Nunca visto antes: duas estrelas azuis em processo de fusão
Um dos eventos mais raros foi confirmado recentemente: trata-se de um par de estrelas azuis gigantes em um processo de fusão.
Estrelas binárias são mais comuns na nossa galáxia que estrelas solitárias, como o nosso sol. Mesmo assim, este par chamou a atenção dos astrônomos.
Estrelas azuis são estrelas gigantes. Neste par em particular, uma possuía 38 massas solares e a outra 32 massas solares. Elas também são quentes, por isto a cor azul.
O par encontrado, chamado MY Camelopardalis ou MY Cam, está na Constelação da Girafa (“camelopardalis” é o nome em latim para girafa), a uma distância de apenas 1.300 anos-luz, e foi visto pelos astrônomos do Observatório Calar Alto, Almería, Espanha.
A equipe, liderada pelo astrônomo Javier Lorenzo da Universidade de Alicante, descobriu que MY Cam viaja a uma velocidade de um milhão de quilômetros por hora, e completa uma órbita a cada 1,2 dias, um período tão curto que indica que as estrelas estão muito próximas, com suas atmosferas entrando em contato, se misturando.
Este par binário tem algumas outras peculiaridades: é o mais massivo já encontrado, e também com os componentes mais jovens. As estrelas têm menos de dois milhões de anos, ou seja, nem começaram a evolução. Outro detalhe é que elas estão tão próximas que provavelmente seus dias duram o mesmo período da órbita, 1,2 dias terrestres. O nosso sol completa uma rotação em 26 dias.
Os astrônomos acreditam que as estrelas vão se fundir em uma só com 60 massas solares. E aí entra outro fato interessante – este par binário confirma a hipótese de que estrelas maiores se formam a partir da fusão de estrelas “menores”. Até hoje ninguém presenciou estrelas azuis se fundindo. [IFL Science, Universidad de Alicante, National Geographic]