Programa de ensino de Educação Financeira chega a escolas públicas de Ensino Básico

Por , em 19.02.2013

A educação financeira é o ensino de como as pessoas devem se relacionar com o dinheiro de forma saudável, economizando, gastando de forma responsável, e garantindo que ele não seja um empecilho para a felicidade, mas sim uma ferramenta para conseguir uma vida plena.

O primeiro lugar em que devemos falar de educação financeira é no lar. Através de exemplos e conversas, os pais devem introduzir os filhos em assuntos como finanças e responsabilidade financeira. Aprender a economizar para comprar um brinquedo, em vez de apenas ganhar o que se deseja, pode trazer muito mais realização, principalmente se o dinheiro for ganho como prêmio pelo esforço da criança.

Enquanto a maioria dos pais não fala com seus filhos sobre educação financeira, uma geração que trabalha e gera riqueza no país, mas que não sabe lidar com o dinheiro, é criada. Muitos jovens hoje endividam-se facilmente e não conseguem conquistar o que poderiam com seu próprio esforço – principalmente se considerarmos que gastar dinheiro tem o mesmo efeito de consumir drogas.

Mais do que um problema para o indivíduo que não consegue se realizar plenamente com seu trabalho e ganhos, o assim chamado “analfabetismo financeiro” foi identificado pelo Banco Mundial como um grande problema para países como o Brasil.

Para cobrir esta lacuna, uma parceria entre reguladores do mercado (BC, CVM, etc.), entidades do mercado (Anbima, Febraban e Bolsa) e educadores lançou um projeto para inserir a educação financeira no currículo de escolas públicas.

O piloto do projeto ocorreu em escolas de ensino médio, onde o programa foi testado, aprovado e está em implementação. O próximo passo é a elaboração de um currículo para o ensino básico. A adesão ao programa fica a critério da escola.

Para participar, basta acessar o site do ENEF, Estratégia Nacional de Educação Financeira, e se informar sobre ao projeto nacional de Educação Financeira.

Instituído pelo decreto 7.397, de 22 de dezembro de 2010, o ENEF já traz resultados. Uma pesquisa feita pelo Banco Mundial no programa piloto das escolas de Ensino Médio mostrou que as crianças que participaram das aulas apresentaram melhores hábitos de poupança e comportamento de consumo.

Para completar o quadro, a educação fiscal, programa criado pela Receita Federal visando conscientizar o contribuinte sobre os tributos – o que são, quais são, sua destinação e a importância da cidadania para fiscalizar o mesmo – também deveria ser promovido junto com a educação financeira. Afinal de contas, só existem duas coisas certas na vida: a morte e os impostos. [Folha de São Paulo, ENEF]

1 comentário

  • Felipe Guerra:

    Ótimo! No colégio em que trabalho os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental realizam atividades para debater consumo, consumismo, propaganda etc e, se possível, têm uma aula de educação financeira com alguma instituição especializada.

    Vejo bastante importância nesse tipo de atividade, já que muitos adolescentes, quando não convivem com problemas de sobrevivência (fome e doença, por exemplo), acabam tendo como grande preocupação a “necessidade” da aceitação. Por isso, acabam querendo ter o que todos querem. E, claro, os pais dessas crianças muitas vezes sentem dificuldade em recusar um pedido por não quererem ver o filho “””””sofrer”””””.

    Quando se está em um ambiente com pessoas de poder aquisitivo considerável, podemos imaginar que, desse modo, muitas crianças ganham, de bandeja, presentes caros para os quais não atribuem valor algum (não é raro encontrar crianças que mal sabem falar com iPhone e iPad), exceto o de que esses bens podem lhe dar algum tipo de status. Esse é um dos passos para criar pessoas que não fazem a menor ideia de como dar valor ao que têm.

    Mas isso também atinge, é claro, as mais variadas camadas. Afinal, qualquer pessoa, de qualquer classe social, pode sentir uma necessidade que na verdade não existe e acabar torrando o que tem, seja pouco ou muito. Em tempos de crianças mimadas, todas podem acabar sendo criadas de modo a não enxergar valor algum na relação de trabalho, ganho, investimento e o valor daquilo que podem conquistar…

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