Nós devemos salvar todas as espécies ameaças de extinção?

Por , em 12.09.2012

Recentemente, a Sociedade Zoológica de Londres (SZL) lançou o relatório “Priceless or Worthless?” (“Inestimável ou Inútil?”, em tradução livre) com o nome de 100 animais, plantas e fungos mais ameaçados de extinção.

Cinco espécies brasileiras estão nessa lista: um macaco da Floresta Atlântica, um pássaro da Chapada do Araripe, no Ceará, um roedor e duas borboletas.

O relatório, feito por mais de 8 mil cientistas, identifica as ameaças que cada espécie enfrenta e como seus problemas podem ser resolvidos.

Jonathan Baillie, diretor de conservação da SZL, afirma que as espécies do relatório foram escolhidas por não terem benefícios óbvios aos seres humanos e, por conta disso, serem facilmente desprezadas. Segundo ele, permitir que espécies desapareçam levaria a “uma situação em que não temos o suficiente” em termos de espécies.

“Os movimentos de conservação e doadores estão cada vez mais tendendo a uma abordagem utilitária, na linha ‘o que a Natureza pode fazer por nós’, na qual as espécies e habitats são valorizados e priorizados pelos serviços que fornecem ao homem. Embora isso seja importante, conservação é mais que isso. Estas espécies têm o direito de sobreviver ou nós temos o direito de levá-las à extinção?”, argumenta Baillie.

Ele assegura que, se os humanos tomarem ações imediatas, as espécies terão chances de lutar pela sobrevivência. “Mas isso requer que a sociedade apoie a posição moral e ética de que todas as espécies têm direito de existir”, afirma.

Baillie ainda diz que, como temos a capacidade de reverter essa situação, é nosso “imperativo moral” fazê-lo. Porém, críticas já surgiram a esse pensamento.

Segundo a cientista Sarah Chan, vice-diretora do Instituto para Ciência, Ética e Inovação da Universidade de Manchester (Reino Unido), a ideia de que todas as espécies têm o mesmo direito de existir faz tanto sentido quanto acreditar que devemos trazer de volta os dinossauros e dodôs (pássaros extintos).

Chan desafia a crença de que todas as espécies devem ser preservadas/salvas. “Quando falamos que todas as espécies têm o mesmo direito de existir, queremos dizer apenas todas as espécies que existem atualmente? E as espécies que já foram extintas? Se pensarmos que todas as espécies têm o mesmo direito de existir, nós temos uma obrigação igual de ressuscitar espécies extintas”, opina.

E você? O que pensa disso?[Telegraph 1 e 2, OPovo, Terra]

Veja a lista completa de espécies ameaças (por nome científico) aqui.

23 comentários

  • Frank Oddermayer:

    No ano zero do calendário gregoriano havia em torno de 100 milhões de seres humanos. Se a raça humana tivesse um mínimo de juízo e mantido essa mesma quantidade até hoje, o mundo estaria salvo e muito melhor, sem ecoterrorismo.

    • Duda Weyll:

      Duvido muito, o que fez o homem sobreviver às pragas durante esses séculos foi a superpopulação e a excelente distribuição geográfica. Sem falar que uma população com controle de natalidade rigoroso tende a ser muito idosa, ou seja, teríamos 1 jovem trabalhando pra sustentar 1000 idosos – haja previdência social… Acredito que poderíamos nos distribuir melhor, povoar ambientes com consciência, não nos abarrotar em cidades gigantes: esse processo é muito pior, esgota os recursos naturais da localidade e procura por novas localidades pra abastecer a localidade já esgotada, ou seja, alastra-se como um vírus matando um organismo.

    • Dinho01:

      Então devemos encarar a decisão lógica de adiar a idade para aposentadoria.Se hoje existe a possibilidade real das pessoas chegarem aos 100 anos,não se pode mais bancar a aposentadoria de alguém aos 50 e poucos anos.

    • Cesar Grossmann:

      Ou adiar ao máximo a idade em que nasce o primeiro filho.

      No ano zero do calendário gregoriano a expectativa de vida do ser humano era, em média, quanto? 25 anos? 25 anos? A idade em que as mulheres tinham o primeiro filho era quanto, 12 anos? E as que sobreviviam para ter o segundo filho, tinham quantos, em média? 10 filhos? Quantos chegavam à idade adulta?

  • Henrique Telles Dos Santos:

    cara,quantos animais nem eu nem meus filhos ou netos não verão como o tilacino o dodo ou o auroque,esses animais q eu citei foram extintos pelo homem,o pássaro ameaçado do araripe é o soldadinho e o muriqui é o primata mais ameaçado do brasil eu já vi um muriqui mas nunca vi um soldadinho e tenho medo pois eu posso não ver essa espécie maravilhosa,eu tenho uma certa “raiva do homem’por não respeitar esses seres q precisam da nossa proteção,leis mais duras para o desmatamento a caça e o trafíco podem salvar esses animais

    • Cesar Grossmann:

      E se todo mundo quiser “ver” o soldadinho e o muriqui, estas espécies vão entrar em extinção. Por que para “ver” eles, só visitando o animal no seu habitat, ou em zoológico.

  • Jailson Joventino:

    certo processo natural, mas tambem o processo feito pelo homem e esse deve ser evitado.

  • Cesar Grossmann:

    Será que as espécies tem o direito de extinguirem-se?

    • Jailson Joventino:

      pois é, e se por algum motivo for concequencia do homem claro que tem obrigação de reparar.

  • W.Bento:

    Caro Lisandro, essas tantas milhões de espécies quer vc falou surgiram e foram extintas por vários fatores,entre eles assim porque a propria natureza o fez,não que seje questão de adaptação e sim por competição entre espécies,hoje pode-se se dizer em uma biodiversidade controlada,e onde cada ser vivo em seu nicho ecológico interado com outros organismos tem disponibilidade de recursos, que em outra época não tinha,hoje sim,quem pode causar alguma extinção é o ser Humano e planeta se encontra na situação dos dias de hoje por ações antrópicas, e quero ver que novas espécies é essas que vc fala adaptar e/ou surgir nos dias de hoje, estou falando do ser vivo, então temos que pensar não só em nós, mas sim ter uma visão holística que envolva todo o ser vivo, o paneta terra não é exclusividade nossa,nós sim é que temos que aprender adaptar e respeitar o espaço de cada ser vivo.

  • Jairo R. Morales:

    Na minha modesta opinião, uma vez que nós seres humanos somos culpados – direta ou indiretamente – pelo risco de extinção de algumas espécies, temos a obrigação de fazer o que for possível para salvar a vida dessas criaturas.

    Não sou contra a idéia de trazer espécies extintas à vida: É verdade que talvez seja impossível readaptar elas no meio ambiente, mas sempre seria possível mante-las em cativeiro para estudo ou admiração das gerações futuras.

    • Murilo Mazzolo:

      É isso mesmo cara!!! se teve interferência dos Humanos na Vida das espécies, é Mais que dever recuperá-los!!!

  • Duda Weyll:

    Preservação ambiental parece que migrou do princípio de autopreservação para o princípio de compaixão entre espécies, cansei de ler juvenis revoltados com “a raça humana” em discursos que estão mais carregados de paixão do que de razão. A parte mais engraçada disso tudo é quando um infanto-juvenil de classe média, que consome energia elétrica gerada de fontes sujas e vive e contribui para o estabelecimento do pardieiro que são as megalópoles sendo um fragmento para o microclima e microambiente caótico dos mesmos, critica através da internet um matuto que comeu um macaco no meio do mato pq estava com fome.

    • Saprugo:

      Cada um defende o que quer, vc quer ser um ególatra antropocêntrico especista que defende que o homem deve escravizar, dominar, matar, usar, abusar e mais um pouco de todos os seres vivos da Terra? Que seja, faça da sua vida o que você quiser, assim como quem quiser defender o meio ambiente e os animais e não ser um hipócrita que se acha acima do bem e do mal, não é a tua raivinha que vai impedir! Cansou de ler, muito simples: não leia! Felizmente boa parte desses “juvenis revoltados” se tornarão ativistas e protetores!

    • Duda Weyll:

      Só provou o que eu disse, foi mais apaixonado do que racional… Eu não sou hipócrita, tanto que não comentei uma opinião de lugar comum aqui, disse o que sinto sobre esse excesso de preciosismo. Se quer perder seu tempo salvando tartarugas e hipopótamos, eu não tenho nada a ver com isso, vai lá e os salve, mas salve, não vomite a salvação só por vomitar na internet sem fazer P nenhuma (isso sim é hipocrisia: entendeu o que quis dizer acima?).

    • Saprugo:

      E você se acha muito racional não percebendo o câncer que o homo sapiens é para o planeta Terra? É muito natural que quem se preocupa com as outras espécies façam comentários carregados de raiva sobre o desprezo da humanidade quanto ao meio ambiente e os animais. Sei que é difícil para um especista ególatra, defensor da multiplicação da praga humana e de sua tirania sobre todas as outras espécies admitir isso, mas force um pouquinho a mais seus neurônios, e ainda que contrariado, você verá que é verdade. O que você sente sobre o excesso de preciosismo com a vida das outras espécies, é apenas seu instinto (nada racional) primitivo de preservação da SUA espécia falando mais alto, em detrimento de todo o resto. Se tiver ao meu alcance salvar não só tartarugas ou hipopótamos, mas qualquer outro ser vivo ameaçado pela crueldade humana, é certo que o farei, como já o fiz, então aguenta meu vômito! Além de que, a minha parte para não estragar mais ainda o planeta estou e continuarei fazendo, e o que faço é muito mais efetivo e importante do que salvar um animal: não como carne, e não vou ter filhos para alimentar o tumor da humanidade com mais células! E você? Faz o que? Criticar quem faz algo? Agora hipocrisia mesmo é não admitir a me*da que a própria espécie faz, só por pertencer à mesma. Acima de ser um homo sapiens sou uma pessoa, não preciso agir como um indivíduo de uma colônia de formigas de correiçao, e nem sou obrigado a concordar com o modo de vida da minha espécie.

  • José Marcello Vertemati Pinto:

    Extinções são um processo totalmente normal e natural, é a própria base da evolução. O que devemos fazer é parar de matar animais por pura diversão ou caça ilegal.

  • Daniel Caparros:

    Minha opinião é que as espécies que devem ser preservadas são espécies afetadas pela ação humana. Espécies naturalmente em via de extinção não devem ser preservadas, entretanto deve ser difícil de discernir entre esses dois tipos de extinção

  • Carlos Wagner:

    Para alguns, apenas vacas, porcos e frangos deveriam existir, além do homem, claro.

    • Jailson Joventino:

      pois é amigo, quem deveria ser extinto era o homem egoista.

    • jodeja:

      Não concordo, Carlos Vagner, todos têm o direito de viver. Não temos o poder de criar, logo, não temos o direito de matar nenhum irmão, para comer. Deveríamos comer apenas os vegetais.Não gostaríamos que chegasse aqui na terra uma raça, tecnologicamente muito superior a nós e de nós se alimentasse, certo? Aquela lei de Newton, (toda ação cria reação igual…) é válida em todo o Universo e em qualquer circunstância, ou não é?

    • ediwanuerj .:

      Devíamos comer só os vegetais? eles também não têm o direito de existir??? Uma cebola tem 60% do DNA igual ao nosso, e por isso não poderia ser diferenciada de uma vaca, por exemplo, no sentido de alimentação. “Mas as plantas não sentem, não sofrem…” jura??? Que eu saiba, a grama mordida libera uma mensagem química para as outras gramas em redor, que ficam tóxicas para o boi.
      Temos que esbanjar? Não. Porém, eu assumo meu lugar na natureza como predador onívoro, sabendo que devo preservar, não porque seja dever moral, mas porque eu não quero degradar meu ambiente e ser extinto no processo.

    • Cesar Grossmann:

      Eu sou a favor de se usar de uma ética para o consumo: pegar apenas o necessário, causar o sofrimento mínimo, e minimizar ao máximo o impacto de nossas ações.

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