O que a ciência sabe sobre jejum intermitente

Por , em 7.08.2018

Você provavelmente já ouviu falar de jejum intermitente, especialmente se está pensando em fazer dieta.

De fato, alguns estudos científicos têm apontado benefícios empolgantes do jejum intermitente. No entanto, a pesquisa nesta área ainda é incipiente. Isso significa que os resultados são promissores, mas as consequências de saúde a longo prazo ainda precisam ser melhor observadas.

Se você gostaria de tentar, dê uma olhada abaixo nos tipos de dieta com jejum intermitente que existem, e nos possíveis benefícios que você poderia colher. Mas lembre-se: o que importa é a sua saúde. Se o jejum não funcionar para você, não há nada de que se envergonhar. O corpo de cada pessoa funciona de um jeito. Também é uma boa ideia ter o acompanhamento de um profissional, como um nutricionista.

Os tipos de dieta com jejum intermitente

O conceito geral de jejum intermitente é o seguinte: você come basicamente o que quiser por um certo período de tempo (você deve evitar ter uma péssima dieta, do tipo “enfiar o pé na jaca”, é claro) e, por um determinado período de tempo, tenta não consumir nada além de água, chá, café preto e outros líquidos não calóricas.

Existem “planos” de jejum que podem atender melhor às suas necessidades, seu estilo de vida e seus objetivos.

Método 5:2

No “jejum 5:2”, você tem cinco dias para comer e dois dias para jejuar na semana. Nesses dois dias, você deve restringir sua dieta a 500 calorias diárias ou menos. Os dois dias também não precisam ser um logo após o outro, mas sim espalhados ao longo da semana para dar ao seu corpo tempo para se recuperar.

Método 16/8

No método “16/8”, você pode comer durante uma janela de oito horas todos os dias. Essa é uma rotina diária que requer que você jejue por 16 horas, o que inclui o tempo que você dorme. O período de tempo sugerido é esse, mas varia dependendo da pessoa. Algumas pessoas jejuam por 14 e comem por 10. Especialistas dizem que você pode fazer duas a três pequenas refeições durante o período de alimentação e ainda assim obter os benefícios, seja em jejum de 14 ou 16 horas.

Método comer/parar/comer

No método “comer/parar/comer”, você intercala um dia inteiro de jejum entre os dias de comer. Basicamente, você come normalmente por um período de 24 horas, e depois pelo próximo, jejua. É preciso fazer isso uma ou duas vezes por semana. Nos dias em que você jejua, é recomendado que você não coma nada além de líquidos não calóricos.

Método dos dias alternados

No método “dia alternado”, você torna o comer/parar/comer uma ocorrência rotineira. Essa é a forma mais extrema de jejum intermitente: você come um dia inteiro, jejua outro dia inteiro, come, jejua, e assim por diante. Alguns especialistas dizem que você pode ingerir 500 calorias nos dias de jejum, mas alguns participantes preferem não consumir nada além de líquidos não calóricos. Esta dieta não é recomendada para uso a longo prazo, devido ao fato de que você provavelmente ficará desconfortável e com fome a maior parte da semana.

Dieta do guerreiro

Por fim, a “dieta do guerreiro” é outra forma extrema de jejum intermitente, mas com um pouco mais de flexibilidade. É preciso jejuar por cerca de 20 horas por dia, mas não totalmente: você pode comer apenas frutas e vegetais crus, além de beber líquidos não calóricos. No final do dia, dentro de uma janela de quatro horas, você pode comer uma bela refeição. Essa estratégia tornou-se popular graças ao especialista fitness Ori Hofmekler, e baseia-se numa “dieta paleo” mais global.

Os possíveis benefícios do jejum intermitente

Confira o que os estudos descobriram até agora:

O jejum intermitente pode levar a um aumento do metabolismo

Quando você faz jejum intermitente, seu metabolismo atinge um pico, que não é apenas de curto prazo. Um estudo feito pelo Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Queen’s Medical Center no Reino Unido descobriu que o jejum pode melhorar sua taxa metabólica em uma média de 3,6%.

O jejum intermitente pode ajudá-lo a perder gordura

Um estudo de 2016 publicado no Journal Of Translational Medicine mostrou que oito semanas de jejum intermitente levaram a uma perda de gordura maior nos participantes, em comparação com os do grupo de controle.

O jejum intermitente pode ajudá-lo a combater doenças

Um estudo de 2007 publicado no American Journal of Clinical Nutrition descobriu que o jejum em dias alternados levou à prevenção de doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Também aumentou os níveis de produção de insulina e estimulou certos hormônios que levaram o corpo a ter um melhor combate a doenças.

O jejum intermitente pode promover o crescimento celular

Um estudo de 2010 descobriu que o jejum intermitente pode representar um meio simples, seguro e barato de promover uma resposta neuronal potencialmente terapêutica, a autofagia, que promove a sobrevivência das células em estresse metabólico.

O jejum intermitente pode reduzir a inflamação

O jejum intermitente pode reduzir a inflamação prejudicial no corpo, de acordo com um estudo de 2007.

O jejum intermitente pode levar a um aumento de potencial do cérebro

Um estudo feito em 2000 descobriu que o jejum intermitente pode aumentar o crescimento das células nervosas e aumentar a produção de certos hormônios no cérebro, que por sua vez pode ajudar a aliviar sintomas da depressão e aumentar a função cerebral.

O jejum intermitente pode levar a uma maior longevidade

Um estudo realizado em ratos mostrou que o jejum por alguns dias ou a cada dois dias levou a uma maior longevidade do que no grupo de controle. [ScienceAlert]

2 comentários

  • Lisandro Hubris @:

    Dieta do Sol

    Em 2015, os pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia descobriram que os ciclos de jejum prolongados, além de matar as células imunes velhas ou danificadas, e ajudar fazer com que o organismo crie células novas, e saudáveis.
    O jejum protege contra danos ao sistema imune, ativa a regeneração das células tronco, bem como, altera as células tronco do estado dormente para o estado de auto-renovação (isso explica alguns ao ficar doente perderem o apetite, e para de comer).
    Pois quando o organismo fica com fome por muito tempo, ele tenta poupar energia, e se desfaz das células imunes que não são necessárias, especialmente as que já estão danificadas.

    • Cesar Grossmann:

      Referência? (pode ser o título do trabalho e o nome do principal autor)

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