Múmia Adolescente de 2.000 Anos Sem Cabeça Escondia um Segredo Chocante

Por , em 12.01.2024
As imagens de raio-X mostraram aos pesquisadores o segundo feto mais claramente do que os exames de tomografia computadorizada. (Revista Internacional de Osteoarqueologia)

É extremamente incomum encontrar um feto em restos mumificados. Contudo, recentes pesquisas científicas revelaram uma jovem mumificada que se acredita ter morrido durante o parto de gêmeos.

Francine Margolis, responsável por uma pesquisa sobre esses restos mumificados, declarou à LiveScience: “Esta é a primeira múmia desse tipo que foi descoberta.”

Acredita-se que a jovem, que tinha entre 14 e 17 anos, faleceu durante o parto há mais de 2.000 anos. Os embalsamadores, sem saber que ela estava grávida de gêmeos, colocaram o feto envolto entre suas pernas.

Esses restos mortais fizeram parte da coleção do Museu Smithsonian por mais de um século, até que Margolis resolveu investigá-los mais a fundo.

(a) “Tomografia computadorizada da múmia. A seta indica restos fora da cavidade torácica. O círculo indica o crânio fetal, costelas e ossos longos. (b) Raio-X da cavidade torácica da múmia feminina. Observe os ossos fetais, incluindo um arco neural e um metacarpo que migraram para fora da cavidade torácica (seta) e os restos fetais na cavidade torácica esquerda (círculo). (Revista Internacional de Osteoarqueologia)”.

Para determinar a causa da morte, Margolis realizou um exame de tomografia computadorizada na múmia, focando nas dimensões pélvicas.

No entanto, ela encontrou algo inesperado.

Foram identificados objetos no interior da cavidade torácica da múmia que não pertenciam ao feto envolto.

Margolis, juntamente com David Hunt, um antropólogo da Universidade George Washington, examinaram imagens de raios-X dos restos mortais. Para sua surpresa, identificaram um segundo feto, como Margolis relatou em um e-mail ao Business Insider. Este achado foi posteriormente relatado no International Journal of Osteoarchaeology.

Um gêmeo não percebido

A escavação da múmia remonta a 1908. Se a mãe ou outras pessoas sabiam da existência do segundo gêmeo é algo que permanece desconhecido, segundo Margolis.

A localização do segundo feto dentro da cavidade torácica da mãe é um mistério.

Embora a cabeça da mulher mumificada esteja ausente, uma fotografia de seus restos permanece. (Revista Internacional de Osteoarqueologia)

Os pesquisadores acreditam que, durante o processo de embalsamamento, o corpo se moveu para a área do tórax. Esse movimento provavelmente ocorreu devido à dissolução do diafragma e dos tecidos conectivos, permitindo a movimentação do feto, conforme explicado em seu estudo.

Mistérios persistentes

A utilização de restos humanos em coleções de museus é um tópico controverso. O Smithsonian atualmente proíbe testes destrutivos usando amostras de tecido, osso, dente ou unha. Portanto, as possibilidades de novas descobertas estão limitadas ao que pode ser observado através de tomografias e raios-X.

Além disso, a cabeça da mãe está desaparecida, o que dificulta a compreensão mais profunda sobre sua saúde geral, como apontado por Margolis. Existe apenas uma fotografia da cabeça da mãe mumificada, mas seu paradeiro atual é incerto – pode ter sido reenterrada, levada a um museu local ou roubada.

As tomografias, sendo métodos menos invasivos, poderiam potencialmente fornecer informações adicionais sobre a mãe e seus gêmeos, sugeriu Margolis.

Por exemplo, a cabeça do primeiro feto estava localizada no canal de nascimento da mãe. Embora Margolis e Hunt estejam convencidos de que isso causou a morte da mãe, é desafiador determinar se a separação do corpo do feto ocorreu durante o embalsamamento ou como resultado de uma decapitação fetal traumática durante o parto.

Tomografias adicionais, especialmente no crânio do feto, podem esclarecer essa questão, segundo Margolis.

Em 2022, surgiram dúvidas sobre a única outra múmia conhecida de uma mulher grávida. Há teorias de que o processo de embalsamamento pode não preservar evidências de gravidez, tornando essa descoberta recente particularmente rara. [Science Alert]

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