TV, videogame e celular ao lado da cama fazem as crianças perderem o sono e irem pior na escola
É difícil tentar afastar as crianças de hoje do celular, videogame e TV. O Natal é um bom lembrete do quanto os pequenos estão ligados em tecnologia. Uma pesquisa do FreeDeliveryLand.co.uk revelou que mais de três quartos (78%) das crianças entre 5 e 11 anos no Reino Unido pediram algum presente tecnológico neste Natal.
Os pais tiveram reações mistas para o pedido, com 46% afirmando que os aparelhos são muito caros. Pouco menos de um terço (29%) disseram que seus filhos eram muito jovens e 18% disseram que preferem comprar presentes mais tradicionais. Apesar de suas reservas, no entanto, mais da metade dos pais entrevistados confessou ter cedido aos pedidos de seus filhos, com 31% dizendo que rostos tristes no dia de Natal foi o principal motivo para lhes dar o que eles queriam.
No entanto, segundo um estudo da Universidade de Dalhousie, em Nova Scotia, no Canadá, a tecnologia não é sempre uma boa companhia para as crianças. As que possuem televisores, games e smartphones nos seus quartos sofrem com mais ansiedade e têm desempenho pior na escola devido à falta de sono.
A perda de apenas uma hora de sono pode prejudicar o desempenho de uma criança na escola, tornando mais difícil para ela resolver problemas de matemática e atrapalhando sua memória. De acordo com os cientistas, um dos maiores culpados para o sono inadequado e perturbado é a tecnologia.
Os pesquisadores dizem que as crianças deveriam ter um lugar exclusivo para o entretenimento, e o quarto deveria ser somente um lugar para descanso e sossego.
“Muitas crianças e adolescentes dormem com seus telefones e são despertados regularmente por toques durante toda a noite quando chegam mensagens, e-mails ou alertas de redes sociais”, diz a psicóloga Jennifer Vriend, principal autora do estudo. “Ter televisores e videogames no quarto também é um problema. Configura o cérebro para vê-lo como uma zona de entretenimento ao invés de um lugar calmo, sonolento. E jogar games violentos confunde a mente dos jovens para ver o quarto como um lugar de perigo, levando-os a estar alerta quando deveriam estar relaxados”, explica.
Vriend e sua equipe analisaram 32 crianças com idades entre 8 e 12 anos que dormiam, em média, cerca de nove horas por noite. Eles pediram aos jovens para manter suas rotinas habituais durante a primeira semana e, em seguida, dividiram o grupo em dois, com metade indo para a cama uma hora mais tarde, durante quatro dias consecutivos. A outra metade foi para a cama uma hora mais cedo do que o habitual, dando-lhes, em média, um extra de 73 minutos de sono em comparação com aqueles que dormiram mais tarde.
O efeito foi dramático. Após a passagem de quatro dias, todas as crianças foram testadas para avaliar suas habilidades de matemática, capacidade de atenção e memória de curto prazo e de trabalho. Os pais, por sua vez, mantiveram um registro do comportamento das crianças.
Os resultados revelaram que as que dormiram menos tinham menos resposta afetiva positiva, pior regulação da emoção, pior memória de curto prazo e de trabalho e menos atenção.
“Os resultados sugerem que mesmo diferenças modestas na duração do sono em apenas algumas noites podem ter consequências significativas para o funcionamento diurno das crianças”, concluem os pesquisadores. [DailyMail, Telegraph]