Estudo: aliens podem existir em universos paralelos

Por , em 17.05.2018

De acordo com um estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores da Inglaterra, Austrália e Holanda, há uma boa chance de que vida alienígena exista em um universo paralelo, mesmo que esse universo seja muito mais recheado de energia escura do que o nosso.

A ideia de que nosso universo é apenas um de muitos é conhecida como “teoria do multiverso”.

Parece cada vez mais plausível que vivemos em um multiverso

Essa é uma boa explicação, inclusive, para o “paradoxo de Fermi”: na década de 1950, o italiano Enrico Fermi argumentou que há uma contradição entre a alta probabilidade de existir vida alienígena e a total falta de provas concretas de que a vida inteligente já evoluiu fora do nosso planeta. Dada a elevada probabilidade de vida extraterrestre existir em um universo tão vasto, por que até hoje encontramos nenhum alien?

Bom, eles podem estar em um universo paralelo.

Simulação de universos

Se tais universos paralelos realmente existem, não precisam necessariamente ser como o nosso. Eles também teriam que atender a um conjunto extremamente rigoroso de critérios para permitir a formação de estrelas, galáxias e planetas que promovem a vida.

No novo estudo, os pesquisadores realizaram simulações de computador para construir novos universos sob várias condições iniciais.

Eles descobriram que as condições para a vida podem ser um pouco mais amplas do que pensávamos, especialmente quando se trata da atração misteriosa energia escura.

Energia escura: um problema?

A energia escura é uma força invisível do nosso universo. Enquanto a gravidade puxa a matéria para mais perto, a energia escura a empurra para longe – e também ganha esse cabo-de-guerra cósmico com folga.

Não apenas nosso universo está se expandindo, graças ao impulso constante da energia escura, como a taxa dessa expansão também está se tornando cada vez mais rápida.

Os cientistas não sabem exatamente o que é a energia escura ou como ela funciona, só que ela é abundante. Quase 70% da energia em massa do nosso universo pode ser feita de energia escura. Alguns acham que ela é uma propriedade intrínseca do espaço – o que Einstein chamou de constante cosmológica. Outros a atribuem a uma força fundamental chamada quintessência, com regras dinâmicas próprias. Outros nem sequer concordam que ela é real.

De qualquer forma, os pesquisadores acreditam que, se vivêssemos em um universo com muita energia escura, o espaço poderia se expandir mais rápido do que galáxias poderiam se formar. Já em um universo com pouca energia escura, a gravidade descontrolada poderia fazer com que todas as galáxias entrassem em colapso antes que a vida tivesse chance de aparecer e evoluir.

A vida é persistente

Em vários experimentos, a equipe de pesquisa usou um programa para simular o nascimento, a evolução e a eventual morte de vários universos hipotéticos.

Em cada simulação, os pesquisadores ajustaram a quantidade de energia escura presente naquele universo, variando de nada a várias centenas de vezes a quantidade vista em nosso próprio universo.

A conclusão: mesmo em universos com 300 vezes mais energia escura do que o nosso, a vida encontrou um jeito de evoluir.

“Nossas simulações mostraram que a expansão acelerada impulsionada pela energia escura dificilmente tem qualquer impacto sobre o nascimento de estrelas e, portanto, de lugares para a vida surgir”, disse um dos autores do estudo, Pascal Elahi, pesquisador da Universidade da Austrália Ocidental.

Essa é uma boa notícia para os fãs da vida extraterrestre e da teoria do multiverso. Agora só precisamos dar um jeito de encontrar esses aliens em outros universos – e o último artigo escrito pelo físico Stephen Hawking pode nos ajudar, uma vez que propõe justamente uma forma de testarmos se existem, de fato, outros mundos paralelos ao nosso.

O estudo foi publicado na revista científica Monthly Notices da Royal Astronomical Society. [LiveScience]

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