Se o sol está a 150 milhões de km de distância, por que não podemos olhar diretamente para ele?

Por , em 11.07.2017

Olhar diretamente para o sol pode ser tentador, mas você nunca deve fazer isso sem uma proteção adequada nos olhos.

Isso porque, embora o sol esteja a cerca de 150 milhões de quilômetros de nós, ainda pode causar lesão ocular grave, e em alguns casos irreversível.

“Mesmo a observação direta muito curta do sol tem o potencial de causar danos”, disse o Dr. Russell Van Gelder, porta-voz da Academia Americana de Oftalmologia e diretor do Instituto de Medicina Ocular da Universidade de Washington, em Seattle, nos EUA.

Eclipse solar parcial

No próximo 21 de agosto, a lua passará entre a Terra e o sol, causando um eclipse solar. Em algumas partes dos Estados Unidos, ao longo de um caminho estreito que vai do Oregon a Carolina do Sul, o eclipse será total. No Brasil, será apenas parcial.

Independentemente de onde você observar o eclipse, porém, é importante não olhar diretamente para o sol a olho nu.

Para entender por que, pense em uma criança usando uma lupa para fazer buracos em uma folha de papel. Centrar os raios do sol em um único ponto cria muita energia, e a lente em seu olho é cerca de quatro vezes mais poderosa do que o tipo de lupa que uma criança pode brincar.

Logo, apontar seus olhos diretamente para o sol é o suficiente para literalmente queimar buracos na sua retina, as células sensíveis à luz que ficam na parte de trás dos órgãos.

Lesões

Pacientes com essa condição, conhecida como retinopatia solar, mostram um padrão muito característico de dano ocular.

Esse dano ocorre quando os fótons (partículas leves) criam radicais livres, que são moléculas altamente reativas que podem “envenenar” as células e matá-las. A lesão ocorre na fóvea, um ponto na retina responsável pela visão central e nítida.

Como resultado, pacientes com retinopatia solar podem ter visão embaçada ou um ponto cego central nos olhos.

Muitos se recuperam desses sintomas com o tempo, mas algumas pessoas têm problemas de visão duradouros. Por exemplo, em um estudo de 2002 com 15 pacientes da Inglaterra que tiveram lesões depois de olhar para um eclipse em 1999, todos menos dois alcançaram visão normal em um exame ocular 8 a 12 meses depois. Ainda assim, mesmo alguns pacientes com visão normal tinham sintomas sutis, como um pequeno ponto cego em sua visão.

Em teoria, uma pessoa pode tornar-se legalmente cega – visão de 20/200 ou pior – apenas por olhar diretamente para o sol. Mas não é provável que isso resulte em cegueira total, porque a retinopatia solar geralmente não prejudica a visão periférica.

Óculos especiais

Por causa dos perigos, os especialistas recomendam que as pessoas nunca olhem diretamente para o sol com os olhos nus.

Se você estiver no caminho de um eclipse solar total, você pode olhar para o sol sem proteção apenas durante o breve momento em que sua face brilhante estiver completamente bloqueada pela lua. O comprimento dessa totalidade varia dependendo de onde você está, mas, por exemplo, no dia 21 de agosto, esse evento durará no máximo 2 minutos e 40 segundos.

Entretanto, há uma maneira de ver o eclipse solar com segurança, usando óculos especiais feitos para a observação de eclipses.

É importantíssimo notar que você nunca deve olhar o sol através de uma câmera, telescópio ou binóculos não filtrados, independentemente de estar usando óculos ou não. Isso porque esses dispositivos irão focar os raios do sol ainda mais do que seus olhos, o que pode causar ferimentos oculares graves.

IMPORTANTE

Em resumo, olhar diretamente para o sol, mesmo quando ele está parcialmente coberto pela lua, pode causar sérios danos nos olhos ou cegueira.

NUNCA veja um eclipse solar parcial sem proteção adequada nos olhos. [LiveScience]

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