Veja o que acontece quando agricultores comem comida industrializada por 2 semanas

Por , em 9.06.2016

Todo mundo sabe que comida processada não faz bem. Conservantes, excesso de sódio, gordura e açúcar são alguns dos culpados. Este novo estudo, porém, vai mostrar muito claramente o que esta dieta faz com o corpo humano, ao introduzir esta alimentação pela primeira vez em lavradores africanos que estão acostumados com tudo natural e fresquinho.

No experimento, pesquisadores pediram a 20 americanos acostumados àquela famosa alimentação com muito fast food e enlatados para trocar de dieta com 20 pessoas que moram na zona rural da África do Sul. A troca durou apenas duas semanas, mas os resultados são impressionantes.

Os africanos que passaram a ingerir alimentos processados apresentaram rapidamente uma brusca mudança em marcadores que indicam o risco de câncer de intestino e reto.

A boa notícia, porém, é que esses marcadores também diminuíram bruscamente nos americanos que adotaram a dieta natural. Ou seja, nem tudo está perdido para grande parte da população ocidental e para os 20 corajosos sul africanos que toparam entrar nesse experimento potencialmente suicida.

“Em apenas duas semanas, a mudança na dieta de composição ocidental para a dieta tradicional africana com bastante fibra e pouca gordura reduziu esses marcadores de câncer, indicando que provavelmente não é tarde demais para modificar o risco do câncer de cólon”, concluiu o autor principal do estudo, Stephen O’Keefe, da Universidade de Pittsburgh (EUA).

O estudo foi feito quando os pesquisadores observaram que americanos com descendência africana têm 13 vezes mais chance de ter câncer de cólon do que sul africanos da zona rural.

Eles já sabiam que o resultado apresentado era causado pela terrível dieta americana que contém pouca fibra e muita proteína animal e gordura, mas eles não sabiam quanto tempo depois da mudança de dieta seria suficiente para notar melhora nos marcadores.

Troca de dietas

dieta com muito fast food aumenta risco de cancer de intestino
Os voluntários dos dois países eram pessoas de meia idade. Elas foram supervisionadas de perto para que trocassem suas dietas. Enquanto os americanos ingeriram muita fibra e pouca gordura, os sul africanos comeram muito hambúrguer e batata frita.

Entre os marcadores de risco de câncer analisados pelos pesquisadores, estão a presença de bile e muco no cólon.

Pesquisadores estimam que até 33% dos casos de câncer de intestino podem ser evitados com mudança na dieta. Outro estudo conduzido em 2016 mostra que apenas cinco dias de dieta com muita gordura já mudam a forma que o nosso corpo processa a comida.

Por isso, deixe o hambúrguer para datas especiais e traga aquela fruteira que fica esquecida no canto da cozinha para o centro da mesa da sua família. [Science Alert, Nature]

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