos que imaginaram o processo para ter boas notas (como se imaginar estudando muito).

Exercite sua criatividade

Todos nós temos capacidade imaginativa dentro de nós, em graus diferentes. Existem muitas rotas para aumentar a criatividade, com a prática e a experiência sendo cruciais.

A mensagem que fica, então, é essa: tente, tente de novo, e não desista! [ScienceAlert]

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