Laser no Espaço: A Nova Fronteira da Comunicação Intergaláctica

Por , em 22.11.2023

No futuro, existe a possibilidade de estender a rede mundial de internet para abranger toda a galáxia. A NASA destacou-se recentemente ao realizar um avanço tecnológico significativo nessa direção, conseguindo enviar sinais a laser por uma distância impressionante de quase 16 milhões de quilômetros, ou aproximadamente 10 milhões de milhas. Isso corresponde a cerca de 40 vezes a distância da Terra à Lua, sendo a primeira vez que uma comunicação óptica é transmitida por uma distância tão longa.

Historicamente, ondas de rádio têm sido a principal forma de comunicação com espaçonaves distantes. Contudo, o uso de frequências de luz, como o infravermelho próximo, pode aumentar consideravelmente a largura de banda, melhorando a velocidade de transmissão de dados.

Para possibilitar uma troca eficaz e rápida de vídeos e mensagens em alta definição com planetas como Marte, essa tecnologia se mostra indispensável. O experimento recente faz parte do projeto Comunicações Ópticas em Espaço Profundo (Deep Space Optical Communications – DSOC) da NASA, e o estabelecimento desta ligação de comunicação foi denominado ‘primeira luz’.

Segundo Trudy Kortes, diretora de Demonstração de Tecnologia na Sede da NASA, “Alcançar a primeira luz é apenas um dos muitos marcos críticos do DSOC nos próximos meses, que abrirá caminho para comunicações de maior taxa de dados capazes de enviar informações científicas, imagens em alta definição e vídeos em streaming em apoio ao próximo grande salto da humanidade.”

Ilustração do contato entre a espaçonave e o telescópio. (Laboratório de Propulsão a Jato da NASA)

Esta tecnologia, semelhante às fibras ópticas usadas para comunicações de alta velocidade na Terra, foi adaptada para uso no espaço profundo, a fim de aprimorar os métodos tradicionais de envio de dados de volta à Terra.

A luz infravermelha é particularmente adequada para transmissão a laser, oferecendo um feixe concentrado e eficiente que requer menos energia em comparação com as ondas de rádio e é mais segura.

No entanto, o processo é complexo, envolvendo a codificação de dados em fótons, o que então exige equipamentos sofisticados, como um array de detectores supercondutores de alta eficiência para preparar e decodificar os dados.

Um desafio significativo é o ajuste dinâmico da posição do sistema, considerando o tempo que os fótons a laser levam para viajar da espaçonave para o telescópio, ambos em movimento pelo espaço.

O transceptor a laser utilizado neste teste faz parte da espaçonave Psyche, que atualmente está em uma missão de dois anos para o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Ele conseguiu conectar-se com sucesso ao Telescópio Hale no Observatório Palomar, na Califórnia.

Como a Psyche está programada para fazer uma passagem próxima a Marte, mais testes continuarão sendo realizados para aprimorar essa técnica de comunicação a laser infravermelho próximo, garantindo sua velocidade e confiabilidade.

Meera Srinivasan, líder de operações do DSOC no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, enfatiza os desafios enfrentados: “Foi um desafio formidável, e temos muito mais trabalho pela frente, mas por um curto período, conseguimos transmitir, receber e decodificar alguns dados.”

A espaçonave Psyche com o transceptor a laser mostrado com uma tampa dourada. (NASA/Ben Smegelsky)

Este desenvolvimento representa um marco notável na comunicação espacial, pavimentando o caminho para futuras explorações e estabelecendo um novo padrão para a troca de informações em distâncias astronômicas. A expectativa é que, com o avanço contínuo desta tecnologia, possamos não apenas melhorar a comunicação dentro do nosso sistema solar, mas também abrir novas possibilidades para a exploração espacial humana em um futuro distante. [Science Alert]

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