Supercomputadores podem substituir operadores financeiros

Por , em 21.09.2011

Ao longo das últimas décadas, com o crescente aumento da tecnologia, muitas pessoas têm sido substituídas por máquinas e robôs em seus empregos. Isso aconteceu claramente no fim da década de 20 na engenharia de produção, com grandes reduções do número de funcionários em fábricas. Agora, quem pode estar com os dias de trabalho contados são os operadores financeiros.

Em um futuro não tão distante, haverá menos trabalhadores humanos e mais computadores de alta potência controlando a infinidade de números do mercado financeiro global.

De acordo com um novo relatório do governo britânico, as negociações automáticas feitas por algoritmos de computador vão substituir uma parcela significativa dos trabalhadores de serviços financeiros ao longo da década.

Muitos bancos com grandes investimentos em coberturas financeiras já utilizam muitos desses algoritmos na batalha pelo lucro, com as operações-relâmpago feitas a partir de movimentos minúsculos nos preços das ações.

Como esses trabalhadores robôs estão cada vez mais sofisticados, em breve os servidores financeiros poderão ter que encontrar outro emprego, despedidos como os antigos fabricantes de carros trocados por máquinas.

Alguns especialistas financeiros especulam tendências futuras e afirmam que um dia os algoritmos de computador poderão ir além da análise de informações de mercado, podendo também utilizar outros tipos de informação, como relatórios de notícias escritas, telefonemas e programas de rádio e vídeo, ganhando vantagem na hora de fazer negócios.

Portanto, embora seja improvável, não é impossível que um dia todos os operadores financeiros sejam extintos de alguns papéis dentro do mercado.

As más notícias para os trabalhadores da área financeira pode se refletir em ótimas notícias para alguns países. Os supercomputadores podem levantar milhares de dólares com as bolsas, o que significa que economias emergentes como a do Brasil e China poderão desafiar os centros financeiros mais antigos dos Estados Unidos e da Europa, podendo aproveitar ferramentas antes restritas a poucos bancos de investimento.

Entretanto, mesmo que os trabalhadores robôs criem uma sensação de segurança, a negociação financeira realizada por eles inclui alguns riscos – como em todo o mundo do mercado das altas finanças.

É necessária uma melhor regulação dessas tecnologias para prevenir balanços que resultem em quebras como o “flash crash” de 6 de maio de 2010, que dizimou mais de um bilhão de reais do mercado de ações dos Estados Unidos em cinco minutos, recuperando a maior parte da perda em 30 minutos.

Enquanto a evolução dos algoritmos de negociações de última geração poderá, no futuro, adaptar-se sem o envolvimento humano, o comportamento das máquinas pode se transformar em algo difícil de prever ou controlar. De qualquer forma, o mercado sempre precisará de cabeças humanas, mesmo que programadores de computador para desenvolver novos algoritmos. [LiveScience]

4 comentários

  • Cesar:

    Teve um guru do mercado financeiro que usava um método completamente aleatório para fazer previsões do comportamento futuro do mercado.

    Trocar os gurus por uma roleta não viciada, e os operadores por supercomputadores parece uma boa ideia…

  • Miguel:

    Querem substituir operadores financeiros por supercomputadores? Acho isso extremamente desnecessário. Depois venham cá queixar-se que a taxa de desemprego aumenta… com estes “progressos” da treta…

    • Nik:

      Concordo plenamente contigo, Miguel. Querem substituir trabalhadores decentes por máquinas? Deviam substituir políticos, isso sim! ó.ó’

    • Andy:

      Amigo eu acho que sua opinião é bem alienada hein. Como assim desnecessário? Como assim eles vem queixar-se que o desemprego aumentou?

      Temos de entender que estamos falando de empresas capitalistas que querem maximizar sua produtividade e lucro, e para isso, essa substituição aparentemente é o caminho natural a seguir.

      O problema das pessoas é que classificam todo um sistema feito por governos, empresas privadas, pessoas diferentes como uma só bolacha, como se os mesmo que demitissem fossem o mesmo que reclamam da taxa de desemprego e que todos trabalhassem para o governo.

      Oficialmente estamos vivenciando o modelo econômico do neoliberalismo, o livre comércio e a livre concorrência. Isso é injusto com esses trabalhadores? Sim nesse ponto é, fizeram faculdade atoa. Mas o mundo não é justo ou injusto, ele é o que é. Tudo que resta a fazer é o que o ser humano faz de melhor se adaptar ao sistema e sobreviver, fazer outra faculdade e arranjar outro emprego.

      (A segunda opção seria mudar o sistema econômico atual, mas aí é outra história)

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