Oceanos estão adoecendo em ritmo sem precedentes
É o que uma investigação internacional sobre a saúde dos oceanos revelou, o aumento das temperaturas globais está adoecendo os oceano em um nível sem precedentes, ameaçando a cadeia alimentar global, que obviamente nos inclui.
Entre as descobertas, está a de que os oceanos tem absorvido 93% dos efeitos do aquecimento global, o que adoeceu os mesmos no processo. Isto pode explicar por que as mudanças de temperatura não tem sido sentidas com tanta intensidade em solo firme.
O estudo foi conduzido por 80 pesquisadores em 12 países, e é na verdade uma meta análise de centenas de estudos revisados por pares que examinam a resposta ao aquecimento global dos ecossistemas marinhos, das bactérias microscópicas aos enormes mamíferos marinhos.
A investigação revelou que os oceanos tem nos protegido dos efeitos devastadores do aquecimento pelo menos desde a década de 1970.
Os oceanos ocupam uma boa parte da superfície do nosso planeta, a radiação solar que os atinge é rapidamente dissipada. Sem os oceanos, muito do calor seria transferido para a atmosfera, causando um aquecimento muito mais rápido que o que experimentamos.
E não é só na captura de calor, os oceanos tem também absorvido parte do excesso de CO2 atmosférico, o que também contribuiu para nos proteger de mudanças muito rápidas. Só que não sabemos por quanto tempo os oceanos vão poder continuar fazendo isso, e as consequências já estão acontecendo.
Uma das consequências é a migração de criaturas marinhas, que está acontecendo 1,5 vezes mais rápido que as espécies de terra firme, obrigando seres como as águas-vivas, aves marinhas, e plâncton, a se deslocarem em direção a águas mais frias, cerca de 10 graus de latitude.
E o aquecimento também tem causado um desequilíbrio na vida marinha, enchendo os oceanos de micróbios danosos numa velocidade alarmante, fazendo com que as explosões de bactéria da cólera e algas tóxicas sejam mais frequentes.
E não são só os alimentos são intoxicados, as águas mais mornas tem causado a morte de corais em níveis sem precedentes. Como estes corais são habitat de 25% de todas espécies marinhas, a indústria de alimentos tem sofrido com isso.
Mas as más notícias não param aí, o ambiente Ártico tem sofrido um impacto enorme, com o desaparecimento de várias áreas cobertas de gelo, deixando nada além de oceano aberto. Isto pode causar a extinção dos ursos polares nos próximos 50 a 70 anos.
A expectativa da equipe de cientistas é que esta investigação convença as indústrias a adotarem tecnologias mais “verdes”, e que sejam tomadas atitudes para diminuir significativamente a quantidade de CO2 que emitimos na atmosfera.
O relatório foi apresentado no World Conversation Congress no Hawaii, e pode ser conferido online aqui. [ScienceAlert]