Conheça o nosso primeiro ancestral placentário
A teoria já é conhecida: durante milhões de anos, os dinossauros reinaram absolutos na Terra. Eis que uma catástrofe natural, por volta de 60 milhões de anos atrás, arrasou com os que ainda restavam e o planeta passou por um período de transição. Na ausência de um grande animal a dominar os continentes, teria emergido o primeiro mamífero.
Agora, uma equipe internacional de cientistas esboçou qual foi este ancestral comum que deu origem a todos os mamíferos que conhecemos hoje.
Baseados na genética e na morfologia dos mamíferos atuais e do passado, os pesquisadores traçaram quem teria sido o fundador da nossa classe. O resultado é um animal pequeno e peludo, com uma cauda longa e coberta de pelos, focinho comprido e dentes afiados. Na gravura, se assemelha a algo entre um guaxinim e uma doninha.
É importante lembrar que este animal teria sido o ancestral apenas de todos os mamíferos placentários, ou seja, aqueles no qual o desenvolvimento do feto acontece internamente, na placenta. Isso exclui da conta os cangurus, por exemplo, que gestam os filhotes na bolsa, ou os ornitorrincos, que botam ovos.
Como este suposto pioneiro dos mamíferos placentários ainda não tem nome, está rolando na internet uma enquete para batizá-lo. Você pode acessar esta página do site Live Science e escolher entre cinco opções de nomes para nosso novo protagonista da evolução.
Pesquisa em duas frentes
Para alcançar o desenho final, os cientistas trabalharam com a ideia de evolução em duas formas. A primeira é via molecular (que analisa a trajetória das cadeias de DNA), que se aplicou na maior parte a animais que ainda vivem hoje, uma vez que não é possível analisar o DNA de fósseis com mais de 30 mil anos de idade.
A outra linha de observação é a morfológica, e diz respeito a indicadores como o formato dos dentes, comprimento dos ossos e estilo do rabo. Neste caso, foi possível utilizar dados de animais já extintos há muito tempo. Existe um banco de dados, chamado morphbank, que organizou mais de 4.500 características morfológicas que podem ser comparadas. No total, 83 mamíferos foram mapeados nestes dois quesitos.
Obviamente, é um grande desafio tentar apontar qual o ancestral de um grupo tão vasto de mamíferos placentários, que vai desde o elefante até o esquilo, passando pelo golfinho e pelo morcego. Por isso, os cientistas dedicaram seis anos estudando ossos, órgãos internos, músculos, pelos, entre outros atributos, até montar uma gigantesca “árvore genealógica”.
Nosso ancestral, segundo os pesquisadores, teria pesado entre 6 e 245 gramas, se alimentaria basicamente de insetos e seria possuidor de um córtex cerebral circinal – com alta quantidade de sulcos-, o que indica desenvolvimento cerebral avançado (pelo menos entre seus contemporâneos).
Tal espécie teria aparecido no planeta entre 200 e 400 mil anos após o sumiço dos dinossauros. Em termos de evolução da Terra, foi “um piscar de olhos” depois. De lá para cá, a classe dos mamíferos se ramificou intensamente, muitos já foram extintos, e todos continuam em constante mudança. [Live Science / Morphbank]
3 comentários
curiosidade: como seria o ancestral direto desse cara aí em cima? muito inquietante a idéia de um ser que não é um mamífero gerando um mamífero.
Primeiro mamífero ‘mamando’ de quem?
Mas os Marsupiais e os Monotrematos? Vieram de um animal diferente então né! Já que eles são diferentes dos Placentários…