Os bizarros transplantes de cabeça feitos em insetos
Se transplantar órgãos já é complexo, imagine transplantar… cabeças. Curiosamente, cientistas realizam esse procedimento com diversos tipos de insetos há pelo menos 90 anos.
Em 1923, o biólogo Walter Finkler relatou que conseguiu fazer isso com bichos-da-farinha, borboletas e insetos da família Corixidae, tanto adultos como larvas. Além disso, ao contrário do que poderíamos imaginar, o procedimento é simples: bastou remover a cabeça de dois insetos (usando uma lâmina) e colocar uma no corpo do outro – os fluidos que saíam dos cortes ajudavam a “colar” a cabeça no lugar. Em questão de algumas semanas, os insetos se recuperavam e usavam seus novos corpos normalmente, sem mudar de comportamento – Finkler contou que fêmeas continuavam a agir como fêmeas, e que borboletas mantinham os hábitos de sua própria espécie mesmo quando tinham a cabeça colocada no corpo de outra.
No ano seguinte, periódicos começaram a publicar cartas de outros cientistas sobre o tema. Um deles, J. T. Cunningham, relatou que fez a experiência com bichos-da-farinha sem obter sucesso: apenas os corpos continuavam respondendo a estímulos, e as cabeças “morriam” – o que ao menos mostrou como alguns insetos são capazes de sobreviver mesmo decapitados, ao contrário do que ocorre com outros animais.
Entre as descobertas feitas sobre insetos ao longo das últimas décadas, uma especialmente perturbadora é a de que um cérebro sequer precisa ser transplantado para a cabeça do inseto para “funcionar”: larvas de certas espécies de mariposa demonstraram mudanças de metabolismo graças a cérebros implantados em seus abdomens.[io9, Nature, ScienceDirect]
13 comentários
Fiz isso 7 vezes ( sempre com borboletas e grilo). Só a partir do 5• transplante heterólogo que comecei a obter êxito, pois a excisão nesses insetos deve ser feita milimetricamente ( nos humanos bem na base do crânio existe um local que comanda o centro respiratório , por isso não se movimenta a cabeça de acidentados… Mas voltando aos insetos… Incisão deve ser feita perfeitamente numa região que corresponde ao ” bulbo” do cérebro humano ). No 5•,6• e 7• experimentos , resultados diferentes: o grilo suportou a cabeça da borboleta, mas o inverso não deu certo. Notei que o inseto passou a ” vegetar” , ou seja, sem função. No 7• uma descoberta: o grilo perdeu a capacidade de ” pular”, conseguiu pequeno vôo e não se alimentava. Sucumbiu. Como não vi nenhuma perspectiva para tratamento em humanos que justificasse a pesquisa, parei de transplantar ( explicando: quem gostaria de ter a cabeça de um estranho no corpo de um familiar ou cônjuge ? Seria muito insano). No momento tento aperfeiçoar visão em alguns insetos ( objetivo: olhos de águias para humanos)
Eu acredito que esses insetos possam ser alienígenas pq eles são incríveis
Não há evidências da existência de “criaturas incríveis” em outros mundos. Mas aqui, na Terra, elas estão presentes em “números incríveis”!
Visite Insetologia – Identificação de Insetos.
Que incrível , confesso que nunca tinha ouvido nem falar disso ! Estou maravilhada ! .
que do mal isso huahuahua
Divertidamente bizarro!
O sistema imunológico dos insetos é não-específico (tbm chamado de inato) – e muito menos sensível que o dos mamíferos!
Acho que a pesquisa comportamental/psicologica/neurológica deveria ser melhor investigada para as espécies que permitem tal transplante bizarro.
Tem alguns artigos científicos citados, acho que vale a pena examinar com mais atenção.
tudo em nome da ciencia
Cara, o que aconteceria se botassem a cabeça de um bicho que costuma ser caçado num louva-a-deus? Deixa quieto, tadinhos dos bichinhos.
Que bizarro!
O comportamento acompanha a cabeça, mas isto é muito bizarro. Parece que o sistema imunológico desses bichos não se dá ao trabalho de rejeitar uma nova cabeça…
Pergunta de leigo: O sistema imunológico destes animais teria que rejeitar outro membro, como é o caso de outra cabeça?
PS: Cesa, você está de parabéns pelos seus artigos e clareza dos comentários!!!
nefasto