É possível ser eletrocutado por seu celular?

Por , em 16.07.2013

Recentemente, notícias de que a Apple está investigando a morte de uma mulher na China, cuja família disse que ela foi eletrocutada após atender uma chamada em seu iPhone enquanto o dispositivo recarregava, preocupou usuários do smartphone em todo mundo.

Também há pouco tempo, uma jovem de 18 anos teve uma grave queimadura quando o seu Samsung Galaxy SIII explodiu em suas calças no trabalho. O que era uma vez um telefone utilizável foi mutilado; a placa do aparelho foi deformada pelo fogo que incendiou severamente a perna da moça.

Será que é possível ser eletrocutado por seu próprio celular?

A morte de Ma Ailun, 23 anos, foi relatada pela primeira vez no último domingo pela agência de notícias chinesa Xinhua. Citando relatórios da polícia e postagens em mídias sociais pela família de Ma, Xinhua disse que a garota caiu no chão na quinta-feira depois de usar seu iPhone 5 enquanto a bateria estava carregando.

“Estamos profundamente entristecidos em saber desse trágico incidente e oferecemos nossas condolências à família de Ma. Nós vamos investigar a fundo e cooperar com as autoridades neste assunto”, disse a Apple em um comunicado.

Se o telefone realmente teve algo a ver com a morte, ainda é inconclusivo. Detalhes do incidente continuam incompletos. A polícia local confirmou que Ma morreu de choque elétrico, mas ainda tinha que verificar se o telefone dela estava envolvido no caso.

No entanto, a notícia levanta questões sobre os possíveis riscos de danos elétricos nos dispositivos que muitos de nós carregam quase todos os momentos.

Chocar ou não chocar, eis a questão

Especialistas dizem que a probabilidade de alguém ser eletrocutado por um smartphone, mesmo quando o dispositivo está carregando, é muito, muito baixa.

Telefones carregados a partir de um cabo USB tem uma tensão de cerca de 5 volts, não o suficiente para prejudicar seriamente uma pessoa. “Temos visto muito poucos incidentes relacionados a choques ou eletrocussão (envolvendo celulares)”, disse Scott Wolfson, diretor de comunicações da Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor dos EUA. “A maior parte de nossa atenção é sobre superaquecimento, fumaça ou fogo”.

Os riscos se tornam maiores quando alguém carrega um telefone com um carregador inferior ou incompatível. Alguns carregadores “falsos” (ou seja, imitações de fabricações de marca) não têm bom isolamento, potencialmente expondo os usuários a superaquecimento, incêndio ou choque elétrico. Em um post recente online, a Associação de Consumidores da China advertiu sobre o mercado no país estar inundado com carregadores falsificados que poderiam transformar um celular em uma “granada”. “Atenha-se a empresa que fez o seu telefone quando você compra produtos”, alerta Wolfson.

Não está claro que tipo de carregador Ma estava usando, embora sua irmã tenha dito que ela comprou o celular em dezembro em uma loja oficial da Apple e estava usando o carregador original quando o incidente ocorreu.

A mistura de smartphones com água é outra preocupação de segurança. A família de Ma disse que ela saiu do banheiro para atender o telefone. A água é um excelente condutor de eletricidade e umidade sobre a pele pode diminuir a resistência natural de uma pessoa a um choque elétrico.

Além disso, choques elétricos envolvendo eletroeletrônicos muitas vezes nada têm a ver com os próprios dispositivos. Em vez disso, podem ser causados por tomadas elétricas sobrecarregadas, cabos de extensão desgastados ou fiação defeituosa em uma casa.

Wolfson disse que consumidores americanos já relataram alguns casos isolados de telefones pegando fogo enquanto recarregavam. Quando se trata de telefones celulares e de segurança, a maioria dos problemas envolve baterias que estouraram ou pegaram fogo sob calor ou pressão – ou seja, o correto é cuidar bem de seu aparelho, não deixando-o em um carro fechado ou levando-o à praia, por exemplo.

Ainda assim, afirma Wolfson, “é um acontecimento raro [um incidente de segurança com um telefone celular]”. [CNN]

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