Tecido de uretra criado com células naturais é considerado um sucesso

Por , em 21.03.2011

O primeiro tecido engenhado de tubos urinários, ou uretra, cultivado em laboratório usando as células dos próprios pacientes, foi considerado um êxito por médicos especialistas.

Os cirurgiões americanos usaram os tubos para tratar cinco meninos mexicanos com vias urinárias danificadas. Os meninos estão bem, e o enxerto reparou todos os seus defeitos.

O primeiro passo para a engenharia de substituição da uretra foi pegar uma pequena amostra de células da bexiga de cada um dos meninos, que tinham entre 10 e 14 anos e haviam sofrido lesões em acidentes.

A partir dessas amostras, os cientistas isolaram as células que eles precisavam para crescer a nova estrutura que expele a urina da bexiga.

Estas células, necessárias para fazer músculos e forros de tecido e de apoio, foram criadas e multiplicadas em laboratório por semanas até que estivessem abundantes o suficiente.

Então, foram colocadas sobre uma malha biodegradável, moldadas em um tubo e dimensionadas para “se ajustarem” perfeitamente ao paciente.

Após uma semana de incubação, para permitir que as células aderissem à malha, os enxertos cultivados em laboratório foram cirurgicamente transplantados para os pacientes.

Seis anos depois, os enxertos ainda estão perfeitos, funcionando exatamente como uma uretra normal nos cinco meninos.

Sem esse tratamento revolucionário, os garotos teriam precisado de um enxerto artificial que tem até 50% de chance de falhar, ou teriam de enfrentar uma vida de incontinência e infecções urinárias repetidas.

A mesma equipe já conseguiu “crescer” bexigas em pacientes. Agora, eles estão trabalhando para projetar mais de 30 tecidos diferentes para substituição de órgãos.

Quando um órgão ou tecido é irreparavelmente danificado ou destruído, nenhuma quantidade de drogas ou dispositivos mecânicos é capaz de recuperar 100% o paciente. Se o objetivo é a cura, então as terapias baseadas em células são a resposta. Segundo especialistas, as células vivas criadas em laboratório tem o potencial de curar grandes “necessidades médicas” da nossa geração, como cegueira, diabetes, insuficiência cardíaca, mal de Parkinson e derrame. [BBC]

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