É isso que pode acontecer com outras crianças quando você não vacina seus filhos

Por , em 16.02.2019

ALERTA: IMAGENS FORTES NO FINAL DA MATÉRIA

Uma mãe sérvia em luto compartilhou sua dolorosa história com o mundo todo recentemente. Ela perdeu sua filha de dois anos para o sarampo em abril de 2018, mas seu caso ficou conhecido mundialmente quando ela enviou fotografias fortes para o Light for Riley, uma página de Facebook de conscientização sobre doenças preveníveis por vacinação, que é administrada pelos pais de Riley, um bebê australiano que morreu de coqueluche em 2015.

A bebê Nadja foi diagnosticada com uma doença autoimune quando tinha um ano, mas tinha perspectiva de ter vida quase normal. Segundo a mãe, Dragana Petrovic, ela precisava ir ao hospital com frequência porque tinha níveis de cálcio muito baixos. Ela também não podia ser vacinada porque os vírus atenuados da vacina seriam o suficiente para causar a doença nela.

Por isso, ela dependia da proteção de grupo para não pegar a doença de outra criança. Para a proteção de grupo funcionar, 95% das crianças devem ser vacinadas. Esta porcentagem está em queda em várias partes do mundo, inclusive na Sérvia, por conta de movimentos antivacina.

“Esperávamos que a imunidade coletiva a protegesse caso houvesse uma epidemia”, escreveu a mãe.

Petrovic compartilhou as imagens de sua bebê gravemente doente para que outros pais e mães vejam as terríveis consequências do sarampo no corpo de uma criança. Você pode conferir as imagens no final desta matéria, mas reiteramos que elas são fortes.

Pegou sarampo no hospital


Nadja pegou sarampo em uma visita de rotina ao hospital. Ela ficava internada com frequência para receber terapia intravenosa para melhorar os níveis de cálcio, e na última visita foi colocada em um quarto com outra criança. Este menino estava com sarampo.

“No momento, meu mundo caiu, eu sabia que ela ia pegar a doença, mas no fundo da minha alma eu esperava que ela não pegasse”, contou a mãe. Dias depois, Nadja começou a apresentar febre alta. “No mesmo dia, de noite, Nadja mergulhou em um sonho do qual ela nunca mais acordou. Ela não comeu, não bebeu, não acordou, ela não respondia mais”.

“Ela ficou pior a cada dia, ela precisava de mais oxigênio e recebemos a confirmação que ela estava contaminada com sarampo”.

Na UTI, ela teve sepsis por duas bactérias diferentes, por isso os tecidos de seu corpo começaram a entrar em necrose. Nas fotografias, isso pode ser observado pela coloração roxa da pele das mãos e pés da criança.

“No dia 4 de abril ela teve uma parada cardíaca, e apesar de todas as ações tomadas, Nadja recebeu suas asas de anjo às 18h30”, descreveu a mãe. “Agora cabe a nós compartilhar sua história para que ninguém sofra como ela. Meu anjo me deixou muito cedo, mas eu vou lutar para que ninguém se esqueça dela e passe pelo que eu passei”.

Petrovic quer que os pais de crianças saudáveis vacinem seus filhos para que eles não passem doenças para crianças imunodeprimidas como Nadja, e também quer que o hospital seja responsabilizado por ter colocado uma paciente com baixas defesas no mesmo quarto que um paciente com uma doença transmissível.

Bebê Riley


Já o bebê australiano Riley morreu de coqueluche com apenas um mês de vida em 2015. Sua mãe conta que ela não foi orientada por seu médico a tomar a vacina contra a doença no terceiro trimestre da gestação, como é a recomendação oficial. Se ela tivesse sido vacinada, seu bebê teria mais chances de sobreviver.

Muitos adultos e adolescentes têm coqueluche sem perceber, pois a doença é muito mais amena em adultos. Por outro lado, ela pode ser mortal para crianças com menos de seis meses. Para prevenir esta doença em bebês, as gestantes, os pais e outros visitantes frequentes de todo recém-nascido devem receber um reforço da vacina dTpa (Refortrix).

A vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação pelo SUS das gestantes no Brasil entre as 27ª e 36ª semanas de gestação. Este período gera maior proteção para a criança, com efetividade de 91%. A mãe, além de se proteger, passa anticorpos para o bebê ainda na barriga, garantindo a imunidade nos primeiros meses de vida.

Já os bebês recebem a vacina pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo B e hepatite B) aos dois, quatro e seis meses de vida. Depois recebem o reforço com a vacina tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) aos 15 meses de vida, e uma última dose aos 4 anos.

A coqueluche é uma doença respiratória muito transmissiva, causada pela bactéria Bordetella pertussis. A transmissão acontece pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou falar. Os bebês doentes apresentam febre baixa e tosse persistente, chamada de tosse comprida. As bactérias comprometem o pulmão e liberam toxinas fortes.

A história de Riley emocionou tantas pessoas na Austrália que médicos relatam na página Light for Riley que o número de pacientes requisitando a vacina cresceu rapidamente nos últimos anos.
[A Science Enthusiast, Daily Mail, Fundação Oswaldo Cruz, Government of South Australia, Justice for Nadja, Light for Riley]

Abaixo estão algumas das fotografias publicadas por Petrovic, mãe de Nadja, como alerta aos pais do mundo todo para que vacinem seus filhos:

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