Seres humanos são desenhados apenas pelo contorno de seus sistemas circulatórios: série

O fotógrafo Jan Kriwol e o artista de CGI Markos Kay criaram uma série chamada “Human After All” (em tradução literal, “humano apesar de tudo”) na qual um personagem humano composto apenas por seu sistema circulatório é ilustrado em diversas cenas urbanas.
A ideia
A ideia nasceu quando Kriwol, de Varsóvia, na Polônia, viu sua namorada desenhando o sistema circulatório humano enquanto fumava um cigarro.
Inspirado por ilustrações anatômicas antigas (de 1500 a 1800) frequentemente esboçadas dentro de paisagens das cidades natais dos cientistas, Kriwol achou que seria legal criar uma série que misturasse anatomia e vida urbana.
Para esse fim, o fotógrafo pediu a ajuda de diversos artistas que trabalhavam com CGI, ou seja, com imagens geradas por computador. O projeto se revelou muito complexo para a maioria deles. No entanto, Kay, baseado em Londres, na Inglaterra, decidiu aceitar o desafio.
Material de pesquisa
Para recriar o sistema circulatório da maneira mais natural possível, Kay se baseou nos livros de anatomia de Andreas Vesalius, Giulio Casserio e Henry Gray.
Ambos os artistas também estudaram as imagens plastinadas do sistema circulatório humano feitas pelo anatomista Dr. Gunther von Hagens. O Dr. Hagens foi o inventor da plastinação, um procedimento técnico de preservação de matéria biológica que consiste em extrair os líquidos corporais através de métodos químicos e substituí-lo por resinas elásticas de silicone e rígidas epóxicas.
“O maior desafio para esse projeto foi criar um personagem anatômico que parecesse realista e integrado ao ambiente real. Passamos muito tempo testando diferentes posturas e, muitas vezes, tivemos que exagerar muito a postura para que ela pudesse se traduzir visualmente com a estrutura desconstruída do sistema circulatório”, disse Kay à VICE.

O processo
Kay começou modelando as artérias principais. Em seguida, usou simulação generativa para completar o modelo com veias e capilares mais finos.
Enquanto isso, Kriwol fotografou paisagens urbanas em Varsóvia (Polônia), Tel Aviv e Massada (Israel), Grenoble (França), Berlim (Alemanha), Bruxelas (Bélgica) e Cidade do Cabo (África do Sul).
Por fim, Kay recriou cada fotografia em 3D, para poder controlar reflexos e sombras.
O resultado é uma renderização harmoniosa de uma figura anatômica delicada dentro de cada uma das paisagens fotografadas. Os detalhes das criações são maravilhosos, como o personagem no ponto de ônibus, com seu reflexo cruzando com os rios e afluentes de um mapa topográfico.






Para conhecer mais sobre o trabalho dos artistas envolvidos neste projeto, confira a fotografia urbana de Kriwol aqui e as abstrações digitais de Kay aqui. [ThisIsColossal]