Peixe sem rosto entre as mais esquisitas descobertas nas águas profundas da Austrália

Por , em 31.05.2017

Um peixe sem rosto e outras criaturas estranhas foram encontradas em águas profundas perto da Austrália, em uma viagem científica que estuda partes do oceano que nunca foram exploradas antes. Alguns desses seres são espécies novas.

A jornada começou no dia 15 de maio com previsão de duração de 4 semanas. A região estudada é a leste do país, entre a Tasmânia e o Mar de Coral, explorando abismos escuros e frios que chegam a ter 4 km de profundidade. Para fazer isso, foram utilizadas redes, sondas e câmeras de águas profundas.

Cada expedição de coleta foi complexa, exigindo até sete horas para lançar e recolher o equipamento.

Este é um dos ambientes que menos foram estudados na Terra, e animais como aranhas-do-mar cegas, enguias que vivem em águas profundas e o estranho peixe chaunax estão entre alguns que foram coletados nas redes dos pesquisadores.

Outro animal muito estranho encontrado foi um peixe sem rosto, que só foi registrado uma vez pela equipe científica do navio HMS Challenger na Papua Nova Guiné em 1873.

“Ele não tem olhos ou um nariz visível, e sua boca fica embaixo”, diz o pesquisador Tim O’Hara, do Museum Victoria. Em profundidades tão grandes as criaturas frequentemente não têm olhos ou produzem a própria luz com a bioluminescência, diz ele.

Outra descoberta foi esponjas carnívoras com espículas letais feitas de silício, que lembram vidro. Elas usam essas espículas como se fosse um velcro para capturar pequenos crustáceos. Essa técnica é diferente do que a maioria das esponjas utiliza; elas costumam filtrar e se alimentar de bactérias ou outros organismos unicelulares.

“Temos 27 cientistas a bordo que são líderes em seus campos de estudo e eles dizem que cerca de um terço do que encontramos são novas espécies”, diz O’Hara. Em apenas duas semanas, a equipe coletou alguns milhares de espécimes nas duas primeiras semanas de exploração.

A vida em grandes profundidades é difícil, com alta pressão, escuridão, temperaturas baixas e escassez de comida. Por isso, as criaturas que vivem por ali têm que desenvolver formas únicas para sobreviver, sendo encontradas apenas nessas regiões.

Um dos objetivos do estudo é melhorar o conhecimento sobre os habitats australianos de grandes profundidades, sua biodiversidade e os processos biológicos que o sustenta, diz O’Hara. “Isso vai ajudar na preservação, vai ajudar a protegê-lo dos impactos das mudanças climáticas, poluição e outras atividades humanas”, afirma o pesquisador. [phys.org]

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