Mistério sobre desaceleração de sonda espacial é possivelmente solucionado

Por , em 16.10.2012

Duas sondas espaciais norte-americanas lançadas em 1972 e 1973, respectivamente a Pioneer 10 e a Pionner 11 da Nasa, têm intrigado cientistas por décadas. As Pioneers começaram uma estranha desaceleração de cerca de 0,9 nanômetros por segundo quadrado, voltando novamente em direção ao sol.

Mas o que estaria causando essa aceleração negativa? Tantas ideias já foram estudadas que pesquisadores levantaram até mesmo a hipótese de estarmos perante uma nova força da natureza que contradiria a Teoria da Relatividade Geral de Einstein.

Em julho deste ano, a solução para o mistério parecia finalmente ter aparecido. Pesquisadores da Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa tinham afirmado que a Anomalia Pioneer (como é conhecido o fenômeno), estava sendo ocasionada pelo calor emanado da corrente elétrica que flui através dos instrumentos e do fornecimento de energia termoelétrica das sondas. Embora o calor seja sutil, pesquisadores acreditavam que ele seria capaz de empurrar a nave espacial ligeiramente para trás.

Nova explicação

O pesquisador Sergei Kopeikin, da Universidade de Missouri (EUA) não acredita que a hipótese do calor esteja correta. De acordo com o astrônomo, essa teoria só é capaz de explicar de 15 a 20% do fenômeno. Para ele, o motivo que ocasiona a Anomalia Pioneer tem relação com a expansão do universo.

Kopeikin desenvolveu um novo conjunto de cálculos para explicar o fenômeno, considerando a expansão do universo e a forma que isso afeta o movimento de fótons que formam a luz e ondas de rádio – pois é a partir disso que é possível medir grandes distâncias no universo.

Para medir a velocidade das sondas, os cientistas da Nasa que levantaram a hipótese do calor como o motivo da desaceleração transmitiram feixes de ondas de rádio para a nave, e esperaram seu retorno à Terra (efeito chamado de Doppler-tracking). A velocidade das sondas pode assim ser determinada através da medição do tempo que os fótons demoram para voltar para o nosso planeta.

Mas Kopeikin percebeu que os fótons estavam se movendo a uma velocidade diferente do que é previsto pela teoria de Newton – o que deu a impressão de desaceleração. Em outras palavras, as sondas Pioneer não estão desacelerando, como acreditamos por décadas. Mas como o universo está se expandindo e as naves estão muito longe, temos a falsa sensação da diminuição de velocidade.

Se Kopeikin estiver certo, sua descoberta e cálculos irão mudar a maneira como os astrônomos medem a velocidade de objetos a distâncias extremas.

Entenda a história das Pioneers

As sondas espaciais Pioneer 10 e 11 estão entre as primeiras sondas enviadas pelo programa de exploração espacial da Nasa. Elas tinham, como objetivo primário, explorar o meio interplanetário para além da órbita de Marte, investigar o cinturão de asteroides, explorar Júpiter e mapear Saturno e Júpiter.

No início dos anos 80, observou-se uma desaceleração nas naves espaciais, em direção ao sol. Esse fato foi inicialmente desprezado, pois cientistas acreditavam que o efeito era devido a algum fluxo de propulsão do combustível deixado nas linhas depois dos controladores terem desligado o propulsor.

Só em 1998, quando um grupo de cientistas descobriu o que parecia uma desaceleração real que contradizia a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, é que a Anomalia Pioneer começou a gerar polêmica e ser estudada mais a fundo. [io9/Portal do Astrônomo/Eternos Aprendizes]

6 comentários

  • Josue Carvalho Oliveira:

    Referente a este assunto eu já tinha previsto que um certo fenômeno relacionado a portadora dos transmissores destas sondas estaria sofrendo alterações na sua freqüência. Eu preciso de mais detalhes se de fato é isto que está acontecendo pois as minhas citações se referia as sondas
    Voyage. Nas minhas pesquisas que descrevi no ano de 1990 tem relação com o efeito doopler e o desvio para o vermelho que é a base de sustentação da teoria de expansão do universo , o chamado Bigbang. De há muito tempo eu não me conformava com esta teoria e passei a estudar para encontrar uma outra explicação. Como eu sou técnico de telecomunicações e tambem um admirador da astronomia, encontrei uma possivel causa que poderia explicar o desvio para o vermelho sem com isso justificar que a causa seria o afastamento entre as estrelas causado por uma suposta explosão no momento da criação do Universo. Na minha versão este efeito da redução da frequência pode ter como causa o deslizamento do comprimento de onda simplesmente devido ao atrito dessas nas imensas massas de poeira estelar. Citei que estas comprovações poderiam ser realizadas com o lançamento de duas sondas espaciais distanciadas uma da outra e ambas equipadas com relógios atômicos de alta precisão de forma que uma delas emitiria uma dada frequência e a outra sonda faria a medição desta mesma frequência. As distâncias tinha que ser calculadas para um valor aceitável de aferição, ou então verificar as frequências de recepção das portadoras desligando o CAF dos receptores em Terra para comunicação das sondas que foram lançadas a mais tempo.

    • Cesar Grossmann:

      Josué, a metalicidade das galáxias distantes é outra confirmação da Teoria do Big Bang. As equações de curva de brilho de supernovas também. Se você acha que pode refutar o Big Bang ao arranjar uma explicação alternativa para o desvio para o vermelho, você está equivocado. Existem muitos outros dados e observações que confirmam a Teoria do Big Bang. Se você quer fazer pesquisa séria para refutar o Big Bang, vai ter que fazer um curso de física e uma pós em Cosmologia, não tem jeito.

  • Franco4:

    Não acredito que tem a ver com aceleração ou desaceleração do universo, o mais evidente seria o campo gravitacional solar o motivo da desaceleração da sonda. Provavelmente esta não terá energia suficiente para escapar do campo “g” solar e se tornára mais um planetoide só que artifical a girar em torno de nossa estrela.
    Franco.

  • Andre Luis:

    Estas sondas passearam pelo jeito, mais ou menos uma trilionésima fração do Universo todo. Se este pequeno passo já apresentou sinais de desaceleração, então imagina se fosse realmente examinada uma distância longa! Como uma distância maior, talvez seria mais fácil esclarecer questões quanto a expansão do universo e companhia.

  • Alberto Campos:

    Nota importane: O trecho a ser lido não é o após o sub-título, MACUMBA e sim, os primeiros parágrafos.

  • Alberto Campos:

    O universo não está se acelerando. Isto é uma ilusão de ótica. Eu já afirmo isto há muito tempo. Veja no blog: “Olhando o Universo”. Não veja hoje, este blog está fora do ar por danos sofridos. É a segunda vez que isto acontece. Para ver como este assunto é manipulado ver: “http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=42133” veja após o subtitulo: MACUMBA.

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