Estrela anciã surpreende em meio a jovens astros no espaço

Por , em 27.07.2023

Um grupo de astrônomos fez uma descoberta intrigante envolvendo um antigo corpo estelar que inesperadamente invadiu uma reunião de estrelas jovens e quentes. A observação ocorreu em uma região de formação estelar chamada NGC2264, localizada a aproximadamente 2.350 anos-luz da Terra. Embora encontros com estrelas intrusas tenham sido documentados no passado, o aspecto único desta descoberta foi a mistura de uma estrela envelhecida com um aglomerado de estrelas jovens – um fenômeno considerado anteriormente improvável.

O intruso em questão revelou ser uma “Estrela da Ramificação Assintótica” (AGB, na sigla em inglês), um tipo de estrela que se forma quando estrelas com massas próximas à do nosso Sol (ou até 8 vezes mais massivas) esgotam suas reservas de hidrogênio para fusão e continuam o processo de fusão nuclear nas camadas externas. Essas estrelas AGB são conhecidas por gerar quantidades significativas de elementos químicos radioativamente instáveis, como o alumínio-26 e o ferro-60, que liberam em seu entorno através dos ventos estelares.

Os pesquisadores sugerem que a presença desses isótopos no início do sistema solar pode ter contribuído para o desenvolvimento do aquecimento interno de nosso planeta e até mesmo desempenhado um papel no surgimento da tectônica de placas, que sustenta uma atmosfera habitável na Terra. Embora inicialmente se acreditasse que esses elementos radioativos provinham de explosões de supernovas de estrelas massivas próximas do sistema solar, essa descoberta abre a possibilidade de que estrelas AGB possam ser uma origem alternativa. Notavelmente, o enriquecimento por estrelas AGB evitaria o problema da radiação destrutiva que poderia interferir na formação de planetas.

Utilizando dados do satélite Gaia, a equipe localizou a estrela AGB intrusa em NGC2264 e, posteriormente, realizou simulações computacionais para estimar a quantidade de isótopos capturados durante a formação do sistema solar. Os resultados do modelo se alinharam com os níveis medidos desses isótopos encontrados em nosso Sistema Solar, corroborando ainda mais a probabilidade de estrelas AGB serem responsáveis pelo enriquecimento.

Os pesquisadores estão agora ansiosos para explorar mais regiões de formação estelar em busca de casos adicionais de estrelas aposentadas interagindo com estrelas jovens, a fim de avaliar a prevalência desse fenômeno. Para auxiliar tais esforços, eles manifestam interesse no desenvolvimento de uma versão infravermelha do satélite Gaia, que poderia observar melhor as regiões de formação de estrelas jovens.

Em conclusão, essa descoberta desafia suposições anteriores sobre as interações entre estrelas antigas e jovens e oferece novas perspectivas sobre as origens de isótopos cruciais no sistema solar.

Astrônomos ao redor do mundo estão entusiasmados com a recente descoberta de uma estrela antiga desafiando as expectativas ao penetrar uma região de formação de estrelas jovens. Localizado a cerca de 2.350 anos-luz da Terra, o aglomerado estelar NGC2264 revelou-se um palco surpreendente para esse encontro estelar improvável.

A presença dessa “Estrela da Ramificação Assintótica” (AGB) nessa região agitou a comunidade científica, pois antes se acreditava que tal fenômeno não ocorreria. Os pesquisadores estão intrigados com as implicações desses eventos celestes e como eles podem ter enriquecido nosso sistema solar com elementos essenciais. Eles agora se preparam para buscar mais pistas em busca de outras estrelas “aposentadas” entre grupos de jovens estrelas, enquanto aguardam ansiosamente o desenvolvimento de tecnologias avançadas para aprofundar suas investigações cósmicas. [Space]

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