Descoberta Cósmica: Buraco Negro Gigante Revela Segredos do Universo
Astrônomos fizeram uma descoberta notável: um buraco negro massivo localizado nas regiões mais distantes do cosmos. Essa descoberta oferece aos pesquisadores uma oportunidade sem precedentes de estudar um buraco negro que se formou muito cedo na história do universo, lançando luz sobre a formação e o crescimento desses fenômenos gravitacionais.
Ákos Bogdán, um astrofísico do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica em Cambridge, Massachusetts, que liderou o estudo publicado em 6 de novembro na Nature Astronomy, afirma que essa descoberta “oferece uma riqueza de novas percepções sobre as origens dos buracos negros supermassivos que observamos hoje.”
Esse buraco negro recém-descoberto reside em uma galáxia conhecida como UHZ1, que, quando observada da Terra, parece obscurecida por um aglomerado de outras galáxias. A influência gravitacional desses objetos interpostos amplifica a luz de fontes mais distantes, incluindo a UHZ1, permitindo que os cientistas a observem como ela existia aproximadamente 470 milhões de anos após o Big Bang.
Usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), outros astrônomos capturaram imagens da UHZ1 no espectro infravermelho. Posteriormente, Bogdán e seus colegas utilizaram o Observatório de Raios-X Chandra, um observatório orbital, para analisar o buraco negro usando raios-X emitidos à medida que o gás é atraído para ele.
Com base nas características dos raios-X que emanam da UHZ1, os pesquisadores estimaram que ela abriga um buraco negro massivo com uma massa variando de 10% a 100% da massa combinada das estrelas em sua galáxia hospedeira. Isso é significativamente maior do que os buracos negros encontrados em proximidade com a Terra, como o que está no centro da nossa Via Láctea, que tem apenas cerca de 0,1% da massa das estrelas da galáxia.
Daryl Haggard, um astrofísico da Universidade McGill em Montreal, Canadá, expressou empolgação com a descoberta, observando: “É verdadeiramente notável observar um buraco negro tão massivo em um estágio cósmico tão inicial.”
Essa descoberta desafia uma teoria predominante que propõe que os buracos negros primitivos evoluíram a partir de ‘sementes’ leves, que são relativamente de baixa massa e se formaram quando as primeiras estrelas no universo explodiram. A idade da UHZ1, sendo apenas 470 milhões de anos após o Big Bang, contradiz essa teoria, uma vez que não é tempo suficiente para o universo passar por sua formação, estrelas nascerem e morrerem, e buracos negros se desenvolverem.
Em vez disso, a descoberta apoia uma hipótese alternativa que sugere que os buracos negros primitivos se originaram a partir de ‘sementes’ pesadas criadas durante o colapso de nuvens de gás. Priyamvada Natarajan, coautora do estudo e astrofísica da Universidade Yale em New Haven, Connecticut, descreve isso como evidência convincente para o conceito de semeadura pesada na formação de buracos negros primitivos.
Esta descoberta abre uma nova janela para nossa compreensão do cosmos e do papel desempenhado pelos buracos negros em sua evolução. Os cientistas agora têm a oportunidade de investigar em detalhes como esses gigantes gravitacionais se formaram e cresceram nas fases iniciais do universo. Além disso, ela nos desafia a reavaliar nossos modelos de formação de buracos negros primitivos e a considerar a importância das ‘sementes’ pesadas em seu surgimento.
À medida que continuamos a explorar os mistérios do universo, essa descoberta reforça a ideia de que o cosmos é um lugar de infinita complexidade e surpresa, onde a natureza muitas vezes desafia nossas suposições e nos presenteia com fenômenos cósmicos verdadeiramente notáveis.