Você é tão belo(a) quanto pensa?

Em abril desse ano, a Dove lançou um vídeo que ganhou grande destaque na internet, intitulado Dove Real Beauty Sketches (“Rascunhos de Verdadeira Beleza Dove”), em que pessoas eram retratadas por um desenhista forense a partir de duas descrições: uma feita pela própria pessoa e outra por um estranho que interagiu com essa pessoa.

Ao comparar as duas versões, aquela feita a partir da descrição de um estranho era geralmente mais bonita do que a outra, mostrando que as pessoas tinham uma percepção errada de si mesmas e eram, na verdade, mais bonitas do que imaginavam. Contudo, a mensagem positiva da campanha talvez esteja em contradição com um fenômeno psicológico conhecido, chamado “auto-aprimoramento”.

Em artigo publicado pela Scientific American, o pesquisador Ozgun Atasoy explicou, citando diversos estudos, como as pessoas de modo geral têm uma autoimagem mais positiva do que a verdadeira, mas isso não é tão ruim. “A maioria de nós tende a pensar que é melhor do que realmente é – não só psicologicamente, mas em todos os aspectos”.

Um dos estudos mencionados por Atasoy foi realizado em 2008 por uma dupla de pesquisadores dos Estados Unidos e publicado no periódico Personality and Social Psychology Bulletin. Para analisar a autoimagem dos participantes, a dupla fotografou cada um deles e, no computador, criou duas versões (uma mais bonita e uma mais feia) da foto; em seguida, pediu que os participantes escolhessem, entre as três opções, qual era a original. A maioria escolheu a versão melhorada, e a rapidez da escolha serviu como evidência de que a pessoa “reconhecia” essa versão com mais facilidade (e, portanto, acreditava que era a original).

Quando repetiram o procedimento usando fotos de pessoas que os participantes haviam visto uma vez semanas antes, a maioria conseguiu escolher a versão não modificada – assim, o viés positivo era mais fraco quando se tratava de terceiros.
E o que estaria por trás desse viés positivo que temos em relação a nós mesmos? “A natureza adaptativa do auto-aprimoramento pode ser a resposta”, explica Atasoy. “Para uma pessoa, repassar a informação de que ela tem características desejáveis é benéfico em um ambiente social”. Contudo, mentir sobre nossas qualidades como forma de passar uma boa imagem tem pelo menos duas desvantagens principais: manter o disfarce pode ser desgastante (é preciso prestar atenção o tempo todo para não deixar “a máscara cair”) e, além disso, há o risco de a pessoa ser descoberta e passar a ser mal vista.

“Como no auto-aperfeiçoamento as pessoas realmente acreditam que têm características desejáveis, elas podem se promover sem precisar mentir”, explica o pesquisador. Com isso, podemos transmitir mais confiança e, com o passar do tempo, realmente desenvolver essas características que pensamos ter.
“A premissa da Dove está errada”, diz o autor. “Mas pensar que somos mais bonitos do que realmente somos pode não ser algo tão ruim”.[Scientific American, Personality and Social Psychology Bulletin]
21 comentários
tenho 2 caras, usando o termo do filme Batman, ha dias que estou ( eu acho) bem , feiçao legal, olhos brilhando etc…ha dias qe so p Deus.
Por isso que me odeio em fotos e vídeos? Sempre vejo um monstro do pântano nelas.
idem …
Realmente é complicado!
não fofa, não tá errado não. O título veio como uma pergunta para você responder.
(O antigo título era “você é menos bonito(a) do que pensa”. O título não estava errado, mas tinha gente que não lia todo o texto e pensava que estava errado)
Minha mãe, minha e vó e minhas tias dizem que sou lindo. Então devo ser…
E acredito, com base num conhecimento que parte das minha próprias observações (puro empirismo mesmo), que quando a gente está embriagado, esse aperfeiçoamento da autoimagem e essa ideia de que somos bons em determinadas práticas é potencializado em um trilhão de vezes, o que via de regra nos coloca em situações bastante embaraçosas, como por exemplo, dançar ridiculamente, cantar uma música sem saber a letra (e ainda desafinados) e acreditar que a mulherada está olhando para gente o tempo todo quando isso passa longe da verdade… Rsrsrs
Israel, toque no que eu escrevi e leia o texto
(Sobre esse texto, eu não achei ele com uma verdade 100% não, acho que conseguimos sim perceber quando tem gente afim da gente)
Você não está sozinho, Luis Mendes.
Pois é…
Cruel kkkk
O ruim é que só nasce uma vez, se deu sorte para nascer bonito você se deu bem, agora se nascer feio…
Acho que isso depende muito da autoestima da pessoa. Se uma pessoa crescer ouvindo que ela é feia, mesmo que ela seja bonita, quando olhar em um espelho vai ver algo feio, com defeitos que provavelmente nem estão lá. Acho que a única coisa que se pode tirar desses estudos é que você não é o que pensa, ou vê. E provavelmente nunca vai ser. Se você é melhor ou pior do que acha, aí é difícil saber.
Pois é…
Andei notando a minha inclinação de me considerar melhor do que sou em muitas coisas,como por exemplo tocar violão,desenhar..A princípio pareceu injusto eu não ser perfeita no que faço.Porém com bastante reflexão aceitei o fato cruel.rs
O título está errado, a matéria explica que você é mais bonito do que imagina, e não menos.
Na verdade não meu amigo, você só prestou atenção no começo da matéria. A campanha da Dove tinha uma mensagem positiva, Contudo, a mensagem positiva da campanha talvez esteja em contradição com um fenômeno psicológico conhecido, chamado “auto-aprimoramento”.
Se você tivesse lido até o final você perceberia que o título está certo.
Leia tudo antes de comentar algo.
Sylvio, acho que você se equivocou na leitura: a matéria explica que você (pessoas em geral) tende a se considerar mais bonito do que realmente é. O título, portanto, estava correto
😐
Tô lascado mesmo, já me achava feio. 😐
somos dois kkkk
hahaha ! vc não está sozinho nesse barco, amigo… relaxe.
Bem vindo ao clube! Somos muitos!