Poderia uma nova lei da física apoiar a ideia de que estamos vivendo em uma simulação de computador?

Por , em 10.10.2023

Um físico da Universidade de Portsmouth explorou a possibilidade de uma nova lei da física endossar a controversa ideia de que poderíamos existir como personagens dentro de uma realidade virtual altamente avançada.

A hipótese do universo simulado propõe que nossas experiências humanas constituam uma realidade artificial semelhante a uma simulação de computador, na qual nós mesmos seríamos entidades artificialmente construídas.

Essa teoria ganhou força entre figuras notáveis, incluindo Elon Musk, e tem raízes no campo da física da informação, que sugere que a natureza fundamental da realidade física é composta por bits de informação.

O Dr. Melvin Vopson já publicou pesquisas que propõem que a informação possui massa e que todas as partículas elementares, que são os menores constituintes conhecidos do universo, carregam informações sobre si mesmas, de forma análoga à maneira como os seres humanos possuem DNA.

Em 2022, ele descobriu uma nova lei da física capaz de prever mutações genéticas em organismos vivos, incluindo vírus, e oferecer insights sobre suas potenciais consequências. Essa lei está fundamentada na segunda lei da termodinâmica, que afirma que a entropia, uma medida da desordem em um sistema fechado, pode aumentar ou permanecer constante.

Inicialmente, o Dr. Vopson esperava que a entropia nos sistemas de informação também aumentasse ao longo do tempo. No entanto, ao examinar a evolução desses sistemas, ele observou que ela permanecia constante ou diminuía. Essa descoberta levou à formulação da segunda lei da dinâmica da informação, ou “infodinâmica”, que poderia ter implicações significativas para a pesquisa genética e a teoria da evolução.

Um artigo recentemente publicado na revista AIP Advances explora as ramificações científicas dessa nova lei em diversos sistemas físicos e contextos, incluindo biológicos, física atômica e cosmologia.

O Dr. Vopson, membro da Escola de Matemática e Física da Universidade, afirmou: “Naquele momento, eu reconheci as profundas implicações dessa descoberta em várias disciplinas científicas. O que eu pretendia fazer em seguida era testar a validade da lei e avaliar se ela poderia fornecer um suporte adicional para a hipótese da simulação, transpondo-a do âmbito da filosofia para a ciência convencional”.

Principais descobertas incluem:

Sistemas biológicos: A segunda lei da infodinâmica desafia noções convencionais sobre mutações genéticas, propondo que elas sigam um padrão governado pela entropia da informação. Essa descoberta carrega implicações profundas para áreas como pesquisa genética, biologia evolutiva, terapias genéticas, farmacologia, virologia e vigilância de pandemias.

Física atômica: O artigo esclarece o comportamento dos elétrons em átomos com múltiplos elétrons, fornecendo insights sobre fenômenos como a regra de Hund, que estabelece que o termo com a máxima multiplicidade corresponde à menor energia. Os elétrons se organizam de maneira a minimizar a entropia de informação, oferecendo insights sobre a física atômica e a estabilidade de produtos químicos.

Cosmologia: A segunda lei da infodinâmica é demonstrada como uma necessidade cosmológica, com considerações termodinâmicas aplicadas a um universo em expansão adiabática fortalecendo sua validade.

O Dr. Vopson explicou: “O artigo também oferece uma explicação para a prevalência da simetria no universo. Os princípios de simetria desempenham um papel significativo nas leis da natureza, mas até agora houve pouca explicação para sua ubiquidade. Minhas descobertas propõem que a simetria elevada corresponde ao estado de menor entropia da informação, elucidando potencialmente a inclinação da natureza em direção à simetria”.

Essa abordagem, na qual informações supérfluas são eliminadas, se assemelha ao processo de um computador apagar ou comprimir código desnecessário para economizar espaço de armazenamento e otimizar o consumo de energia. Consequentemente, ela reforça a ideia de que poderíamos estar vivendo em uma simulação.

As pesquisas anteriores do Dr. Vopson sugerem que a informação é o bloco fundamental de construção do universo e possui massa física. Ele até mesmo postula que a informação poderia explicar a misteriosa matéria escura que constitui quase um terço do universo, um conceito que ele chama de “princípio de equivalência massa-energia-informação”.

O artigo argumenta que a segunda lei da infodinâmica fornece suporte para esse princípio, potencialmente confirmando a ideia de que a informação representa uma entidade física equivalente à massa e à energia.

O Dr. Vopson concluiu afirmando: “A próxima etapa para concluir esses estudos exige testes empíricos. Uma possível abordagem poderia envolver o experimento que desenvolvi no ano passado para confirmar a existência do quinto estado da matéria no universo por meio de colisões de partículas-antipartículas – um desenvolvimento que poderia revolucionar nossa compreensão da física.” Com todas essas descobertas e implicações intrigantes, a pesquisa do Dr. Vopson abre novos caminhos para a compreensão do mundo à nossa volta e para a exploração de conceitos fascinantes, como a possível natureza simulada de nossa realidade. [Phys]

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