Taxas de extinção animal são exageradas, aponta estudo

Por , em 28.01.2013

A preocupação de que muitos animais estão se extinguindo antes que os cientistas sequer tenham a chance de identificá-los é exagerada, de acordo com um estudo feito pelo pesquisador Nigel Stork, da Universidade de Griffith (Austrália).

Stork disse que vários equívocos têm alimentado esse medo, e que não há nenhuma evidência de que as taxas de extinção estejam tão altas como alguns afirmam.

“Surpreendentemente, poucas espécies foram extintas, ao nosso conhecimento. Naturalmente, deve haver algumas espécies que desapareceram sem serem registradas, mas não tantas quanto pensamos”, disse.

Tarefa impossível

Segundo Stork, parte deste medo irracional vem do senso inflado de quantos animais existem no mundo e, portanto, da ideia de que esse número é grande demais para nós conseguirmos registrar todos.

“Estimativas modernas do número de espécies eucarióticas variam até 100 milhões, mas estimamos que existem cerca de 5 milhões de espécies no planeta (mais ou menos 3 milhões)”, conta Stork.

Além disso, há mais cientistas do que nunca trabalhando na tarefa de identificar espécies, ao contrário de uma crença comum de que estamos perdendo taxonomistas.

“Embora este seja o caso no mundo desenvolvido, onde os governos estão reduzindo financiamento, nos países em desenvolvimento o número de taxonomistas têm aumentado”, argumenta. “Em todo o mundo, existem agora duas a três vezes mais taxonomistas descrevendo espécies do que há 20 anos”.

Ainda assim, o desafio taxonômico global não deve ser subestimado. “A tarefa de identificar e nomear todas as espécies de animais existentes ainda é difícil. Há muito trabalho a ser feito”, disse Stork.

Essa não é a primeira vez que um estudo conclui que as estimativas de taxas de extinção são exageradas. Ano passado, um estudo publicado na revista Nature afirmou que os métodos para calcular as taxas de extinção de espécies animais têm “erros fundamentais” e superestimam em 160% os números reais. Como resultado destes erros, predições de 1980 diziam que, em 2000, metade das espécies da Terra iriam desaparecer.

Bom? Ruim? Não sabemos

Uma boa notícia para a preservação das espécies é que os esforços de conservação nos últimos anos têm feito um bom trabalho na proteção de algumas áreas-chave de biodiversidade.

Mas esse alívio pode ser de curta duração. “A mudança climática vai alterar drasticamente as taxas de sobrevivência de espécies, especialmente quando levamos em conta outros fatores, como excesso de caça e perda de habitat”, explica Stork.

Segundo ele, no momento não temos nenhuma maneira de saber quanto as taxas de extinção podem aumentar. “Mas uma vez que o aquecimento global ultrapassar a barreira de grau 2, nós podemos esperar mais perda de espécies. Com o aumento da temperatura, outros impactos ambientais levarão a extinções em massa”, conclui.[Science20, ScienceDaily]

1 comentário

  • Saprugo:

    A extinção de outras espécies acham que está exagerada, mas a Terra fervilhando de pessoas como uma lata de lixo cheia de larvas, isso ninguém acha exagero!!

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