Palavrões no videogame e na TV podem estar ligados com agressividade infantil

Por , em 24.10.2011

Crianças do ensino fundamental que ouvem palavrões na televisão ou em jogos de videogame podem agir de maneira mais agressiva com seus colegas, fisicamente ou verbalmente, sugere um pequeno estudo. Essa conclusão nos volta à controversa questão sobre a violência na mídia, e se isso afeta o comportamento das crianças.

Em um estudo com 223 crianças em uma escola nos EUA, pesquisadores descobriram que alunos que foram expostos a mais programas de TV ou jogos de videogame com palavrões relataram mais casos de agressão – desde socos até espalhar fofocas maliciosas sobre outras crianças.

Mas nada disso prova que a má língua na mídia é prejudicial para as crianças, de acordo com a professora Sarah Coyne, da Universidade Brigham Young, em Utah (EUA). “Este estudo mostra uma correlação, e não prova causa e efeito”, ressalta.

Além do mais, se os palavrões midiáticos desempenham algum papel na agressão infantil, não está claro quão grande é esse impacto. É difícil estabelecer correlações precisas, pois há uma série de coisas que contribuem para o comportamento agressivo.

De acordo com Sarah Coyne, é provável que a linguagem ruim na TV e em videogames afete a linguagem das crianças, mas o impacto final sobre o comportamento pode ser algo muito mais complicado de analisar.

É importante, entretanto, que os pais prestem atenção na linguagem dos programas e jogos que seus filhos acessam. Tendemos a ser espectadores passivos, pois estamos tão acostumados a ouvir palavrões em todo o lugar que podemos não perceber quando isso acontece de maneira excessiva na televisão.

Esse fato aponta outra limitação do estudo. É a linguagem da mídia, especificamente, que se relaciona com a linguagem e comportamento infantil? Ou será que as crianças expostas a palavrões em programas de TV e videogames também não tem pais e amigos que falam palavrões? O novo estudo não descarta essa possibilidade.

Várias pesquisas que relacionam violência nas mídias e agressão infantil demonstraram que uma vez que as crianças têm uma boa saúde mental e boas influências familiares e de amigos, a ligação entre violência na mídia e comportamento desaparece. Por isso, não há nenhuma grande nova descoberta com a qual os pais precisem se preocupar se seus filhos se encaixam nessas condições. [Reuters]

10 comentários

  • Silvio RC:

    Palavrões:

    Se a pesquisa fosse realizada com brasileiros ou argentinos, os resultados mostrariam variações bastante significativas.
    Tanto pelo fator cultural, como pelo nosso “jeitão” descontraído de se expressar.

    Mas não vejo culpa na influência da TV ou dos games.
    A criança aprende a falar palavrões dentro de casa, no convívio familiar e com os amigos.
    Não está nos livros. É uma tradição milenar e oral.
    Nos meios de comunicação (TV, jornais, revistas propaganda e rádio) não se faz uso demasiado do palavrão.

    O cinema até que é um tanto comportado, embora o palavrão tenha surgido no cinema francês e italiano.
    Exceção feita ao teatro onde ele rola solto e todo mundo ri.

    Nós brasileiros e argentinos somos mestres em falar palavrões desde a infância.
    Meu sobrinho quando tinha 10 anos (hoje com 34), ao jogar Atari, vivia xingando sempre que perdia ou fazia uma jogada errada.
    Era um desfilar de palavrões, para a aflição da mãe, que insistia em repreendê-lo, sem nenhum êxito.

    Basta a criança estar na sala quando os adultos assistem a uma partida de futebol ou falam dos políticos.
    E no trânsito, quando alguém leva uma “fechada” ou uma batida?
    É palavrão que sai para todo lado.

    Acredito que, um palavrão bem empregado, no momento certo e no lugar exato, alivia a tensão e faz um bem danado.

    Nos dias atuais o uso de palavrões não é mais pecado e sim, um modo de expressar nossa raiva ou indignação.
    Além disso, seus significados já não são mais os mesmos, nem agridem como antigamente.

    Meu tio, italiano da Calábria, quando ficava “P” da vida, costumava gritar:
    “_Cago na puta que pariu”

    Abs:
    Silvio

  • SOU PAULISTA MEEEU:

    rsrsr quanta hipocrisia culpar os games pela má educação que os pais de hj em dia dá a seus filhos

  • Matheus:

    Você joga algum jogo, o personagem usa esse tipo de palavreado inadequado, quando você entende você fica impressionado se você não costuma ouvir.

    De que importa os vídeo games falarem, se onde mais se ouve isso é no meio social, você sai na rua tem um cara ouvindo funk carioca que diz “ela dá pra nóis”, depois a culpa é do vídeo game pelo palavreado inadequado e pelas ações também inadequadas.

  • nml:

    eu fui chamado de ‘moralista’ por defender o óbvio, sobre a péssima influência dos palavrões, no outro post! brasileiro é uma piada, mesmo! vou deixar umas dicas para os menos ‘favorecidos’, só o básico: desvalorização da educação, vulgaridade, depreciação do próximo, ‘maria vai com as outras’, dificuldades de enfrentar problemas, contra-capacidade, divulgação e propagação de valores inferiores, desrespeito ao próximo e consigo, inconsequencia, inconsciencia, falta de critérios. porque não gastar tanto esforço em popularizar ou reconhecer fatos, pessoas, atos e coisas mais nobres? se bem que um povo que não tem coragem nem de combater a corrupção descarada, eu já estou é exigindo demais! parabéns se conseguiu ler até o final, já és quase um cientista para os padrões atuais!

    • Cappucceno:

      Sempre tem a criatura que paga de revolucionário e muda o assunto em direção aos políticos, mas aposto que você não vai lá em Brasília incendiar pneu na frente do Congresso para protestar.

      Tira o rabo da cadeira e vá fazer alguma coisa. Fica dando mais valor as palavras de baixo calão do que com o seu governo.

      Ainda tem coragem de falar “se bem que um povo que não tem coragem nem de combater a corrupção descarada”.

      Passando vergonha, hein? 😉

    • nml:

      oi, pisei no seu calinho? doeu? isto de incendiar pneus é um pensamento muito pequeno. eu vejo as manifestações pelo mundo e inicialmente ninguém segue essa sua brilhante idéia.
      em brasília também tem manifestações, passeatas, grupos de protesto, mas NÃO são devidamente cobertos pela imprensa.
      eu me importo mais em protestar contra a corrupção do que ‘brigar’ contra palavreados e seus proliferadores, sei que na verdade isto é produto da baixa capacidade. Fiz uns comentários muito poucos sobre palavrões, mas centenas contra corrupção, novamente contrariando sua lógica de botequim.
      Não estou passando vergonha calado. Na verdade uma simples postagem é muito visualizada e evidenciada, mas isto também você não deve entender. mas continue assim, aí firme na sua convicção pré-cambiana, tenho certeza que irá colher muitos frutos, sejam eles oq forem q você esteja plantando.

  • dan:

    fala serio,o que faz isso não são os games e sim a realidade das crianças que jogam esses games.se essas crianças tivessem pais que as educassem corretamente elas não “absorveriam” ou seja aprenderiam a fazer os atos dos games que são APENAS JOGOS e não VIDA REAL.Porem por outro lado há
    crianças que conseguem distinguir o praticável do impraticável

  • Nik:

    Disso não há dúvidas, e é por isso que existem organizações que “rotulam” a idade certa para assistir programas/filmes ou ter acesso a jogos eletrônicos.

    O problema é que existem pais (muitos mesmo!) que nem se importam se seu filho de 10~14 anos está jogando GTA ou CS (18+)… aí já viu, poem a culpa nos jogos. Ah é, e nada impede de ouvir isso fora ou dentro de casa também.

    • —:

      Pra você esse é o problema?
      e o que as crianças ouvem fora de casa não conta?

    • Nik:

      “Ah é, e nada impede de ouvir isso fora ou dentro de casa também.”

      Leia direitinho.

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