A chave para decifrar nosso relógio biológico está no cabelo

Por , em 25.08.2010

Ajustar seu relógio interno pode ser tão fácil quanto arrancar um fio de cabelo – literalmente. Uma pesquisa recente descobriu que os folículos capilares mantêm um registro da atividade do gene que influencia a hora de acordar e quando nós vamos dormimos. Os resultados poderiam ser usados para diagnosticar e estudar os distúrbios do sono e problemas como o jet lag – distúrbio do sono relacionado à mudança brusca de fuso horário.

Nosso ciclo de dormir e acordar é controlado em grande parte por genes chamados genes do relógio. Esses genes variam a sua atividade ao longo do dia e são responsáveis pelo acerto do chamado relógio interno (daí o nome dos genes).

O primeiro desses genes humanos foi descoberto há quase 10 anos. Porém, isolar os genes de forma eficiente o suficiente para estudar os ciclos de sono e vigília em tempo real tem-se revelado difícil nos mais diversos tipos de célula.

Isso até Makoto Akashi, um investigador na Universidade de Yamaguchi, no Japão, e seus colegas usarem a cabeça e se voltarem para o cabelo. Na base de cada fio de cabelo, há um folículo de células vivas, que se agarra ao cabelo quando puxada. Através desses folículos, os pesquisadores foram capazes de isolar e controlar a atividade de três genes do tal relógio. Observar os fios de barba é ainda mais eficiente.

Ao arrancar os cabelos de quatro pessoas em suas rotinas diárias, os pesquisadores descobriram que a maior atividade dos genes coincide com o momento de maior atividade do dia. No entanto, quando as pessoas mudaram seu horários em quatro horas, durante três semanas, a atividade de pico dos genes foi deslocada em apenas duas horas – o que sugere uma reação semelhante ao jet-lag. Ou seja, mesmo que a pessoas se esforce para se manter na ativa fora do horário ao qual ela está acostumada, o relógio do seu corpo não acompanha inteiramente a mudança.

Os investigadores ainda estudaram seis trabalhadores cujos experientes se alternam drasticamante: das 6h às 15h em uma semana e das 15h à meia noite na outra. Eles descobriram que, apesar do pico de atividade dos pesquisados terem se deslocado nove horas de uma semana para outra, a expressão genética só avançou duas horas. Ou seja, pessoas cujos empregos exigem uma flexibilidade de horário muito grande vivem em um estado permanente de “jet lag”. Por isso, eles possuem maior risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, finalizam os pesquisadores. [Live Science]

2 comentários

  • Lucyano Valdez:

    E quem trabalha à noite ou por escala? Como se adapta?

  • ana paula camoesas:

    interessante.Mas,e o que é que acontece aos carecas?Dormem muito,ou não dormem nada?

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