Astronautas sofrem queda “balística” em direção à Terra e sobrevivem
Após uma falha nos propulsores do foguete que transportava uma cápsula Soyuz com um astronauta russo e um norte-americano em direção à Estação Espacial Internacional, a tripulação precisou fazer um pouso de emergência no Cazaquistão.
A missão foi abortada e a tripulação retornou à Terra em um modo de descida balístico, conforme comunicou a NASA, observando que a aterrisagem teria lugar em um ângulo mais íngreme do que o normal.
Mais tarde, a agência espacial informou que Nick Hague e Alexey Ovchinin estavam em boas condições e em contato com as equipes de resgate no solo.
Pouso de emergência
O “modo de descida balístico” é um tipo de aterrissagem que submete a tripulação a forças g mais altas do que normalmente teriam que suportar.
Apesar disso, os astronautas estão familiarizados com este tipo de pouso. Esta não é uma aterrisagem “fora de controle”, mas sim um dos vários modos de descida para os quais as tripulações treinam e para as quais a Soyuz é projetada.
Inclusive, esse tipo de aterrissagem costumava ser a norma nos primeiros dias do voo espacial, no início dos anos 1960.
Hoje, o veículo espacial só entra nesta trajetória se os seus outros sistemas falharem. Isso porque a experiência pode ser dramática.
Balístico, de fato
Grupos internacionais de astronautas viajam frequentemente à Estação Espacial Internacional em lançamentos conjuntos.
Em 2008, a astronauta americana Peggy Whitson, o cosmonauta russo Yuri Malenchenko e o astronauta sul-coreano So-yeon passaram por uma queda balística também, relatando a leitura de 8,2 gs no medidor durante a descida.
Isso significa que a tripulação foi submetida a forças 8,2 vezes maiores que a força da gravidade na Terra. Nesse ambiente, uma pessoa de 68 kg sentiria como se pesasse 558 kg.
Incomum
A última vez que uma missão Soyuz foi abortada foi em 26 de setembro de 1983, quando um foguete foi engolido por chamas na plataforma de lançamento. Os membros da tripulação conseguiram se ejetar no último momento possível. [ScienceAlert, LiveScience]