Porque temos que dar imãs para as vacas comerem?

Por , em 15.03.2015

Criadores de gado podem alimentar suas vacas com ímãs pequenos, que se instalam no seu trato digestivo, para ajudar a manter os animais saudáveis.

É isso mesmo que você ouviu. Se você não faz ideia de como comer um ímã pode ajudar uma vaca, a gente explica: ele serve para prevenir que o animal tenha reticuloperitonite traumática, um distúrbio digestório que pode levar à morte e a grandes perdas econômicas.

O que é reticuloperitonite traumática

A doença surge porque as vacas não mastigam antes de engolir. Depois que arrancam porções de feno ou grama frescos, elas empurram a comida para seu estômago com quatro cavidades sem fazer quase nenhuma mastigação.

Por conta disso, acabam ingerindo também pregos, tachas, arame e outras peças de metal que ficam escondidas no meio das plantas. Todo esse metal, eventualmente, acumula-se no retículo, a segunda das quatro câmaras do estômago das vacas. Lá, pode-se tornar reticuloperitonite traumática.

Peças cortantes podem machucar os órgãos do animal e chegar até seu coração, que se encontra separado apenas pelo músculo macio do diafragma. Em situações pouco menos terríveis, a digestão da vaca é bloqueada, e ela incha em uma extremidade.

Como os ímãs ajudam?

E é aqui que os ímãs entram. Um ímã do tamanho e forma de um dedo é colocado dentro de um longo tubo que garante que ele desça pela garganta da vaca. Em seguida, se instala no seu retículo, coletando todos os pedaços soltos de metal e impedindo que eles machuquem a vaca.

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Os ímãs, que custam pouco, podem ser colocados de forma preventiva. Para verificar se uma vaca já tem um ímã, os bovinocultores normalmente usam uma bússola.

Brasil atrasado

Um relatório dos EUA de 1993 verificou que 55 a 75% de todas as vacas abatidas tinham reticuloperitonite traumática. As pastagens hoje em dia estão repletas de pedaços soltos de metal, e o ímã é uma solução simples que pode significar muitas vidas animais salvas.

Apesar do uso de ímãs hoje ser comum em países de primeiro mundo, a prática não é muito difundida no Brasil. Um estudo feito pela Universidade Federal de Alagoas sugere que veterinários comecem a conscientizar fazendeiros sobre o problema, e sobre a fácil medida que pode minimizar seu aparecimento. [Gizmodo, SlideShare]

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