Etanol, o natimorto [Opinião]

Por , em 25.07.2008

Quando eu estava na quinta-série, fazia uma experiência na escola em que separava a molécula de água em dois átomos.

Água é a fonte da vida e é usada para apagar incêndios. No entanto, divide-se em dois dos mais poderosos combustíveis que existem na natureza, o oxigênio e o hidrogênio.

Separar moléculas é muito fácil. No caso da água, basta o choque elétrico de uma pilha comum. A chamada eletrólise.

Eu sempre pensei: por que não existem motores movidos à água? Bastaria encher um tanque de água comum, que após uma eletrólise provocada pela própria bateria do carro, separaria o hidrogênio e o oxigênio, que serviriam para propulsionar o veículo.

Além de ser um produto extremamente barato e fácil de achar em qualquer lugar, bastando que se abra uma torneira, o resultado final da combustão do hidrogênio, por exemplo, seria exatamente… água de novo.

Nos anos 80, até ouvi falar em alguém que conseguiu fazer um carro movido à água, mas não se tocou mais neste assunto.

Ouvi falar também que Henry Ford não gostava de petróleo, por ser muito poluente, e queria fazer um carro elétrico. Ele iniciou o projeto, mas foi dissuadido em circunstâncias misteriosas, continuando a produzir carros movidos a petróleo.

A partir daí surgiram alguns projetos de carros solares, carros elétricos, mas sempre havia aquela queixa de que os melhores carros são mesmo aqueles movidos a gasolina, portanto ninguém conseguia inventar um carro melhor.

Quando surgiu o carro movido à álcool [etanol], esta foi a primeira alternativa mundial aos automóveis movidos a gasolina.

O problema é que o álcool era caro demais e precisou ser subvencionado pelo governo.

Parece que hoje não existe mais este problema. Tem gente produzindo etanol em todo canto e ninguém reclama da potência dos carros. Os Fórmula Indy correm a 360 km/h com etanol.

Qual é a sua opinião? Comente!

Portanto, o tal “biocombustível” parece matar dois coelhos com uma cajadada só: resolve o problema de um combustível caro e não-renovável e resolve o problema ambiental, pois o etanol é menos poluente que o petróleo, embora também seja um tanto poluente. E além de um pouco poluente, não resolve o problema do efeito estufa, pois cada acelerada de Michael Andretti ou da sua vó que tem um fusquinha movido a álcool colabora para deixar o planeta um pouquinho mais quente.

Mas tudo bem: entre petróleo e etanol, ninguém tem dúvidas de que o etanol rala o petróleo fácil fácil em qualquer aspecto.

Mas e os carros elétricos, foram deixados de lado?

Em parte, a busca pelo carro solar parece infrutífera. A energia solar é cara e pouco eficiente. Existiria alguma alternativa à energia solar?

[Observação: estamos falando apenas em energia para impulsionar pequenos veículos, deixando de lado a energia para botar as cidades em funcionamento, como as energias hidrelétricas ou termelétricas como aquelas produzidas em usinas nucleares ou a carvão].

Desde o início do século XX, físicos quânticos acreditavam no que eles chamavam de “energia física”, sobrepujando a “energia química”, como o petróleo ou biocombustível.

Quando Einstein apareceu com seu E=MC², surgiu a bomba de fusão nuclear.

Poucas pessoas entendem a diferença entre fissão nuclear e fusão nuclear. Fissão nuclear é quando um átomo pesado tipo plutônio é dividido ao meio. A divisão do átomo gera uma quantidade enorme de energia, mas deixa resíduos. Portanto, a energia produzida a partir da fissão nuclear é muito barata, mas deixa resíduos que se dissipam na natureza após 500 mil anos. Sem considerar o perigo que uma usina nuclear representa. Por exemplo, se as usinas de Angra forem para o beleléu, levarão junto as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Já a fusão nuclear, como o termo indica, representa a fusão de dois átomos. Como acontece no Sol, onde o hidrogênio se funde para formar o hélio, gerando aquela energia toda que garante a vida na Terra. A energia de fusão nuclear é oito vezes mais potente que a de fissão nuclear e não deixa nenhum resíduo, por isto é chamada de energia limpa.

O problema é que ninguém ainda conseguiu construir uma usina de fusão nuclear, porque a energia produzida é tão forte que derreteria a usina. Alguém já conseguiu evitar que a energia resultante de fusão nuclear mandasse uma usina pelos ares, através de tecnologia avançada que poucos especialistas entendem. Mas isto resultou numa energia tão cara que ainda não vale a pena construir usinas de fusão nuclear em lugar nenhum. No entanto, as vantagens desta energia seriam tão grandes que muitos países estabeleceram um pacto para investir nesta pesquisa, inclusive o Brasil.

Porém, a pesquisa de energia física não termina com a fusão nuclear. Pois tem gente tentando produzir energia a partir de fusão de antimatéria. Esta energia ainda não foi produzida porque não há tecnologia capaz de produzir antimatéria em estado puro. Mas isto é uma questão de tempo. Mais cedo ou mais tarde algum nerd aparece com uma fórmula em que demonstrará a possibilidade de se obter energia a partir de antimatéria, assim como Einstein apareceu com seu E=MC².

Mas espere aí: eu não estava falando a respeito de energia para mover seu Fusca? O que usinas de fusão nuclear ou usinas de antimatéria têm a ver com isto?

Acontece que seria possível produzir energia física em pequenos compartimentos. Cada automóvel poderia tranquilamente comportar pequenos reatores de fusão nuclear ou antimatéria, num futuro distante. Mas todo futuro distante se torna logo presente. Um exemplo: submarinos nucleares. Um submarino nuclear custa o olho da cara. Porque seu objetivo não é utilizar energia não-poluente ou barata, mas sim ficar mais tempo debaixo d’água. É por isto que a energia nuclear em pequena escala fica restrita a uso militar.

Porém, com o advento da energia física, seria possível construir outros veículos movidos por este tipo de propulsão, pois os valores seriam baixos e estes veículos trariam poluição zero.

E mais: as usinas hidrelétricas, termelétricas ou termonucleares estariam com os dias contados, pois os reatores limpos e baratos seriam vendidos em supermercados, ao lado da seção de celulares. Um único reator de antimatéria geraria energia suficiente para manter uma residência funcionando por um ano seguido ou mais.

É por isto que digo que o etanol é um bebê natimorto. Estão gastando muitos recursos para investir em pesquisas e mais pesquisas sobre o etanol e o sonho do presidente Lula é botar etanol em todos os países do mundo. Etanol, não esqueça, com tecnologia brasileira, diferente do etanol norte-americano, que é mais poluente e menos produtivo.

No entanto, o presidente Lula [ou mais especificamente seus auxiliares] estão esquecendo que as pesquisas com energia física estão bastante avançadas. O Large Hallidron Collider, da Suíça, entre outros institutos de pesquisa, em breve poderão divulgar resultados que vão sepultar toda a energia química do mundo, seja a fissão nuclear, seja o petróleo, seja o etanol. Daí o Lula vai ficar com cara de tacho ao insistir numa coisa que pode ter os dias contados.

Por isto, eu acho que não apenas o Brasil, como os outros países, que querem se livrar do petróleo e das energias sujas, deveriam ficar bastante atentos a tudo que se pesquisa sobre obtenção de energia, em todas as universidades e institutos de pesquisa do mundo.

Até mesmo a energia química pode sofrer um golpe de um dos ancestrais do petróleo e do etanol, junto com o carbono: eu falo a respeito do hidrogênio. Agora é oficial. O hidrogênio como combustível saiu das salas de aula e começará a ganhar as ruas já a partir do próximo ano. Os japoneses tomaram coragem e enfim vão produzir automóveis movidos a hidrogênio em escala comercial. Hidrogênio obtido de onde? Da água.

Os homens que faturam bilhões e bilhões com petróleo e etanol já estão perdendo o sono. E qual será o resultado da substituição do combustível da frota mundial, num prazo curto? Que será feito destes bilhões investidos em etanol e petróleo, em um país como o Brasil, por exemplo, em que o governo vive a esquizofrenia de rodar o mundo falando das maravilhas e milagres do etanol, ao mesmo tempo em que a Petrobrás descobre campos gigantescos de petróleo semanalmente? Daqui a pouco vão anunciar que o Brasil tem a maior reserva de petróleo do mundo, mas esse petróleo não vai acabar servindo para nada ou quase nada, a não ser que se converta tudo em polímeros. Para quem não sabe, o petróleo, descoberto pelos mesopotâmios 5 mil anos atrás, é transformado em milhares de produtos. A roupa que você usa, o detergente que com que sua avó lava a louça, produtos farmacêuticos e até mesmo o silicone das celebridades. Tudo vem do petróleo.

A produção de etanol também pode ser adaptada.

Resolvidos estes problemas, vai sobrar apenas um. Aliás, o pior de todos.

Dê energia potente e barata para 7 bilhões de habitantes, e o que será do nosso planeta? O aquecimento global dará lugar à ferveção ou ebulição global. O planeta será transformado num inferno.

Que os nerds que sonham em vender baterias físicas ultra-poderosas, a preços iguais aos de telefones celulares, em supermercados, não se esqueçam disto.

Visite o blog do Rynaldo Papoy.

21 comentários

  • kibern:

    A prosposito dos motores de explosao a hidrogenio, o principal problema desses motores e a corrosao, e como todos os outros a gases tb o problema da lubrificação e temperatura interna.
    Eu sei o caso da bmw que já desenvolve esse tipo de motores a + d 20 anos,
    e neste momento existe o bmw 750hl, que e comercializado na alemanha, e pode ser abastecido com H2, em alguns dos postos da TOTAL.
    H2 combustivel do futuro..

  • MARCOS:

    O etanol é incontestavelmente uma forma de energia limpa para o momento atual já que diz respeito à energia da biomassa. Todo o gas carbônico emitido é absorvido pelas plantas que nascerem em novas plantações de cana ou milho, Sendo assim é errado afirmar que o combustível etanol contribui para o aquecimento global.

    O processo de crescimento das plantas demanda energia luminosa solar que no processo da fotossíntese é armazenada na sacarose ou glicose ou celulose, então a energia armazenada nas ligações químicas do alcool oriundo do processo de fermentação é originária dessa energia. Aproveitar a energia solar não se restringe apenas às placas fotovoltaicas ou témicas(energia eletromagnética). A biomassa é uma forma eficiente de aproveitar a energia solar (convertida em energia quimica).

    Romper a ligação química da molécula de água para produzir gas hidrogênio gasta tanta energia quanto a que seria produzida com a queima do h2 resultante. Qualquer estudante de química do segundo grau sabe disso. Então essa não seria uma forma interessante de produzir hidrogênio com propósito energético. Poderia se pensar em p.ex. modificar o código genético de bactérias para produzi-lo em larga escala (li isso em uma edição da cientific american não lembro em que edição foi)
    Ou retirar hidrogênio de moléculas onde ele estivesse mais fracamente ligado (etanol).

    Todo mundo fala mal do petroleo e no que se refere à poluição do meio ambiente pode se estar correto. porém vale lembrar que boa parte dos produtos tão essenciais à nossa existência confortável na terra como remédios,móveis,calçados,tintas,plástico,roupas,asfalto etc e etc provém do petróleo.

    No que se refere ao uso de eletricidade em veículos,
    Existem projetos interessantes de carros movidos a eletricidade como
    o Volt da GM (híbrido) ou o Shelby Ultimate Aero EV com velocidade acima de 385 km/h dois motores elétricos 500cv cada,com baterias de lithiun-ion regarregáveis em tomadas de 127v e autonomia de 370 quilômetros. Esses projetos estão aparecendo rápido não podemos vê-los nas ruas porque a maioria ainda está em fases de desenvolvimento.
    A eletricidade em alguns paises pode ser até um problema ambiental já que suas fontes são de termelétricas a carvão ou petróleo.

    Segundo o que li a respeito do motor a ar (feito por um mecânico do ES)ele é ineficiente já que com 10 cilindros produz parcos 70 cv de potência.
    Ele necessita da força de dois cilindros para recarregar com 70% do ar que consome, o tanque de ar comprimido.
    Motores diesel ou biodiesel de 8 cilindros produzem uns 500 cv .

    Quanto à energia nuclear por fusão, existe um projeto para isso na França, o ITER que será o maior reator de fusão experimental do mundo espera se que esteja operando em 2036. E tecnicamente falando, o funcionamento desses dispositivos é muitíssimo complicado pra falar em dispositivos portáteis; demandaria altíssimo conhecimento científico e um consórcio de muitos países.

    A ANTIMATÉRIA (eletrons positivos, protons negativos) É O OPOSTO DA MATÉRIA e ela não está facilmente diponivel. ja ouviram falar da matéria escura que existe no universo? e está a uns bons bilhoes de anos luz de distância quem vai lá buscar?
    Um “reator de antimatéria” não produziria energia eterna precisaria ser alimentado com antimatéria e matéria. em STAR TRECK isso não é muito bem explicado.
    Referindo -me ao que está escrito no artigo, acho que nao existe antimatéria que não seja pura. Pra nao ser pura teria que estar misturada com a matéria e isso penso eu é impossivel. Ela sim é capaz de gerar uma quantidade estrondosa de energia quando reage com a matéria (eletrons negativos, protons positivos) , porém teoricamente é extremamente inviável produzir antimatéria. Exige – se aceleradores de partículas e essas geringonças consomem uma quantidade enooorme de energia elétrica. A quantidade de antimatéria que se produziu em aceleradores de partículas até onde sei era tão pouca que daria apenas para aquecer uma chaleira de agua.

    O propósito do LHC vulgo ”grande colisor de hadrons’ é tentar recriar as fraçoes de segundos após o início da singularidade que todos conhecem como big bang. Comprovar a existência das particulas elementares boson de higgs que existem apenas nas teorias dos gênios desse planeta. E quando à teoria complexa das cordas que ainda nao consegui digerir direito não imagino como poderá ser comprovadas no LHC.

    E leiam mais revistas de prestígio como a cientific america
    A super é meio lega.

  • Eyclides F. Barbosa:

    Você já viu alguns vídeos do you tube que explicam como fazer um carro com motor a gasolina, andar com um gas abtido através da eletrólise da água?
    Se nao viu, procure. É bem interessante.
    Quem sabe funcione?

  • admin:

    Vovô, cavalos peidam metano. Gás que contribui para o efeito estufa.

  • Vovô 78…:

    Quando se fala em energia limpa e renovável, eu acredito que os grandes cientistas acabarão concordando que o veículo mais adequado, menos poluente e ecológicamente correto, depois da bicicleta seria uma carroça puxada por um cavalo.

    • Lucas Samuel:

      Talvez no final senhores, nossa enorme Asgard, digo, sociedade superior, tenha que voltar ha alguns modos “primitivos”. Ao menos parcialmente. Bicicletas, motores elétricos e etanol são ainda as coisas mais viáveis. Se não o usarmos e ficarmos presos a desenvolver algo superior e menos poluente, não teremos muito o que salvar no planeta. Temos que investir no que já temos antes de tudo.

  • KELLY:

    Etanol não é energia limpa. Mais florestas estarão sendo derrubadas dando lugar às monoculturas. Fora o trabalho escravo nos canaviais. Eu simplesmente não entendo a propaganda ecológica do dito cujo.

  • Ademir:

    Eu particularmente considero o Hidrogenio, a energia do futuro. Há alternativa melhor para popluição zero? talvez o carro elétrico.

  • Mr. E:

    Falta termodiâmica no assunto: Hidrogênio não é fonte de energia ( a energia que ganha na queima é igual à gasta na eletrólise), e sim um meio de “transportá-la” (muito ineficiente, por sinal… um tanque cheio de H2 fica vazio sozinho se parado por alguns dias, devido à permeabilidade dos materiais em geral ao H2… e perigoso!)

    Dar energia às pessoas não provoca “aquecimento global” – em geral se refere aos efeitos do CO2 na absorção de raios cosmicos pela terra (o exemplo dos prédios em SP foi um “aquecimento localizado”, não global);

    Mas mesmo assim pode-se pensar em meia duzia de coisas ruins que podem acondecer se houvesse disponibilidade infinita de energia, embora eu acredite que os efeitos positivos disso sejam muito maiores.

    E o etanol pode resolver sim muitos problemas causados pela queima de combustível fóssil a curto prazo.

    E a amazônia não é o pulmão do mundo.

  • Hilton:

    Só para complementar a respeito de carros movidos a eletricidade, no caso bateiras, temos uma solução inteiramente nacional que eu não poderia deixar de mencionar.
    O link abaixo leva ao site da Itaipu Binacional, que pra quem não sabe é a maior hidrelétrica do mundo e orgulho nacional.
    Além de produzir energia se preocupa ( e muito ) com o meio ambiente.
    Eu mesmo vi este carro em funcionamento, e tem um único defeito : é muito silencioso. Brincadeira….
    Espero que este veículo entre logo no mercado.

    http://www2.itaipu.gov.br/ve/

  • Rynaldo Papoy:

    Veruska, vamos lá.

    Desde que me entendo por gente, minhas opiniões são polêmicas porque fogem ao senso comum.

    “Até achei estranho o Hype publicar um artigo escrito com tantos “achismos”, falta de critérios, sem informações precisas, erros conceituais básicos e com uma forma de escrita que considero inadequada.”

    O Hype deixou claro, no próprio título, que era uma opinião e não um artigo científico. Já publiquei artigos vastamente baseados em fontes e cheguei a traduzir textos em inglês e alemão para poder publicar nos artigos.

    “O etanol tem sim muitos pontos negativos e não existe um consenso mundial de que o etanol seja uma melhor alternativa, mas sim uma nova opção ao petróleo que está escasseando. Não estou afirmando que um seja melhor do que outro, mas se quiser afirmar que o etanol é melhor deveria fundamentar melhor suas afirmações.”

    Desta vez, se quer dizer que petróleo e etanol tanto faz, quem deve basear sua opinião é você, totalmente fora do senso comum. Nunca ouvi alguém dizer que etanol e petróleo davam na mesma.

    “Projetos de carros elétricos existem pelo mundo todo e vários já apareceram no próprio HypeSciente”.

    Uma coisa é carro conceitual, outra, carro produzido e vendido em larga escala. Após 100 anos, já deveriam estar ocupando as ruas.

    Hiroshima e Nagasaki sofrem os efeitos da bomba até hoje. Li na Revista Superinteressante que Chernobyl só ficará totalmente limpa em 500 mil anos.

    ““Alguém já conseguiu evitar que a energia resultante de fusão nuclear mandasse uma usina pelos ares, através de tecnologia avançada que poucos especialistas entendem. Mas isto resultou numa energia tão cara que ainda não vale a pena construir usinas de fusão nuclear em lugar nenhum.” Pode até ser verdade. Mas novamente: cadê as fontes? Não estou mais falando apenas de credibilidade, mas agora estou dizendo que o texto ficaria mais interessante com informações complementares. Do contrário é um monte de pensamentos do autor cuspidos ali no ciberespaço. Se quiser me passar alguma opinião, me prenda na leitura ao menos.”

    Eu li isto no livro de física da minha sobrinha.

    “‘Cada automóvel poderia tranquilamente comportar pequenos reatores de fusão nuclear ou antimatéria, num futuro distante.” Será mesmo? Com o potencial explosivo destas duas formas de energia é mais possível que nunca venha a existir o uso pessoal de reatores nucleares/antimatéria. Imagina só se um adolescente de 16 anos decide fazer uma “travessura” explodindo o vaso sanitário sua escola e descobre no google do ano 3 mil como fazer um bomba com o reator portátil que comprou no mercado. Sem querer ele acaba explodindo não só a escola, mas também o quarteirão inteiro.

    Já ouviu falar em Columbine?

    “Um único reator de antimatéria geraria energia suficiente para manter uma residência funcionando por um ano seguido ou mais.” Se é um GERADOR por que daria energia por um ano? Se é um gerador, gera sempre. A não ser que você esteja falando de uma bateria de antimatéria.”

    Agora vai questionar uma palavra? Está querendo achar cabelo em ovo.

    “Comparar o etanol com combustíveis da ficção científica não é apenas injusto, mas quimérico. A ciência tem o pé no chão e sabe que grandes avanços levam muito tempo para serem alcançados. O etanol é uma alternativa para o hoje e agora e não para o próximo livro do Arthur C. Clarke. Todo bom leitor de ficção científica, ou qualquer outro tipo de ficção, deve saber separar ficção de realidade, Rynaldo.”

    Na década de 40, quando surgiram os computadores e não se conheciam os transistores, diziam que no ano 2000 haveria cinco computadores no mundo. Então o pessoal da Bell inventou o transistor e tudo mudou, da noite para o dia.

    Também dizia que voar era impossível.

    “O LHC tem o propósito de fazer pesquisa básica apenas. A pesquisa básica ou fundamental é o princípio de avanços que duram anos serem tornadas realidade. Estou falando de décadas, séculos. Pensar que o LHC vai resolver os problemas energéticos da humanidade não é apenas exagerada, mas mal concebida. Nenhum acelerador de partículas criou uma revolução em campos práticos, até onde tenho notícia, mas apenas no campo fundamental do entendimento teórico. Não estou desmerecendo seus avanços, mas os colocando no seu devido lugar.”

    O LHC pretende descobrir novas partículas e até mesmo tentar provar a existência das supercordas.

    “Dê energia potente e barata para 7 bilhões de habitantes, e o que será do nosso planeta? O aquecimento global dará lugar à ferveção ou ebulição global. O planeta será transformado num inferno.” Está falando das “super-mega-ultra” baterias termonucleares e de antimatéria? Como já foi comentado anteriormente, essa afirmação não faz sentido. Se a energia é limpa (ou mais limpa) porque o aquecimento global, que muitos cientistas pensam que é puro alarme da mídia, iria piorar?”

    Você não leu meu comentário anterior. Não é só poluição que causa aquecimento global.

    “Não foi somente por causa destes detalhes que foi sofrível a leitura deste artigo. A organização do autor entre seus parágrafos também faz pouco sentido. Um parágrafo deve começar e completar um tópico ou idéia relacionada ao tema do artigo. Mas a estrutura deste texto está um pouco confusa, com parágrafos demais, ao meu ver.”

    Não é um artigo, mas uma opinião. E a questão dos parágrafos não merece resposta. Se tivesse uma foto minha, como o Marcelo costumava fazer antes, a moça iria dizer que eu deveria ter penteado o cabelo.

    Veruska, leia meus artigos anteriores [tenho tanto artigos como outras opiniões, como esta] no Hypescience, quem sabe minha organização de parágrafos lhe agrade mais.

    A propósito: uma vez escrevi um artigo sobre um livro e o editor do site reclamou que tinha fontes demais… vai entender!

  • Edson:

    Bem…. A Veruska ai em cima esta coberta de razao.
    Quero acrescentar que aqui no Japao este ano, ja teremos a venda ( Poucas unidades) de carros movidos a Hidrogenio. Centrais de distribuicao de gaz por bairros ja existe, e a proxima dentro de 10 anos teremos Micros Reatores Nucleares da Toshiba para abastecer residencias, ou Bairros,
    Por enquanto fico com meu PRIUS que alem de usar as rodas para carregar as baterias, e muitissimo pao duro para beber gasolina. Posso rodar so com a bateria e usar gasolina com conta gotas, alem dele mesmo estacionar sosinho em qualquer vaga.
    Edson

  • Andrew:

    Nao adianta… o motor movido a água existe desde 1970 se não me engano, já existe motor a ar, todos alternativas 100% limpas e eficientes, tem motor a hidrogenio, a BMW desenvolveu um carro com maxima de 311Km/h movido a hidrogenio… mas o homem nunca trocou o combustivel sujo, porque? PORQUE DA DINHEIRO $$$$. Imagina se os carros fossem movidos a água… Os ricassos donos do petroleo iriam a falencia, os produtores de etanol, etc. Voce simplesmente iria abastecer tendo uma torneira. E capaz ainda da agua subir de preço soh pra que novos “controladores” ganhassem mais e mais dinheiro. Tudo gira em torno do dinheiro, a própria ciência gira em torno do dinheiro. Nenhuma pesquisa cientifica vai pra frente se nao houver investimento. E esse investimento só eh feito se gerar retorno… O etanol significa muito dinheiro para esse tipo de gente, é por isso q eu acho q o etanol ainda tem um longo periodo na posição de “novo petróleo”.

  • Veruska:

    Eu realmente quero fazer uma crítica construtiva e me desculpar de antemão. Não pretendo ofender o Rynaldo ou a equipe editorial do site. Entendo que textos com opinião são importantes, mas o autor falhou em vários aspectos neste texto, ao MEU ver.

    Encontrei vários pontos falhos neste artigo. Até achei estranho o Hype publicar um artigo escrito com tantos “achismos”, falta de critérios, sem informações precisas, erros conceituais básicos e com uma forma de escrita que considero inadequada.

    Entendo que o autor poderia usar menos “ouvi falar” e procurar a fonte de suas afirmações. Ouvimos muitas coisas durante o dia e grande parte delas é imprecisa ou simplesmente errada. Se o autor quer passar credibilidade para seus leitores deve, em primeiro lugar, buscar na fonte para corroborar o que fala.

    “entre petróleo e etanol, ninguém tem dúvidas de que o etanol rala o petróleo fácil fácil em qualquer aspecto” Essa afirmação parece querer forçar uma opinião nos seus leitores. O etanol tem sim muitos pontos negativos e não existe um consenso mundial de que o etanol seja uma melhor alternativa, mas sim uma nova opção ao petróleo que está escasseando. Não estou afirmando que um seja melhor do que outro, mas se quiser afirmar que o etanol é melhor deveria fundamentar melhor suas afirmações.

    “Mas e os carros elétricos, foram deixados de lado?” Eles não foram deixados de lado. Projetos de carros elétricos existem pelo mundo todo e vários já apareceram no próprio HypeSciente (https://hypescience.com/carro-futuristico-real-aparecera-em-novo-filme-star-trek/). Esse aí do link, por sinal, já está aceitando pedidos. Sem falar que os carros híbridos, muito vendidos nos EUA, apesar de não serem exclusivamente elétricos, tem um motor elétrico que os impulsiona quando o seu proprietário quer usar este tipo de energia ou até enquanto houver carga suficiente nas baterias.

    “A energia solar é cara e pouco eficiente.” Isso é verdade, mas porque a maneira de coletá-la ainda está evoluindo. As células fotoelétricas absorvem um percentual baixo da energia solar. Mas isso está mudando em rápida progressão e é sim possível que o sol venha abastecer veículos no futuro.

    500 mil anos para descontaminar os resíduos da fissão nuclear? Tem certeza? Como existem pessoas morando em Hiroshima e Nagasaki já se as cidades ainda estivessem contaminadas? As bombas foram lançadas há apenas 63 anos. Sim, aquelas bombas eram de fissão. http://en.wikipedia.org/wiki/Hiroshima_bomb A bomba de fusão também é chamada de bomba de hidrogênio ou termonuclear.

    O fato do autor não mencionar fontes para suas afirmações denota que o artigo foi escrito com informações puramente de memória, que sabemos serem muito falhas em geral. Sugiro que, antes de escrever outro artigo de cunho científico faça uma breve verificação de suas afirmações. Do contrário é muito difícil ter credibilidade nas afirmações. Isso me deixou furiosa pois o HypeScience é um “formador de opiniões” e não pode expor seus leitores a este tipo de texto.

    “Alguém já conseguiu evitar que a energia resultante de fusão nuclear mandasse uma usina pelos ares, através de tecnologia avançada que poucos especialistas entendem. Mas isto resultou numa energia tão cara que ainda não vale a pena construir usinas de fusão nuclear em lugar nenhum.” Pode até ser verdade. Mas novamente: cadê as fontes? Não estou mais falando apenas de credibilidade, mas agora estou dizendo que o texto ficaria mais interessante com informações complementares. Do contrário é um monte de pensamentos do autor cuspidos ali no ciberespaço. Se quiser me passar alguma opinião, me prenda na leitura ao menos.

    ‘Cada automóvel poderia tranquilamente comportar pequenos reatores de fusão nuclear ou antimatéria, num futuro distante.” Será mesmo? Com o potencial explosivo destas duas formas de energia é mais possível que nunca venha a existir o uso pessoal de reatores nucleares/antimatéria. Imagina só se um adolescente de 16 anos decide fazer uma “travessura” explodindo o vaso sanitário sua escola e descobre no google do ano 3 mil como fazer um bomba com o reator portátil que comprou no mercado. Sem querer ele acaba explodindo não só a escola, mas também o quarteirão inteiro. Mais plausível seria pensar que este tipo de produção de energia ficará sempre no campo industrial e o carro poderá ser abastecido com o resultado desta produção. É claro que grandes naves estrelares terão seu próprio reator, mas isso entra na categoria “uso militar” ou algo do gênero, como o autor menciona.

    “Um único reator de antimatéria geraria energia suficiente para manter uma residência funcionando por um ano seguido ou mais.” Se é um GERADOR por que daria energia por um ano? Se é um gerador, gera sempre. A não ser que você esteja falando de uma bateria de antimatéria. É isso? Outra coisa: É impossível precisar esse tipo de informação, pois não se sabe, nem de longe, o suficiente para afirmar nada sobre um possível gerador/bateria portátil de energia de antimatéria.

    Etanol não é um bebê natimorto. O autor está falando aqui de tecnologia que não será possível criar nos próximos cem, talvez 500 anos. Talvez nunca. Por isso o etanol tem o seu lugar no quadro dos combustíveis veiculares sim. A eletricidade, por enquanto, é pouco eficiente; o petróleo escasso. É por isso que se aposta em biocombustíveis, porque eles são renováveis, suficiente comburentes e não dependem de servas minerais que podem se esgotar.

    Comparar o etanol com combustíveis da ficção científica não é apenas injusto, mas quimérico. A ciência tem o pé no chão e sabe que grandes avanços levam muito tempo para serem alcançados. O etanol é uma alternativa para o hoje e agora e não para o próximo livro do Arthur C. Clarke. Todo bom leitor de ficção científica, ou qualquer outro tipo de ficção, deve saber separar ficção de realidade, Rynaldo.

    “O Large Hallidron Collider [LHC], da Suíça, entre outros institutos de pesquisa, em breve poderão divulgar resultados que vão sepultar toda a energia química do mundo”. O LHC tem o propósito de fazer pesquisa básica apenas. A pesquisa básica ou fundamental é o princípio de avanços que duram anos serem tornadas realidade. Estou falando de décadas, séculos. Pensar que o LHC vai resolver os problemas energéticos da humanidade não é apenas exagerada, mas mal concebida. Nenhum acelerador de partículas criou uma revolução em campos práticos, até onde tenho notícia, mas apenas no campo fundamental do entendimento teórico. Não estou desmerecendo seus avanços, mas os colocando no seu devido lugar. http://en.wikipedia.org/wiki/Research#Basic_research

    “Dê energia potente e barata para 7 bilhões de habitantes, e o que será do nosso planeta? O aquecimento global dará lugar à ferveção ou ebulição global. O planeta será transformado num inferno.” Está falando das “super-mega-ultra” baterias termonucleares e de antimatéria? Como já foi comentado anteriormente, essa afirmação não faz sentido. Se a energia é limpa (ou mais limpa) porque o aquecimento global, que muitos cientistas pensam que é puro alarme da mídia, iria piorar?
    Não foi somente por causa destes detalhes que foi sofrível a leitura deste artigo. A organização do autor entre seus parágrafos também faz pouco sentido. Um parágrafo deve começar e completar um tópico ou idéia relacionada ao tema do artigo. Mas a estrutura deste texto está um pouco confusa, com parágrafos demais, ao meu ver.

    Espero que o HypeScience pense bem antes de publicar outros artigos assim.

    Me desculpem se fui demasiadamente crítica, mas não “me agüentei”.

    Desculpe também, Rynaldo, tudo isso é parte do meu ponto de vista, não quero que ninguém aceite o que disse e muito menos se ofenda. Mas eu mesma considero as pedras melhores do que as flores, porque nos acordam. As flores fazem adormecer. Ma se você achar que fui injusta em alguma das críticas, sinta-se à vontade para me corrigir.

  • Rynaldo Papoy:

    JP, não é só poluição que causa aquecimento global. Veja aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_Global . Abraço e obrigado a todos por comentarem meu texto.

    Um detalhe: a construção de prédios na cidade de São Paulo prejudicou a circulação de ar e aumentou a temperatura da cidade, no século 20.

  • Pedro Rodrigues:

    Na verdade é facto que a produção de energia em centrais nucleares de fissão desde a sua horigem quase que quadriplicou(por aperfeiçoamento do processo)

    Mas numa altura em que se discute a construção de centrais termo-nucleares em Portugal(devido à escalada do preço do petróleo e consequente aumento da factura energética quer para o cidadão, quer para empresários ), acho que seria “dar um tiro no pé”, já que se discute outras fontes(processos de obtenção) de energia, seria como comprar uma locumotiva a vapor quando ja se anda de comboio electrico….

    Quanto à dependência (quase)mundial do petrolio, será muito difícil a mudança, se as principais marcas de automóveis vêem grande parte do seu investimento vir dos EUA, é certo que se algum construtor se aventurar na construção de um veiculo alternativo logo viriam ameaças e pressões dos investidores para que pare(ja que a grande maioria do investimento vêem de areas ligadas ao “ouro negro”) -protegendo a galinha dos ovos de ouro = Petroleo….

    Pois é certo que no dia em que o petroleo deixe de fazer circular os automóveis em todo o mundo, nesse mesmo dia toda economia dos EUA ruirá….
    (como é claro é de todo interesse americano que tal não aconteça)

  • Jp:

    Espera. Se essa energia fosse tão limpa quanto diz o texto, porque ela levaria á um “fervimento global”?
    Quer dizer, se ela é tão anti-poluente quanto diz o texto, por que ela contribuiria pro efeito estufa? Não faz sentido.

  • Larie:

    sinceramente, eu só acho que isso não vai acontecer, pq os q detem o poder de fazer isso acontecer são os mesmos q não querem q aconteça. Pra onde vai o lucro, se todo mundo puder gerar sua propria energia. Pra mim, esse futuro distante, é distante mesmo.

  • Rynaldo Papoy:

    Valeu por publicar, HypeScience. Vou divulgar e esperar as opiniões!

    Abração!

  • Evandro Cesar:

    O Large Hadron Collider é o nome de um acelerador de partículas, e não de um instituto…
    Quanto ao carro movido a hidrogênio acho que demora mais uns 15 anos talvez, existem diversos problemas relacionados, inclusive de explosão.
    O interessante do etanol não é só o combustível em si, os sub produtos são fantásticos, até plástico já está sendo fabricado. O bagaço é usado como fonte de energia e para a fabricação de inclusive de compensados que imitam madeira.
    E do próprio etanol é possível extrair hidrogênio.

  • _SC_:

    bom, na questão do etanol posso dizer que é até agora uma das melhores propostas para combustiveis renovados, mas tem um problema, ele é feito atraves das plantas de cana de açucar, do milho e de mais algumas que nao me lembro, ou seja se o etanol for (é deve ser) uma coisa aprovada, os politicos terão que criar algo para não superlotar a plantação dessas plantas.

    ou seja esse ”projeto” é muito bom e a melhor saída até agora, mas deve ser usado coretamente.
    e outra, o Brasil é um dos melhores paises do mundo para poder criar não só esse combustivel, mas tambem para produzir desde produtos agricolas até a equipamentos tecnologicos, mas o que falta é INVESTIMENTO e nenhum politico sabe até agora o que é isso.

    vlw

    ps: desculpa se fuji um pouco do assunto, mas eu me empolguei
    =P

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