Paciente com problema cardíaco tosse coágulo na forma de sua árvore brônquica

Por , em 7.12.2018

Apesar de parecer um sistema de raízes, esta imagem da foto é um modelo perfeito da árvore brônquica de um paciente da Califórnia. O homem de 36 anos sofria com um sério problema cardíaco e tossiu este coágulo.

A imagem foi publicada na revista New England Journal of Medicine, e foi registrada pelos médicos Gavitt A.Woodard e Georg M. Wieselthaler.

O paciente sofria há muito tempo com insuficiência cardíaca, com fração de ejeção de apenas 20%. Isso significa que apenas 20% do seu sangue era movimentado pelo ventrículo esquerdo. O ideal é entre 50 e 70% de ejeção, e pessoas com menos de 40% já sofrem com dificuldade de oxigenação sanguínea. Ele tinha um stent na aorta e um marca-passo permanente.

“Um equipamento Impella de auxílio ventricular foi implantado para gerenciar insuficiência cardíaca aguda, e infusões contínuas de heparina foram iniciadas para a anticoagulação sistêmica”, dizem os médicos na publicação.

Veja abaixo como o Impella ajuda na movimentação do sangue preso no ventrículo:

Sangramento interno

Na semana seguinte o paciente teve vários episódios de hemoptise, expectoração de sangue proveniente dos pulmões, traqueia e brônquios. Ele também teve estresse respiratório e recebeu oxigênio suplementar. Durante uma crise extrema de tosse, o paciente expectorou espontaneamente o modelo da árvore brônquica direita.

O paciente foi extubado e não teve mais episódios de hemoptise, mas uma semana depois faleceu por complicações da sua insuficiência respiratória.

O uso do Impella no coração exige anticoagulantes para deixar o sangue mais fino e prevenir a formação de coágulos. Mas existe o risco de sangramento interno. Neste caso, o sangue do sistema respiratório parece ter se acumulado na árvore brônquica direita, formado um coágulo e depois foi expulsa pela tosse do paciente.

Muitas proteínas fibrinogênio no sangue

A equipe de Wieselthaler examinou o coágulo e percebeu que a arquitetura dos brônquios continuou tão perfeita que foi até possível identificar que ela veio do lado direito. Eles chegaram à esta conclusão ao analisar o número de ramificações e seu alinhamento.

O coágulo provavelmente não se quebrou durante a expulsão porque tinha uma alta concentração de fibrinogênio, uma proteína no plasma que ajuda a formar coágulos.

O paciente estava com uma infecção que piorou sua insuficiência cardíaca e também causou um aumento na quantidade de fibrinogênio no sangue. O resultado foi um coágulo borrachudo.

“Estamos surpresos. É uma curiosidade que você não pode nem imaginar. Quero dizer, isso é muito, muito, muito raro”, diz o Wieselthaler ao Atlantico. [The New England Journal of Medicine, Atlantico, Gizmodo]

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