Cientistas descobriram o segredo egípcio para mover as enormes pedras das pirâmides

Por , em 6.05.2014

A questão de como uma civilização antiga, sem a ajuda da tecnologia moderna, moveu pedras de 2,5 toneladas que compunham suas famosas pirâmides tem há tempos afligido os egiptólogos e engenheiros mecânicos. Agora, uma equipe da Universidade de Amsterdã (Holanda) acredita que encontrou a resposta – e que a solução estava bem debaixo do nosso nariz o tempo todo.

Tudo se resume ao atrito. Os antigos egípcios conseguiam transportar sua carga rochosa através das areias do deserto, da pedreira até o local do monumento, usando grandes trenós. Trenós muito básicos, inclusive. Fundamentalmente, eram apenas grandes chapas com bordas viradas para cima.

Quando você tenta puxar uma grande chapa com as bordas viradas para cima carregando uma carga de 2,5 toneladas, ela tende afundar na areia à sua frente, construindo, assim, uma barreira que deve ser desobstruída regularmente antes que possa se ​​tornar um obstáculo ainda maior.

No entanto, isto não acontece com a areia molhada. Na areia com a quantidade certa de umidade, pontes – essencialmente microgotas de água que ligam grãos de areia uns aos outros – se formam através dos grãos, o que dobra a rigidez relativa do material. Isso impede que a areia deslize da frente do trenó, se acumulando nas laterais, e reduz pela metade a força necessária para arrastar o trenó. Repito: pela metade.

Um comunicado da instituição holandesa explica que os físicos colocaram uma versão de laboratório do trenó egípcio em uma bandeja de areia. Eles determinaram tanto a força de tração necessária quanto a rigidez da areia como uma função da quantidade de água na areia. Para determinar a rigidez, utilizaram um reômetro, que mostra quanta força é necessária para deformar um certo volume de areia.

Os experimentos revelaram que a força de tração exigida diminuía proporcionalmente à rigidez da areia. Ou seja, um trenó desliza muito mais facilmente sobre o deserto de areia firme, simplesmente porque a areia não se acumula na frente dele como faz no caso da areia seca.

Estas experiências serviram para confirmar o que os egípcios claramente já sabiam e o que nós provavelmente já devíamos ter descoberto. No túmulo de Djehutihotep, encontrado na Era Vitoriana, uma obra de arte descreve uma cena de escravos transportando uma estátua colossal do governante do Império Médio e, nele, um homem na frente do trenó é retratado derramando um líquido na areia. Você pode vê-lo na imagem acima, à direita do pé da estátua.

Agora podemos finalmente colocar esta caçada científica de lado e no concentrarmos em como as pedras de Stonehenge foram parar lá. [USA Today, Gizmodo, CBS News]

20 comentários

  • Luciano Vieira:

    A era levinho uma pedra daquelas moleza cara….
    Va lah e arraste umas pra nos que eu ranco minhas duas maos.

  • Edson Aurélio Hudson:

    A afigura mostra uma estátua pesada que deve ter sido usada para este método mas para as pedras deve ter havido um canal ou uma estrada.

    • Cesar Grossmann:

      E você afirma isso baseado em… ?

    • Edson Aurélio Hudson:

      Eu não afirmei nada.

    • Cesar Grossmann:

      Afirmou sim, Edson. Você disse que tem que ter um canal ou uma estrada.

    • Edson Aurélio Hudson:

      Eu disse deve ter havido, mas olhando melhor me expressei mal, quis dizer talvez aja outras alternativas para pedras menores.

  • Darley Vieira Lages:

    A 40 anos um engenheiro civil americano descobriu que as pedras das pirâmides são uma massa calcárea retirada do Nilo. Não são rochas.

    • Cesar Grossmann:

      Isto vai contra o que geólogos descobriram. Eles sabem até mesmo as pedreiras de onde saíram as pedras das pirâmides.

  • Adilson Ensina:

    Pelo que entendi eles conseguiram arrastar as pedras. mas não esta claro como ergueram as pedras.

    • Cesar Grossmann:

      Uma das hipóteses é que a estrutura externa fazia parte de um plano inclinado em espiral. De qualquer forma, devia ter um plano inclinado.

  • Roberto Crespim:

    Eles esqueceram de mencionar o seguinte calculo, tempo da construção de 23 a 30 anos. Total de blocos +/- 2.300.000. Peso médio por bloco 2,5 toneladas. Num calculo rápido foram colocados por ano 76.666 blocos (2.300.000/30). Por mês 6.389 blocos (76.666/12). Por dia 213 blocos (6.389/30). Por hora 8 blocos de peso medio de 2,5 toneladas cada. Isso considerando um trabalho de 24h ininterruptas pelos 30 anos. Pode isso Arnaldo?

    • Marcelo Ribeiro:

      E de onde você acha que veio o termo “faraônico”?

    • Cesar Grossmann:

      Supondo 12 horas de trabalho por dia, 365,25 dias por ano, por 30 anos, dá 131.490 horas de trabalho, dividindo os 2,3 milhões de blocos por estas horas, dá 17 a 18 blocos por hora. Mas a taxa de deposição de blocos pode ser diferente, conforme a altura em que você está construindo a pirâmide: mais blocos podem ser depositados no ínicio.

  • Eric M. Souza:

    Putz, os egípcios deixaram até um manual de instruções e não nos demos conta.

    • Cesar Grossmann:

      Todo mundo estava procurando por algo extraordinário, acabaram deixando escapar o simples e ordinário.

    • Susy Guedes:

      KKKK!!! Isso me lembra o quanto a geração atual não presta atenção. Parece que faz sentido a frase de desabafo dita quando alguém não compreende uma instrução: “Nem desenhando!…”

  • Kleber Rebouças:

    Esses cientistas… sempre estragando a beleza de teorias como a de Erich von Däniken (Eram os Deuses Astronautas). Eu adorava imaginar os extraterrestres com suas avançadas tecnologias dando ordem aos egípcios… Droga, cientistas!

    Mas espera: como que naquele calor infernal poderiam jogar água na arei quente? Ela não seria imediatamente absorvida e/ou evaporada?

    Peguei vocês, hein? Quero ver responder essa!

    • Cesar Grossmann:

      Depende quanta água você está falando. Um dedal? Um balde? Um barril? Um caminhão pipa?

      Se você largar pouca água, ela evapora rapidamente, e esfria um pouco a areia. Se largar mais água, ela não vai mais evaporar tão rapidamente, e vai esfriar mais areia.

      Deve ter uma quantia de água que esfrie a areia a ponto dela não mais evaporar a água.

      Quanto a ser absorvida, existe também a capilaridade entre os grãos, ou seja sempre vai ter água que não vai se espalhar, que vai ficar presa entre os grãos. O problema mesmo é a evaporação.

  • hrmonteiro:

    Transportar é uma coisa, mas como IÇARAM os blocos? Essa é a questão!! Aliás, como cortaram com perfeição de laser?

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