Touchscreens do McDonald’s estão cheios de cocô: relatório
Não é muito comum no Brasil, mas nos EUA e em outros países, o McDonald’s e outras redes de fast-food costumam ter dispositivos touchscreen para que os consumidores agilizem seus pedidos e seus pagamentos através do autoatendimento, o famoso self-service. Mas o que, a princípio, parece uma ideia prática que ajuda a vida das pessoas, pode ser uma armadilha anti-higiênica.
Em uma pesquisa recente realizada pelo jornal britânico Metro, em colaboração com a Universidade Metropolitana de Londres, os pesquisadores descobriram matéria fecal em todas as telas que testaram em oito restaurantes diferentes do McDonald’s no Reino Unido – seis deles em Londres e dois em Birmingham, a segunda maior cidade do país. Todos continham coliformes, que são bactérias encontradas no trato digestivo e nas fezes.
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Segundo Paul Matewele, professor sênior de microbiologia da Universidade Metropolitana de Londres, o contágio nestes casos começa no rosto. “Começa ao redor do nariz das pessoas, se elas tocam o nariz delas com os dedos e depois os transferem para a tela sensível ao toque, outra pessoa pegará (a bactéria), e se ela tiver um corte aberto, então pode ser perigoso”, explica ele ao Metro.
Ameaças à saúde
Uma amostra de uma das telas também testou positivo para Staphylococcus aureus, uma bactéria que pode causar infecções de pele, intoxicação alimentar e, ocasionalmente, condições até mesmo mais graves, como envenenamento do sangue e síndrome do choque tóxico.
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“Ficamos surpresos com a quantidade de bactérias intestinais e fecais que havia nas máquinas touchscreen. Isso causa o tipo de infecção que as pessoas pegam nos hospitais.
Por exemplo, Enterococcus faecalis faz parte da flora dos tratos gastrointestinais de humanos saudáveis e outros mamíferos. É notório nos hospitais por causar infecções adquiridas no hospital”, diz Matewele.
Outra bactéria encontrada pelo estudo foi a Listeria, causadora da listeriose, que pode levar a abortos espontâneos e bebês natimortos em mulheres grávidas. “Listeria é outra bactéria rara que ficamos chocados ao encontrar em máquinas touchscreen, pois pode ser muito contagiosa e um problema para aqueles com um sistema imunológico fraco”, aponta Matewele. Outro risco para a saúde encontrado foi a bactéria Proteus, descoberta em três quartos das telas: ‘Proteus pode ser encontrado em fezes humanas e animais. Também é amplamente distribuído no solo. Pode causar infecções do trato urinário e é também uma das infecções hospitalares adquiridas, podendo ser responsável por septicemia”, alerta o especialista.
“A tecnologia touchscreen está sendo usada cada vez mais em nossas vidas diárias, mas esses resultados mostram que as pessoas não devem comer logo após tocá-las. Elas são anti-higiênicas e podem espalhar doenças ”, disse Matewele ao Metro. “Alguém pode ser muito cuidadoso com sua própria higiene durante o dia, mas tudo pode ser desfeito usando uma máquina touchscreen uma vez”, aponta Matewele na matéria do Metro..
Segundo o jornal, um porta-voz do McDonald’s disse que os restaurantes limpam suas telas self-service com frequência ao longo do dia, mas, de acordo com Matewele, o desinfetante não deve ser forte o suficiente para matar todas as bactérias.
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O tamanho da amostra para o estudo foi muito pequeno – foram testadas as telas de oito dos 1300 restaurantes do McDonald’s no Reino Unido. Porém, descobrir que algo tocado por muitas pessoas o tempo todo é anti-higiênico não é exatamente uma surpresa. Botões de elevador, maçanetas e caixas eletrônicos são comprovadamente focos bacterianos – e muito outros lugares, alguns bastante inesperados, também. Se tocar em alguma dessas superfícies, lembre-se sempre de lavar as mãos. [Metro, Mental Floss, News Week]