Misteriosa estrutura oculta do universo é observada pela primeira vez

Por , em 7.07.2012

Os últimos dias estão sendo agitados no campo da astrofísica. A empolgação geral com a comprovação da existência do bóson de Higgs praticamente encobriu outra descoberta fascinante: a matéria escura foi identificada diretamente pela primeira vez.

Pesquisadores do Observatório da Universidade de Munique, na Alemanha, detectaram uma gigantesca cadeia de matéria escura entre dois super-aglomerados de galáxias, Abell 222 e Abell 223. Astrônomos já haviam pressuposto que o espaço entre as galáxias era composto por matéria escura e fria, mas ela nunca havia sido detectada diretamente. Essa descoberta ajudará os cientistas a entender a evolução do universo.

O universo é preenchido com filamentos de matéria escura, uma misteriosa substância que não pode ser vista. Cientistas sabem que essa obscura estrutura existe porque ela pode ser detectada através de sua atração gravitacional. Calcula-se que a matéria escura componha cerca de 83% da massa de nosso universo.

Alguns cientistas eram céticos com a possibilidade de detectar filamentos de matéria escura atualmente, acreditando que seria necessário esperar por telescópios mais avançados. Mas graças à geometria espacial rara desses dois aglomerados de galáxias, os cientistas alemães conseguiram detectar sinais do que é conhecido como lente gravitacional fraca. O efeito dessa lente gravitacional faz com que a luz de um objeto, como uma galáxia, apareça com sua imagem inclinada na Terra quando passa perto de um aglomerado massivo.

A descoberta

A estrutura de matéria escura encontrada aparece justaposta com a distribuição de matéria comum, o que permite uma comparação sem precedentes entre as duas fontes de gravidade. A matéria escura pode ser detectada porque a forte gravidade do filamento que une os dois aglomerados de galáxias – que ficam a 2,7 bilhões de anos-luz de distância da Terra – funciona como uma lente para a luz que vem de galáxias mais distantes em direção ao nosso planeta. Astrônomos usaram essa luz para calcular a massa e o formato do filamento.

A partir de raios-X emitidos pelo gás quente de matéria comum, cientistas descobriram que essa matéria compõe apenas 9% da massa do filamento. Outros 10% podem ser atribuídos às estrelas e galáxias visíveis. E o restante? A famosa matéria escura, que conecta aglomerados de galáxias pelo universo.

Entender a relação entre a matéria comum e a matéria escura pode ajudar os cientistas a entenderem como a matéria escura é formada, e consequentemente, entender a estrutura do universo. No futuro – não tão distante, esperamos – poderá ser possível descobrir o que compõe a obscura e misteriosa matéria escura. [MSN/AstroNews]

12 comentários

  • Alberto Campos:

    Se a matéria escura só age gravitacionalmente, ela é uma energia gravitacional e seria, portanto do centro do universo. Como a galáxia tem um buraco negro, com uma forte gravidade, o universo, que pode ser comparado com uma gigantesca galáxia, tem seu centro com uma forte gravidade. É claro que o universo tem uma senhora massa.

  • Bogdan:

    Talvez a matéria escura não seja escura.
    Com bilhões de estrelas no Universo emitindo luz (fótons), que segundo o premio Nobel ganho por Einstein onde se provou que a luz são partículas, não seriam elas então uma forte candidata a serem as procuradas matérias escuras?

    Bogdan

  • salomao:

    Impressionante o ser humano não perceber a sua insignificância.
    Teorizar coisas sobre um espaço completamente desconhecido é ridículo.
    É humanamente impossível ter conhecimento sobre coisas que estão a milhões
    de anos-luz da terra.
    Não conhecemos nem mesmo o fundo dos nossos oceanos que dirá o vasto espaço.
    Não conseguimos nem mesmo descobrir a cura para a gripe.
    Que Deus tenha piedade da nossa pequenez

    • Falcão:

      Salomão, se todos se conformassem assim não teríamos vacinas por exemplo e, ainda, tratamentos para AIDS. Sinto te contradizer. Mas sim, é possível observar e compreender o que está a milhões e até bilhões de anos-luz da Terra.

  • Glauco Ramalho:

    Isso não é matéria escura, é Electric Dipole Redshift.

    • Fagner:

      LoL, então o texto tá errado.

  • Fagner:

    Interessante como uma massa que não pode ser medida diretamente tem um campo gravitacional que pode ser medido.
    Isso me faz pensar nas mais diversas loucuras!
    Por exemplo: como a gravidade causa um deslocamento no espaço-tempo, a matéria escura pode ser o próprio deslocamento no espaço-tempo, sem que se precise de uma massa, mais ou menos como se fosse uma rugosidade presente no próprio tecido do espaço.

    Nossa como eu viajo com essas coisas =/

  • José Marcello Vertemati Pinto:

    Detectada diretamente uma ova. Novamente só detectaram seu efeito gravitacional, só que agora mais detalhadamente, o que dá uma ideia da sua distribuição espacial, ou seja, localizaram a matéria escura no espaço. Ela continua não interagindo com a matéria comum, a não ser gravitacionalmente, como colisões por exemplo, o que ainda a torna extremamente peculiar.

  • renarruda:

    Me perguntei se não seria hora de mudar o nome, visto que a mesma pode ser identificada por meios diretos, e não justificaria o nome matéria escura! kkkkkkkkk

  • Alexandre Neuwert:

    Astrofísica deveria ser cada vez mais divulgada, essas descobertas são fantásticas.

  • Rodrigo Melo:

    Ou ela era clara e ficou escura?

    • Sousa Chantre Chantre:

      Julgo que a partir destes novos conhecimentos de higs, novas luzes irão de certo aparecer, o que desencadeia o encorajamento de novas descobertas, que irão trazer novos conhecimentos à humanidade.

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