Este animal que você provavelmente nem conhece vai entrar em extinção

Por , em 18.05.2017
Crédito imagem: Greenpeace

Cientistas estimam que já menos de 30 vaquitas no mundo. Com nome científico de Phocoena sinus, este golfinho raro é encontrado nas águas do norte do Golfo da Califórnia, no México. Em 2014 seu número estimado era de 100 indivíduos, e apenas três anos depois este número caiu 70%.

“Se não fizermos nada hoje, as vaquitas podem se extinguir em 2018. Perdê-los seria como perder um pedaço do México”, alerta a diretora de estratégia e ciência da WWF México, Maria José Villanueva.

A Phocoena sinus é os cetáceo mais ameaçado do mundo, conquistando o primeiro lugar desta triste lista quando o golfinho-de-Yang-Tsé (Lipotes vexillifer) entrou em extinção em 2007. Além de ser o cetáceo mais raro do mundo, as vaquitas também são as menores de todos, com menos de 1.5m de comprimento.

A espécie é tão discreta que só foi descoberta em 1958, quando chamou a atenção com suas marcações faciais únicas. Ela tem um círculo preto ao redor dos olhos que renderam o apelido “panda do mar”.

Barcos de pesca


Em 1997, havia cerca de 560 vaquitas no mundo, mas em 2007 havia apenas 150. Este declínio coincide com o aumento de “pangas” na região, embarcações de caça de peixes que usam uma rede de pesca vertical que captura os peixes pelas guelras conforme eles nadam.

Esse tipo de rede é um método de pesca indiscriminado que mata acidentalmente 700 mil mamíferos marinhos e pássaros por ano no mundo todo. Por isso, este modelo é proibido no Golfo da Califórnia, mas mesmo assim as redes são lançadas de forma ilegal para pescar um peixe ameaçado chamado totoaba que tem o tamanho aproximado das vaquitas. Redes com até 2 km de comprimento já foram retiradas por protetores ambientais.

Os totoabas também estão em péssima situação. Suas bexigas natatórias são consideradas valiosas no mercado chinês, e chegam a ser vendidas por US$15 mil por quilo. Essas bexigas são chamadas de “cocaína aquática” por conta do preço e demanda.

Como salvá-las

Outro problema enfrentado pelos protetores ambientais é que uma proibição do uso desse tipo de rede pelo governo do México vence no mês de junho de 2017, o que significa que grupos ambientais estão correndo contra o relógio para tentar mover os golfinhos sobreviventes para algum santuário temporário.

“Vemos isso como medida desesperada”, diz o diretor geral do WWF México, Jorge Rickards. “Consideramos essa uma medida de alto risco porque nada desse tipo já foi feito antes”. [Science Alert]

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