5 Sinais de que o Estresse que Você Está Enfrentando Não é um Estresse ‘Normal’

Por , em 26.12.2023

De preocupações com um exame importante à ansiedade em um dia de casamento, o estresse é uma realidade constante na vida humana. Contudo, nem todo estresse é igual.

Danyelle Collins-Facteau, uma conselheira licenciada em Thriveworks, localizada em Virginia Beach, esclarece: “De maneira geral, existem dois tipos de estresse: o positivo, conhecido como eustresse, e o negativo, chamado de distress. Vivemos em um mundo onde é impossível escapar do estresse, mas quantidades moderadas do tipo positivo podem ser bastante estimulantes.”

Por exemplo, a sensação de energia que temos antes de uma corrida de 5 km ou o aumento de desempenho em uma apresentação no trabalho exemplificam o estresse “normal”. Este pode ser inesperado ou planejado, mas geralmente é breve e gerenciável, segundo Sheehan Fisher, professor associado de psiquiatria e ciências comportamentais na Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern.

Em contrapartida, o estresse crônico persiste por longos períodos sem um fim definido e pode afetar significativamente um indivíduo, tanto mental quanto fisicamente.

“Nossos corpos estão preparados para lidar com o estresse em doses pequenas. No entanto, é o estresse prolongado ou crônico que pode impactar seriamente o corpo, e nenhum sistema corporal está imune a isso”, afirma Collins-Facteau.

Os gatilhos para o estresse crônico são diversos. Por exemplo, perder os óculos pode ser um estressor menor, solucionável com uma visita ao oftalmologista. No entanto, fatores como problemas de saúde, dificuldades econômicas e morar em áreas de tráfego intenso frequentemente contribuem para o estresse crônico inescapável, explica Collins-Facteau.

Preconceitos enfrentados por comunidades marginalizadas são outra fonte desse tipo de estresse. Discriminação racial, sexismo e homofobia são exemplos típicos de estressores crônicos, pontua Fisher.

Para indivíduos desses grupos, discriminação e microagressões são uma triste realidade – “algo que eles sempre experimentaram”, comenta Fisher. Isso não diminui os efeitos duradouros desse tipo de estresse crônico. Pessoas marginalizadas sabem que estão sempre sujeitas a preconceitos, então, mesmo que episódios reais de discriminação não ocorram diariamente, ainda existe a ameaça constante de que possam acontecer, ele explica.

Terapeutas sugerem estar atentos a certos problemas de saúde se você estiver vivenciando estresse crônico e oferecem estratégias para gerenciar o estresse nocivo de forma eficaz:

Pensamentos Obsessivos que Perturbam o Sono

Estudos indicam que o estresse crônico pode levar a distúrbios do sono, como insônia e qualidade de sono reduzida.

Collins-Facteau observa: “As pessoas geralmente têm dificuldade em relaxar a mente e o corpo”, o que resulta em dificuldades para adormecer e permanecer dormindo.

Imagine um cenário onde dívidas financeiras são um estressor crônico; é difícil simplesmente parar de se preocupar com isso na hora de dormir. A ansiedade pode aumentar ao tentar relaxar para dormir devido à falta de distrações do estressor.

Tensão Muscular Persistente

“A tensão muscular é uma resposta protetora natural do corpo”, explica Collins-Facteau. “É a maneira como o corpo se protege contra dor e lesão.”

Ela acrescenta que o estresse contínuo faz com que os músculos permaneçam tensos, levando a desconfortos, especialmente no pescoço, ombros e costas, além de cefaleias e enxaquecas.

Complicações Digestivas

O estresse crônico pode resultar em uma sensação de nó no estômago e até causar problemas gastrointestinais como a síndrome do intestino irritável, de acordo com Fisher.

Collins-Facteau explica que isso se deve à diminuição do fluxo sanguíneo e do oxigênio para o estômago durante o estresse. Inflamação, cólicas abdominais e desequilíbrio da flora intestinal são outros impactos potenciais do estresse crônico no sistema digestivo.

Ansiedade e Depressão

É evidente que o estresse crônico está intimamente relacionado à ansiedade e à depressão.

Estudos mostram que estressores ambientais como a pobreza podem aumentar a probabilidade de depressão. Da mesma forma, outras formas de estresse crônico, como câncer ou doenças cardíacas, estão associadas a taxas aumentadas de transtornos mentais.

Problemas Cardíacos

“Você provavelmente já ouviu que o estresse pode ser letal, certo?” questiona Collins-Facteau.

Ela adverte que o estresse contínuo pode levar a condições como hipertensão e doenças cardíacas, ressaltando a importância do gerenciamento do estresse.

A Johns Hopkins Medicine aponta que o estresse pode induzir inflamação, o que pode reduzir os níveis de colesterol bom e aumentar a pressão arterial, ambos prejudiciais à saúde do coração.

Além disso, a Associação Americana do Coração destaca a importância de um sono de qualidade para a saúde do coração, frequentemente interrompido pelo estresse crônico, criando um ciclo prejudicial.

Enfrentar o estresse crônico é um desafio, mas existem maneiras de abordá-lo. “Reconhecer os gatilhos do estresse e vê-los como oportunidades de mudança é o primeiro passo”, aconselha Collins-Facteau.

Isso não significa eliminar imediatamente a questão que está gerando estresse crônico, já que isso muitas vezes não é possível. Em vez disso, sugere ajustes no estilo de vida para um melhor gerenciamento do estresse.

Fisher observa que diferentes indivíduos requerem estratégias diversas para gerenciar seu estresse. Alguns podem precisar de relaxamento físico, enquanto outros podem se beneficiar de atividades físicas, como correr ou jogar basquete.

Collins-Facteau sugere manter uma dieta equilibrada, especialmente antes de um dia de trabalho estressante, e manter uma rede de apoio forte.

Fisher também recomenda práticas como mindfulness e meditação para entender o que seu corpo precisa para lidar com o estressor crônico, seja mais descanso, caminhadas na natureza ou socialização.

Por fim, não hesite em buscar ajuda profissional. Se os sintomas do estresse crônico estiverem interferindo em sua vida diária, é crucial buscar ajuda o quanto antes, enfatiza Fisher. [Huffpost]

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