As razões científicas pelas quais introvertidos e extrovertidos são diferentes

Por , em 10.11.2016

É claro que personalidades introvertidas e extrovertidas são diferentes. Mas essa diferença não é tão importante quanto nos fazem pensar que é.

Será que existe uma vantagem em ser introvertido versus extrovertido?

A pesquisa parece indicar que não.

Diferenças

Foi o psicólogo Carl Jung quem cunhou os termos “introversão” e “extroversão”. Mais tarde, outros estudiosos elaboraram mais os conceitos, notando que existem algumas razões científicas por que algumas pessoas se inclinam mais para um extremo ou outro do espectro, como fatores genéticos.

Uma distinção fundamental entre os dois extremos é o que é conhecido como “excitação da linha de base”.

As pessoas que inclinam-se para a ponta extrovertida dessa linha, ou espectro, têm um nível mais baixo de energia como base, levando-as a procurar eventos mais emocionantes para se sentir realizadas.

Já uma pessoa mais introvertida vai receber todo o estímulo de que precisa de um passeio tranquilo no parque, por exemplo – enquanto a extrovertida necessitaria de uma atividade com mais adrenalina para se sentir mentalmente satisfeita.

No cérebro

Scanners dos cérebros de indivíduos mostram que os introvertidos têm uma área – chamada de pré-frontal córtex – mais grossa que a de extrovertidos.

Uma vez que esta região está relacionada a pensamento profundo e planejamento, isso sugere que os extrovertidos são mais impulsivos, enquanto os introvertidos ruminam mais sobre as questões antes de tomar uma decisão.

Por conta das características de ruminação dos introvertidos, eles podem ser mais propensos a ansiedade e depressão.

Já os extrovertidos tomam mais decisões sem pensar sobre elas porque seus sistemas de recompensa cerebrais são mais ativos – ou seja, eles se sentem mais realizados ao tomar certos riscos.

Interação social

O sistema de recompensa do cérebro libera dopamina, um hormônio. Essa substância costuma ser ativa durante a socialização.

Por conta disso, a interação social tem um impacto maior em extrovertidos do que em introvertidos.

Isso não significa que introvertidos não gostem de estar com outras pessoas, apenas que eles não se sentem tão excitados com isso do que os extrovertidos. Logo, não precisam de tanta interação social para se sentir bem.

Vantagens

Historicamente, nenhum dos extremos leva a uma clara desvantagem social. Por exemplo, no nosso passado como caçadores-coletores, introvertidos se davam bem ao ficar longe dos holofotes durante caças, evitando predadores, enquanto extrovertidos se dariam melhor ao enfrentar os perigos e sair para caçar quando a comida era escassa.

Hoje em dia, os ambientes parecem favorecer os extrovertidos, com trabalho em grupo sendo comum nas escolas e empresas, por exemplo. Mas não é sempre assim. Há vantagens em ser introvertido também, como no caso de falar em público: pesquisas indicam que os introvertidos são melhores nisso, uma vez que pensam mais antes de abrir a boca.

Ambiversão

Vale lembrar também que a introversão e a extroversão não são mutuamente exclusivas. As pessoas podem ter uma personalidade no meio do espectro, conhecida como “ambiversão, combinando o melhor dos dois mundos. [LifeHacker]

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