Estudo: é verdade que gostamos mais de cães do que de humanos?

Por , em 4.11.2017

Todo mundo já ouviu (ou já proferiu) a frase: “Quanto mais conheço os humanos, mais gosto do meu cachorro”.

Para algumas pessoas, isso não é apenas um ditado, mas uma verdade que levam para a vida.

E, segundo um novo estudo da Universidade Northeastern e da Universidade de Colorado (ambas nos EUA), publicado na revista Society & Animals, as pessoas de fato são mais empáticas com os cães do que com outros seres humanos.

O estudo

Em um experimento, 240 estudantes receberam recortes de jornal falsos com a notícia sobre um ataque a uma pessoa ou a um cachorro.

O ataque era sempre o mesmo: a vítima era agredida “com um bastão de baseball por um atacante desconhecido”, e ficava “inconsciente, com uma perna quebrada e vários machucados”.

Em quatro versões diferentes, a vítima era um bebê de um ano de idade, um adulto de 30 anos, um filhote de cachorro, ou um cachorro de seis anos de idade.
Em seguida, os participantes tinham que dizer como se sentiam através de perguntas projetadas para medir seus níveis de empatia.

Resultados

A equipe queria testar a hipótese de que a vulnerabilidade das vítimas – determinada pela idade, e não pela espécie – seria o fator mais importante nos níveis de empatia e preocupação dos participantes.

Na verdade, os níveis de empatia para o cachorrinho, o cachorro mais velho e o bebê humano eram semelhantes, enquanto a pessoa adulta ficava por último. O cão adulto só recebeu pontuações mais baixas de empatia quando comparado com a vítima humana infantil.

Ou seja, em muitos casos, nos preocupamos mais com cães do que com seres humanos.

Comunicação humano-animal

Isso acontece, entre outras razões, porque vemos os cães como parte de nossas famílias.

No mês passado, um estudo da Universidade de Portsmouth (Inglaterra) publicado na revista Scientific Reports encontrou uma das razões pelas quais somos tão apegados aos nossos cães. De acordo com os pesquisadores, os cães fazem mais movimentos faciais quando um ser humano está prestando atenção a eles.

Os pesquisadores usaram uma câmera de vídeo para registrar os movimentos faciais de 24 cães quando havia um humano de frente para o animal, com ou sem um lanchinho para lhe oferecer.

Anteriormente, pensava-se que as expressões faciais animais eram puramente inconscientes, mas o estudo descobriu que os cães levantam as sobrancelhas e até arregalam os olhos quando buscam a atenção de uma pessoa.

A presença de guloseimas não teve impacto nas expressões que os cães fizeram, sugerindo que essa comunicação facial não tinha como objetivo obter lanches extras.

Ou seja, esses animais domesticados de fato evoluíram para se comunicar conosco, e não somente com outros cães. [ScienceAlert]

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