Rocha encontrada no Marrocos pode ter vindo de Mercúrio

Por , em 2.04.2013

Uma rocha esverdeada foi encontrada no ano passado no Marrocos, e agora os cientistas dizem que ela provavelmente teve origem no planeta mais interno do nosso sistema solar: Mercúrio.

O anúncio foi feito pelo especialista em meteorito Anthony Irving. Segundo ele, a rocha espacial verde-ervilha, apelidada de “NWA 7325”, tem pelo menos 4,56 bilhões de anos, e não vem de Marte nem de um asteroide, mas sim de Mercúrio – se a hipótese for confirmada, será a primeira vez que um pedaço de tal planeta é descoberto na Terra.

“Pode ser uma amostra de Mercúrio, ou pode ser uma amostra de um corpo menor do que Mercúrio, mas parecido com ele”, disse Irving. De acordo com o especialista, a composição química da rocha é diferente de qualquer outro meteorito marciano que ele já viu, ou de qualquer meteorito originado de um asteroide.

NWA 7325 tem uma intensidade magnética menor – o magnetismo passou do campo magnético de um corpo cósmico para a rocha – do que qualquer outra rocha já encontrada.

Dados enviados da nave Messenger da NASA, atualmente em órbita em Mercúrio, mostram que o magnetismo baixo do planeta se assemelha ao encontrado em NWA 7325.

Outras observações da Messenger também corroboram a teoria de Irving. Cientistas familiarizados com a composição geológica e química de Mercúrio pensam que a superfície do planeta é muito pobre em ferro. O meteorito também é pobre em ferro, o que sugere que o lugar de onde a rocha veio deve ser no mínimo semelhante a Mercúrio.

Segundo Irving, em última análise, apenas o retorno de uma amostra de Mercúrio pode fornecer uma resposta definitiva quanto às origens da rocha. Infelizmente, isso pode levar algum tempo. Mercúrio é, historicamente, um assunto frequentemente negligenciado na investigação científica. A Messenger é a primeira nave espacial a orbitar o planeta, e só está lá desde 2011.

Veja o artigo completo de Irving descrevendo a rocha (em inglês) aqui.[io9]

11 comentários

  • grasisuperstar:

    Só saber que veio do espaço já é interessante…o planeta nem importa muito…mas concordo com o WalterZ faltam dados pra que nós leigos aceitemos a origem da pedra….

  • Jonatas:

    Marco337
    Como sempre tem gente com ar de sabe-tudo pra questionar aquilo de que mais carece: conhecimento científico.
    O mais interessante nesse assunto é um ramo das ciências planetárias: Hermeologia. Se conhece a mitologia grega imediatamente associará os termos e definirá como a ciência que estuda o Planeta Mercúrio – cada planeta clássico do sistema solar tem sua própria ciência, justo, afinal cada planeta é um mundo a parte.
    A reportagem foi simples e objetiva, de acordo com a referência, não sei o que esse pessoal tem tanto a criticar dessa forma, na boa.
    Um cientista, especialista em Mercúrio, notou que essa rocha tem CARACTERÍSTICAS semelhantes as encontradas no Planeta Mercúrio – e depois de uma profunda análise chegou a dedução de que a procedência PODE SER de Mercúrio OU de outro corpo muito parecido – sendo a probabilidade de ela ser mercuriana maior de que ser lunar ou marciana. Ele é um cientista, ele não afirma verdades e não adivinha origem de meteoros, o que ele identificou foi uma probabilidade, nada mais. A propósito, Netuno é um gigante gasoso, mas tem núcleo rochoso – esse núcleo sofre uma pressão gigantescas e está no centro de um dos maiores campos magnéticos do Sistema Solar, mas acho que sabias disso ao levantar sua hipótese científica em oposição a do astrônomo.

    WalterZ, realmente a Terra tem muitas rochas e de grande variedade, mas nenhuma – a não ser as procedente de meteoritos – ocorre na nossa natureza que se assemelhe a de Planetas e Luas sem um campo magnético e sem atmosfera, por exemplo; existe uma grande pluralidade de coisas que são profundamente extraterrestres, mas podemos identificar conforma melhor conhecemos as naturezas desses mundos alienígenas.
    Mercúrio além da ausência de proteção está muito perto do Sol, suas rochas podem ser tão diferenciadas que as da Terra, Lua e Marte poderiam ser consideradas até mesmo parecidas. Por isso, é grande a chance da hipótese do cientista estar mais certa até que e a dos meteoritos marcianos – Perdendo apenas para as rochas trazidas nas missões Apollo.

  • Joao Carlos Agostini:

    Gostaria de saber como ela teria chegado à Terra. Uma gigantesca colisão com algum asteroide?
    Quanto a origem, por favor, vão falar besteira lá longe. Esses cientistas gastam meses estudando esse objeto e vem um espertinho qualquer, em poucas linhas, dizer que está errado porque tem um pingo de conhecimento.

    • Jonatas:

      Dado o histórico do nosso amigo planetário de “ferro e fogo” – cheio de crateras e um terreno profundamente acidentado, colisões de meteoroides, cometas ou asteróides são a origem mais provável.

    • Joao Carlos Agostini:

      Concordo
      é que fiquei imaginando que, pela proximidade do Sol, de onde teria vindo o bólido? qual o ângulo do impacto? e onde poderia estar a Terra para poder receber os fragmentos do planeta? É necessário uma boa dose de sorte para entrar na trajetória desses fragmentos devido a distância e translação de Mercúrio. Por isso, talvez, só se tenha encontrado um fragmento até agora. Ai Jonatas, não quer fazer esses cálculos “simples”? hahahaha…

    • Jonatas:

      Bah… simples demais, só sei fazer cálculos complicados…. rsrsrs
      brincadeira.
      Realmente existem muitas variáveis e embora sejam quantificáveis na maioria, carecemos da maioria dos dados e valores. Penso que órbitas de asteróides saltam entre planetas sendo um evento relativamente comum no Sistema Solar, se pesquisar vai ver que uma boa população de luas, asteróides e até planetas foram objetos errantes. Posso citar Phoebe, lua de Saturno – obviamente um asteroide capturado – e dado sua constituição gelada e escura parece ter vindo dos confins do Sistema Solar, talvez até de fora dele. Os gigantes Urano e Netuno migraram de suas órbitas (chegaram a trocar, acredita-se, Netuno é que era mais perto do Sol e recebeu um impulso maior), um fenômeno ocasionado quando os titânicos Júpiter e Saturno entraram em ressonância orbital 1:2 (duas translações de Júpiter pra uma de Saturno, fazendo com que se alinhassem de tempo em tempo com precisão, somando suas grandes gravidades), provocando uma onda de gravidade que bagunçou o Sistema, no passado.
      A Terra é atingida por bólidos diariamente, restos de cometas, asteróides e de planetas. A maioria é desintegrada por atrito, como o meteoro que sacudiu os céus da Rússia, apenas os maiores atingem o solo. Quando um Planeta de gravidade fraca como Mercúrio, Marte, a Lua, é atingido por grande colisão, seus fragmentos são lançados no espaço com grande força e escapam do domínio do Planeta ficando a mercer dessas variáveis, e quando acontece de se afastar muito de sua origem, cruzar o caminho da Terra e a gravidade fazer o resto.

  • Marco337:

    Acho que ela deve ser de Netuno.
    Por quê? Porquê dados da poeira cósmica decorrente da explosão de uma estrela azul gerou um buraco negro próximo à Netuno há quase 2 milhões de anos. Isso gerou uma onda em “buraco de minhoca ” que jogou o quarks até a calota da HDF 132 próxima à Centaurus e irradiou para a terra há milhares de anos. Gostei: é fácil ser cientista pra falar de “coisas” inacessíveis.

  • Felipe Augusto:

    Bom, uma hipótese sempre precisa ser confirmada ou refutada. Entretanto, não creio que seja fraca, visto que existe mais de um indício coincidente – em termos de características semelhantes – com o planeta.

    É difícil dizer ao certo… mas esperemos novas análises.

  • WalterZ:

    Não achei na matéria nenhum indício de que a tal pedra possa ter realmente vindo de Mercúrio.

    Pela composição quimica? Oo pelo magnetismo? Ora, esta hiopótese é muito fraca! Acho que um planeta tem rochas de todas as composições. Por exemplo, se uma rocha oriunda de um impacto em Carajás, caisse em Marte os Marcianos poderiam concluir que a rocha não é da Terra pouque tem uma concentração muito alta de Ferro. Em se tratando de Mercúrio a situação é ainda pior, pois conhecemos muito pouco de sua “geologia”.

    Talvez pela relação de isótopos ou pela presença de cristais ou sedimetos específicos poderias ter-se uma idéia melhor. Mas é precisao comarar com uma rocha de Mercúrio para se ter algum grau de certeza.

    Bem, é o que me parece. Alugem pode me ajudar com infomrações adicionais que possamnão estar na matéria mas que podem ter levado os cientistas a pensar que a tal rocha é de Mercúrio? Ou é só uma jogada de “marketing”?

    • douglascarega:

      Primeiramente parabenizo a escritora, Natasha Romanzoti, pelo sempre excelente uso das palavras e na busca da íntegra do assunto abordado. Já li alguns outros artigos seus e é de muito bom gosto.

      Já em relação ao tema abrodado… Na minha humilde opnião, acho que toda hipótese é válida. Desta que surgem teorias concretas, a partir de hipoteses mirabolantes.

      Acredito na hipótese do especialista Anthony Irving, pois a partir de hipóteses como esta que poderemos obter respostas válidas.

    • Cleme Hajia:

      A grande dica que dou é que Mercúrio foi o único planeta do nosso sistema a ter tido perda total de sua crosta após a colisão com um meteoro gigante, permanecendo somente seu núcleo metálico.
      Agora se analisarem melhor os restos e rastros da crosta de Mercúrio, se é que ainda existe em quantia suficiente, observarão uma velocidade de deslocamento e acúmulo numa certa área e se for comparado com os aspectos da espectometria e observação telescópica, pode se ter uma noção temporal mais exata da época da colisão em Mercúrio, bem como sua composição e estruturação físico-químicas.
      Aí então, comparando com a estrutura físico-química da rocha encontrada aqui, bem como pela datação por carbono 14, pode-se ter mais certeza da sua verdadeira origem.
      Lembrando também que cada planeta tem sua característica peculiar de formação e composição rochosa.

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