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Qual a coisa mais lenta do planeta?

Por Natasha Romanzoti, em 14.10.2013

Estamos cansados de saber quais são os animais mais rápidos do planeta, como os falcões peregrinos (no ar), os agulhões-vela (na água) e os guepardos (na terra).

Mas quais são os mais lentos?

Você poderia chutar que são os bichos-preguiça, as tartarugas ou até os caracóis de jardim. De fato, essas criaturas lentas são mestres da sobrevivência. Mas são positivamente rápidas se comparadas com outras coisas muito mais vagarosas que podem ser encontradas em nosso planeta.

Uma tartaruga demoraria cerca de 18 minutos e 38 segundos para completar uma prova de 100 metros rasos – a título de comparação, o famoso atleta Usain Bolt, ser humano mais rápido conhecido, já completou essa mesma prova em 9,58 segundos. Mas esse animal tem uma séria vantagem sobre nós: vive cerca de 150 anos. Vamos combinar, as tartarugas não estão com pressa.

Já o mamífero mais lento do mundo, o bicho-preguiça, não passa de velocidades como 120 metros/hora. Ele levaria cerca de 50 minutos para completar uma prova de 100 metros. Mas considere que a única coisa que esse animal come são folhas. Se você passasse uma semana inteira comendo nada mais além de alface, suspeito que também não se sentiria muito animado. A preguiça precisa ser lenta para guardar energia para outras funções corporais.

O coitado do caracol de jardim, então, geralmente não se move a mais do que 5 metros por hora. Esses bichinhos realizavam movimentos ondulatórios e contam com a ajuda de um muco que produzem na barriga para deslizar (beeeem lentamente) por superfícies, ou para “grudar” nelas, se forem verticais.

Pode parecer impossível, mas existe quem se mova ainda mais devagar. Anêmonas-do-mar, que em geral permanecem no mesmo lugar, podem desejar se locomover para procurar melhores lugares para se alimentar. Esse é um processo muito lento, no entanto: na melhor das hipóteses, elas alcançam 8 centímetros por hora. Isso significa que levariam 1.250 horas, ou 52 dias, para completar uma prova de 100 metros.

Saindo da realeza de coisas vivas, mesmo a velocidade impressionantemente baixa das anêmonas-do-mar poderia ser considerada uma corrida se comparada a velocidade de processos geológicos. Alguns glaciais se movem apenas 300 metros por ano, embora deslizem mais rápido em certas épocas, como no verão, quando seu gelo derrete mais facilmente.

Placas tectônicas também podem variar de velocidade, mas esta é sempre muito lenta. A mais vagarosa conhecida é a eurasiática, que se move em média apenas 9.5 milímetros por ano.

No geral, as placas tectônicas tendem a se mover tão lentamente quanto as unhas da nossa mão crescem: cerca de 3 a 4 centímetros por ano (dependendo do dedo). Pesquisas apontam que as unhas da mão dominante crescem mais rapidamente, com o dedo do meio sendo o mais rápido. Vai entender!

As unhas do pé, então, ganhariam qualquer concurso de lentidão no mundo. Elas crescem cerca de 1 milímetro por mês. Se pudessem concorrer nos 100 metros, só cruzariam a linha de chegada depois de 8.333 anos.

Ops! Na verdade, as unhas do pé só perderiam esse concurso para uma coisa: uma gota de piche. Embora esse material pareça sólido, é na verdade líquido. Para provar isso, vários pesquisadores já iniciaram experimentos a fim de gravar o momento em que uma gota de piche finalmente pinga. Já deu para perceber aonde vamos chegar, né? A Trinity College, uma universidade irlandesa, conseguiu registrar uma gota de piche caindo depois de 69 anos de experimento (a média entre uma gota e outra, no entanto, é de pouco mais de 7 anos e meio).

Uma dessas experiências está atualmente em curso na Universidade de Brisbane (Austrália) – você pode acompanhá-la e, se tiver sorte, testemunhar o exato momento em que a gota de piche pingar. [BBC, EarthUnplugged]

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