No namoro online, mulheres atingem o auge aos 18 e homens aos 50

Por , em 18.08.2018

De acordo com um novo estudo americano sobre namoro online, enquanto a atração sexual dos homens atinge o auge aos 50 anos, a das mulheres atinge aos 18 anos e a partir de então apenas diminui.

Auge

Os pesquisadores estudaram quão “desejáveis” homens e mulheres eram na internet, com base em quantas mensagens quase 200.000 usuários (todos buscando parceiros do sexo oposto) receberam em pouco mais de um mês em um “serviço de namoro online gratuito e popular”.

“O gradiente de idade para as mulheres definitivamente nos surpreendeu – diminuiu constantemente dos 18 até os 65 anos, em uma linha íngreme”, disse Elizabeth Bruch, professora de sociologia da Universidade de Michigan (EUA).

Os resultados do estudo ecoam dados compartilhados por um aplicativo de namoro online muito famoso, chamado OkCupid, em 2010. Na época, o serviço descobriu que os homens entre as idades de 22 a 30 centravam seu interesse quase inteiramente em mulheres mais jovens que eles.

OkCupid também relatou que, à medida que um homem envelhecia, procurava por mulheres relativamente cada vez mais jovens. O limite de idade aceitável era algo próximo ou pouca coisa mais velha que sua idade. “A fixação masculina na juventude distorce o namoro online”, concluiu OkCupid.

O que entra em jogo: juventude? Beleza? Educação?

Segundo a psicóloga do desenvolvimento Michelle Drouin, esses resultados alinham-se em partes com as “teorias evolucionistas do acasalamento” nas quais a juventude implica fertilidade. Existem teorias que sugerem, no entanto, que os homens estão menos interessados no potencial biológico e mais interessados na atração física.

Outro fator descoberto pelo estudo no namoro online foi educação: homens ficam mais desejáveis para mulheres quanto maior seu nível educacional enquanto que, para elas, esse benefício termina com um curso de graduação. Ter pós-graduação, na verdade, as torna menos desejáveis.

Bruch esclarece que, hoje em dia, muitas mulheres superam os homens em nível educacional, e as preferências associadas à disponibilidade de parceiros podem impulsionar esses padrões. A dinâmica educacional, por exemplo, pode estar relacionada a “crenças de que níveis mais altos entre as mulheres se traduzem em mais comprometimento no trabalho e menos compromisso familiar e no relacionamento”.

Online x vida real

A Dra. Drouin enfatiza que as preferências das pessoas online refletem sua aspiração, não necessariamente o que elas buscam na vida real.

Uma descoberta importante do estudo foi que a maioria dos usuários enviava mensagens para pessoas que eram mais desejáveis do que eles – 25% mais desejáveis, para sermos exato.

“Essas mensagens online podem ser comparadas aos jogos de azares das máquinas de cassino em Vegas. Pouco investimento pode render muito – então por que não optar por uma chance de maior vitória?”, explica a psicóloga.

Vale observar, todavia, que a internet não revela química. “No mundo real, a mulher com um diploma de pós-graduação que já leu seu livro favorito e fala várias línguas pode ser inegavelmente atraente”, resume.

Os achados do estudo foram publicados na revista científica Science Advances. [NYTimes]

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