10 nomes imortalizados pelos piores motivos possíveis

Por , em 6.08.2016

Se nos dissessem que nossos nomes seriam imortalizados para sempre, a maioria de nós provavelmente ficaria bastante feliz. Isso só prova que a maioria de nós não sabe nada sobre história. Para cada figura que empresta seu nome para algo legal, há uma abundância de outras pessoas que se tornaram referências para coisas terríveis – ou, pelo menos, um tanto quanto embaraçosas.

10. Henry Shrapnel

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A palavra “shrapnel” se refere, em inglês, a pedaços quebrados de granadas, bombas e balas que mutilam civis. Poucos sabem que a origem dessa expressão vem do nome de Henry Shrapnel. Oficial do exército britânico, Shrapnel foi a pessoa que teve a ideia de usar pedaços de metal em excesso em bombas para matar tantas pessoas quanto fosse possível.

O ano era 1784, e Shrapnel era um valente soldado de 23 anos de idade. Na época, as tropas estavam começando a disparar pedaços aleatórios de metal a partir de armas para aumentar o número de baixas. Shrapnel foi o primeiro a perceber que era possível aumentá-las ainda mais colocando esses fragmentos em uma bomba, acendendo o pavio e a arremessando.

Embora o significado específico tenha derivado desde então, as conotações negativas não. Não que Shrapnel tenha se importado. Ele recebeu uma bolsa pela vida toda da coroa britânica por suas contribuições para o derramamento de sangue.

9. Capitão Lynch

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O Capitão William Lynch era um homem com um hobby terrível. Ele acreditava em uma justiça dura. E isso significava uma coisa para os pequenos criminosos e inocentes injustamente acusados em sua cidade. Ele e seus “linchadores” os linchavam.

Lynch e seus homens achavam que o governo não fazia o suficiente para levar a justiça para os bandidos, então eles lançaram seu grupo de vigilantes para fazer o serviço com as próprias mãos.

Infelizmente, seus métodos eram menos parecidos com os do Batman e mais com os do Justiceiro. Capitão Lynch e seus homens torturaram, enforcaram e assassinaram tantas pessoas que seu nome tornou-se sinônimo de uma das formas mais cruéis de “justiça” na história dos EUA e do resto do mundo.

8. Thomas Bowdler

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Bowdlerize é um termo que, na língua inglesa, significa censurar um livro ou outra obra artística através da retirada de partes consideradas “ofensivas”, substituindo estas por outras mais aceitáveis, o que, obviamente, acaba arruinando o livro ou qualquer que seja a obra artística. Isso foi algo em que Thomas Bowdler se destacou. No final do século 18, o médico e filantropo publicou uma versão “polida” das peças de Shakespeare. Sua versão editada era tão ruim que fez dele um vilão literário.

Bowdler não tinha nenhum dom para o drama ou para a construção de personagem. Em Hamlet, ele transformou o suicídio de Ophelia em um afogamento acidental. Em Henrique IV, Parte 2, ele excluiu a prostituta Doll Tearsheet. Ele também transformou as exclamações que diziam “Deus!” em “Céus acima!”, e expurgou Othello completamente.

7. Christopher Leyland

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Ex-oficial da Marinha britânica, Christopher Leyland se aposentou em 1889 para dedicar-se à jardinagem. Até sua morte em 1926, seu vasto jardim era sua vida. Ele construiu um viveiro de plantas, importou palmeiras raras, manteve uma mistura variada de veados, avestruzes e ursos, e provou ser um dos maiores silvicultores na história.

Infelizmente, esse talento seria sua ruína. Após cruzar duas linhagens de cipreste, Leyland criou uma das plantas mais detestadas na Grã-Bretanha: o cipreste de Leyland.

É difícil expressar o quanto os jardineiros de hoje odeiam o cipreste de Leyland. O dicionário inglês Oxford chamou-o de “um objeto de medo e repugnância” e definiu o nome de Leyland como “uma maldição”. O guia de árvores Collins a chama de “a árvore mais odiada na Grã-Bretanha”. Muitos a consideram menos uma planta e mais uma praga e costumam queimá-la. Para Leyland, jardineiro orgulhoso, esta provavelmente seria a pior forma de imortalidade que se possa imaginar.

6. Dr. Joseph-Ignace Guillotin

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Você pode ter ouvido falar que a guilhotina foi nomeada em homenagem a seu inventor, o Dr. Joseph-Ignace Guillotin. O que você pode não saber é que Guillotin não inventou a guilhotina. Pelo contrário, ele era um humanitário contrário à pena capital, que passou o resto de sua vida articulando com o governo francês para que este citasse a guilhotina usando o nome de outra pessoa.

Antes da guilhotina, as decapitações eram frequentemente mal feitas. Isto incomodava tanto o Dr. Guillotin que ele pediu ao governo francês para que este criasse uma alternativa mais humana. Eles finalmente concordaram e pediram a um médico francês e um construtor de instrumentos musicais alemão para criarem algo para decapitar um criminoso com um único golpe. Para horror de Guillotin, deram o nome do novo dispositivo usando o seu próprio.

Depois de um ano da criação da guilhotina, ela estava sendo usada no Período do Terror da Revolução Francesa, quando cerca de 17 mil pessoas foram guilhotinadas. Guillotin ficou tão chateado que tentou fazer com que o nome do dispositivo fosse alterado, mas ninguém quis ouvi-lo. Até o começo do século 20, seus descendentes ainda estavam pedindo ao governo francês para mudar o nome da guilhotina.

5. Nicolas Chauvin

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Chauvinista é um termo que pode significar tanto um sinônimo de “sexista” quanto alguém que tem uma crença agressiva na superioridade de seu país. De uma forma ou de outra, ninguém fica feliz quando é chamado de chauvinista. Isso provavelmente faz com que Nicolas Chauvin se revire em seu túmulo. Se ele pudesse opinar, provavelmente diria que a palavra significa “um soldado leal”.

Chauvin foi um soldado que lutou ferozmente por seu governante, Napoleão. Chauvin entrava no meio da luta, ficando gravemente ferido em quase 20 ocasiões. Mesmo nos dias mais sombrios de Napoleão, Chauvin ficou ao seu lado, pronto para morrer pela visão do imperador do que a França poderia ser.

Depois que Napoleão foi derrotado, tal devoção cega caiu fora de moda e Chauvin passou a ser visto como uma espécie de relíquia. Foi então que seu nome adquiriu suas conotações negativas e, eventualmente, se transformou nos nossos insultos modernos.

4. Leopold von Sacher-Masoch

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Imagine acordar um dia e descobrir que o seu nome se tornou sinônimo de desvio sexual. Isso é exatamente o que aconteceu com Leopold von Sacher-Masoch. Em 1883, Richard von Krafft-Ebing estava à procura de dois novos termos para classificar distúrbios sexuais. Ele nomeou o primeiro, sadismo, em “homenagem” ao Marquês de Sade. O segundo, o masoquismo, foi nomeado por causa de Sacher-Masoch.

O problema? O Marquês de Sade estava morto há muito tempo e não poderia objetar. Leopold von Sacher-Masoch, por outro lado, ainda estava muito vivo.

Em 1870, Sacher-Masoch tinha publicado um livro erótico chamado Venus in Furs, no qual um homem relata sua vida com uma mulher que o tortura sexualmente. Era apenas um dos cerca de 15 romances que Sacher-Masoch tinha escrito. No entanto, acabou sendo aquele que o definiu para sempre. Sacher-Masoch teve que viver com a vergonha de ser a inspiração para o masoquismo até o fim de sua vida, 12 anos depois.

3. O Marquês de Sade

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Como mencionado, o Marquês de Sade deu seu nome ao sadismo. O escritor libertino era famoso muito antes disso. Durante sua vida, Sade criou romances que dispõem de assassinato, violência sexual, bestialidade, pedofilia, incesto e necrofilia – o que o fez ser preso por mais de 30 anos.

Mas Sade se satisfazia com a publicidade e com a continuidade de sua crescente notoriedade. A sua família, por outro lado, ficou mortificada por ela. Graças a esta ovelha negra, descendentes do marquês sentiram-se incapazes de falar seu nome de família ou usar seu título por 200 anos.

A menos que seu sobrenome seja “Hitler”, você provavelmente não pode imaginar o que isso significa. Os De Sades mantiveram seu nome em segredo e nem sequer falam sobre o Marquês em suas próprias casas. Somente em 2014, Elzear de Sade finalmente recuperou o título de Marquês para a família, dois séculos após a morte de seu antepassado famoso.

2. Barbara e Kenneth Handler

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Comparado a ter uma perversão sexual em homenagem a você, a história de Barbara e Kenneth Handler não parece tão ruim. Os dois foram a inspiração para o casal de brinquedos mais famoso de todos os tempos: Barbie e Ken.

Infelizmente, isso abriu a caixa de maldade freudiana de Pandora. O problema é que Barbie e Ken da vida real não eram namorado e namorada. Eles eram irmão e irmã.

As bonecas e bonecos foram inventados por seus pais, que os nomearam em homenagem a seus filhos. Ambas as crianças cresceram odiando a associação. Além do fato da maior parte do mundo pensar que eles eram amantes em vez de irmãos, eles odiavam aquilo que os brinquedos representavam.

Barbara reclamava que Barbie era uma cabeça oca. Kenneth se sentia irritado com a personalidade perfeita e chata de Ken. Ambas as crianças sentiam que a associação com os bonecos arruinou suas vidas.

1. Os médicos nazistas

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Até agora, esta lista falou mais sobre pessoas que não mereciam ter seus nomes imortalizados com coisas terríveis. Mas há uma outra categoria: as pessoas terríveis que não mereciam ter seus nomes imortalizados com coisas normais.

Este é o caso dos médicos nazistas. Graças a seus experimentos médicos com judeus e outras pessoas, muitos cientistas nazistas descobriram novas condições médicas. Setenta anos depois, essas condições ainda são nomeadas em homenagem a eles.

A Síndrome de Reiter, por exemplo, tem o nome de Hans Reiter (foto acima), cujas experiências mataram mais de 250 pessoas em Buchenwald. A “Célula de Clara” vem de Max Clara, que usou os corpos de vítimas do Holocausto para obter suas amostras. A Granulomatose de Wegener vem de Friedrich Wegner, que fez experimentos com judeus no gueto de Lodz. A lista é grande.

Mesmo quando as conexões nazistas foram descobertas, as pessoas continuaram usando os nomes. Desde 1977, tem havido uma campanha para mudar o nome da Síndrome de Reiter para “artrite reativa”. Em 2012, menos da metade de todos os médicos tinham começado a usar o novo nome. [Listverse]

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