Antes das bússolas, vikings poderiam ter usado pedra do Sol para se localizar

Por , em 28.07.2016

Um grupo de pesquisadores de várias instituições da Hungria conduziu testou a hipótese de que os vikings teriam usado pedras do Sol nas navegações. O artigo foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society A.

As viagens mais conhecidas feitas pelos vikings aconteceram entre 790 e 1006, na região norte da Europa. Recentemente, porém, pesquisadores têm constatado que os exploradores também estiveram em locais distantes, como Oriente Médio e América do Norte.

Uma questão que essas pesquisas precisavam responder era: como esse povo se localizava no meio do oceano em uma região em que o céu costuma estar encoberto por nuvens? Algumas evidências histórias como as lendas da Islândia mencionam o uso de pedras do Sol em condições climáticas desfavoráveis, como em dias de neve.

A pedra do Sol é um tipo de cristal que, quando observada por ângulos diferentes, oferece um efeito óptico espelhado. Os pesquisadores acreditam que os navegadores seguiam três passos ao utilizar o mineral:
1. erguer a pedra contra a claridade do céu;
2. determinar a direção da luz solar;
3. usar um graveto como relógio de sol para determinar qual direção é o norte.

Para testar a eficácia do método, os pesquisadores pediram a 10 voluntários que tentassem descobrir a posição do sol em um planetário digital, usando diferentes pontos de luz para simular o uso da pedra do Sol. Depois de 2400 testes, os voluntários tiveram 48% de resultados corretos.

Os pesquisadores também notaram que os voluntários tiveram mais acertos quando o Sol virtual estava perto do horizonte. Esta condição é encontrada com frequência durante o verão nas altas latitudes, exatamente na região em que os vikings navegavam. Isso indica que estes exploradores poderiam ter usado este método nos dias nublados.

Vikings modernos

No último mês de abril, um grupo de 12 navegadores europeus e canadenses partiu da Noruega, passou pela Islândia, Groenlândia e Canadá, com destino aos Grandes Lagos nos Estados Unidos. O grupo construiu uma autêntica embarcação viking batizada de Draken Harald Harfagre.

rota vikings modernos

Depois de enfrentar dois meses de travessia, o grupo se deparou com um desafio inusitado: para navegar nos Grandes Lagos, nos EUA, é necessário haver na embarcação um piloto profissional, que cobra US$400 por hora. Como o barco viking não é lá muito rápido, a navegação na região ficaria extremamente cara. O grupo, que não tem fins lucrativos, conseguiu coletar quantia necessária para continuar a viagem e poder participar do festival Michigan Fest.

Apesar de utilizar uma embarcação seguindo os modelos originais deixados pelos vikings, o grupo também utiliza equipamentos modernos, e não usa a pedra do Sol para localização. [Phys.org, ]
Expedition America 2016]

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