Causas, prevenção e curas: conheça a ciência por trás da ressaca

Por , em 27.11.2013

Não existe um consenso absoluto entre os cientistas, mas é sabido que a ressaca, essa inseparável companheira da maioria dos bebedores, costuma tomar conta do corpo humano oito a dezesseis horas após a ingestão exagerada de álcool. Em geral, acorda-se com dor de cabeça, uma leve náusea e cansaço, quando não há consequências ainda maiores. Mas como isso funciona?

De início, é preciso definir o que causa uma ressaca. A primeira razão é a desidratação. Quando se enche a cara, o cérebro secreta com menos eficiência a o hormônio antidiurético (ADH, na sigla em inglês), nos levando a urinar mais. Desidratados, continuamos bebendo álcool, um erro que inibe de vez a produção de ADH. Neste momento, passamos por distúrbios eletrolíticos, que levam à quebra da homeostase – grosso modo, é a propriedade que mantém o corpo em condição estável.

Outro motivo é a intoxicação. No fígado, uma enzima produz um componente chamado etanal. Também conhecido por acetaldeído, este líquido é tido como o vilão nº 1 da ressaca, já que em excesso causa aumento dos batimentos cardíacos, suores frios, náuseas e vômitos. Em outras palavras, o pacote completo das ressacas mais bravas.

Há ainda outros males que podem acometer um bebedor. A dor de cabeça, por exemplo, ocorre porque a rápida ingestão de álcool dilata os vasos sanguíneos, incluindo os que alimentam o cérebro, causando fluxo excessivo. Diarreias, por sua vez, podem ser causadas por desequilíbrios nos níveis de serotonina e histamina.

Em um estudo recente, no entanto, pesquisadores foram ainda mais longe. Eles convocaram pessoas para ficar sem comer ou se exercitar desde as quatro horas da tarde e começar a ingerir, às sete da noite, uma mistura de tequila com suco de laranja. Às onze, foram dormir.

No dia seguinte, os cientistas tiraram sangue dos voluntários e descobriram o seguinte: a bebida elevou os níveis de vários anticorpos. Em organismos saudáveis, que não têm agentes externos a combater, estes antígenos acabam causando náusea, tremores, diarreia e sintomas de gripe. Ou seja, nosso corpo combate o álcool como se fosse uma infecção.

Prevenção

O conhecimento da maioria de nós sobre como prevenir uma ressaca se resume a dicas como “esteja de estômago cheio antes de começar a beber”, o que não está completamente errado, mas não torna ninguém invulnerável.

Um estudo britânico, no entanto, parece ter descoberto recentemente um conjunto de moléculas que reproduzem as boas sensações da ingestão de drinques. De maneira simples, estão desenvolvendo um álcool sintético, muito menos tóxico do que o atual. Até que o produto venha à tona, contudo, estamos todos sujeitos aos efeitos negativos, em maior ou menor escala.

Como curar

Dicas como tomar uma canja de galinha ao chegar em casa são comuns na sabedoria popular. A noção recente indica que, como a ressaca é o efeito de uma intoxicação, as melhores curas são as mesmas que se recomendam a pacientes que se recuperam de uma gripe, por exemplo.

Esta página explora alguns alimentos que podem servir para prevenir e curar uma ressaca, elencando os que são comprovadamente bons e os que não passam de ficção. Para o pós-bebedeira, as melhores dicas são água, ovos, banana e sucos de fruta. Por outro lado, café, frituras e torradas são desaconselháveis. E, claro, beber ainda mais não é interessante: você só estará adiando o inevitável. [Regressing / How Stuff Works]

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