Anomalia do Atlântico Sul parece estar se dividindo

Por , em 29.05.2020

O campo magnético da Terra está enfraquecendo de forma gradual em uma área que se estende da América do Sul até a África. Cientistas usam dados dos satélites da missão Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), para compreender melhor o que ocorre nessa área chamada Anomalia do Atlântico Sul.

O campo magnético da Terra gerado no núcleo líquido do planeta é fundamental para a vida. Esse campo varia em força e direção. Nos últimos 200 anos ele perdeu cerca de 9% de força na média global. Essas reduções são relevantes e são monitoradas. Isso porque o campo magnético protege a Terra de ventos solares e radiação cósmica, além de determinar os polos magnéticos.

De acordo com a ESA, os efeitos mais significativos da Anomalia do Atlântico Sul, no momento, são limitados a interferências em satélites artificiais e espaçonaves na órbita inferior terrestre. Porque ao passar pela região, em especial, podem ser expostos a grande volume de partículas carregadas de radiação. A anomalia não provoca alarme até o momento.

Em constante mudança

De 1970 até agora a força mínima de campo na região caiu de cerca de 24 mil nanoteslas para 22 mil nanoteslas. A área da anomalia também cresceu e se moveu para oeste, cerca de 20 quilômetros por ano. Um segundo centro de intensidade mínima surgiu nos últimos cinco anos no sudoeste da África. Isso indica que a anomalia pode se dividir em duas. Esse novo ponto apareceu na última década e se desenvolveu vigorosamente nos últimos anos.

Ainda é um mistério o motivo de isso estar ocorrendo. O desafio agora é compreender os processos no núcleo do planeta que provocam essas mudanças. Cientistas usam dados dos satélites da ESA para compreender melhor a anomalia.

Especula-se a possibilidade de o atual enfraquecimento representar uma eminente inversão do polo magnético da Terra. Ao longo da história essas trocas de lugar entre polos magnéticos norte e sul ocorreram diversas vezes. Essas mudanças acontecem, aproximadamente, a cada 250 mil anos. De acordo com nota da ESA, embora já estejamos “atrasados” nessa média de tempo, a queda de intensidade pela qual passamos está dentro do que é considerado como níveis normais de flutuação. [Science Alert, ESA]

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