12 coisas que você provavelmente não sabia sobre o parto humano

Por , em 6.08.2014

Tem coisas que simplesmente não são ensinadas na escola, como esses doze fatos sobre o parto humano:

12. Seu parto poderia ter sido auxiliado por força centrífuga

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Na década de 1960, os inventores Charlotte e George Blonksy desenvolveram um “aparelho para facilitar o nascimento de uma criança por força centrífuga”. O dispositivo foi concebido para ser “auxiliar e complementar”, ou seja, a força centrífuga e os esforços naturais da mãe, que estaria amarrada no aparelho, agiriam em conjunto para facilitar o parto da criança. Benditamente, o aparelho não fez muito sucesso.

11. Depressão pós-parto não é sempre depressão nem pós-parto

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Quanto mais pesquisas são feitas na área, mais os cientistas sugerem que a doença mental que atinge novas mães não só é mais comum do que se acreditava, como também mais variada. Ela não ocorre somente nas semanas imediatamente após o parto; pode ocorrer quando as mulheres ainda estão grávidas. Além disso, os sintomas não são limitados aos de depressão.

No primeiro ano após o parto, os estudos sugerem que pelo menos uma em cada oito e tanto quanto uma em cada cinco mulheres desenvolvem sintomas de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo ou uma combinação desses sintomas.
É difícil prever quais mães são mais propensas a desenvolver estas doenças. Enquanto estudos estão revelando pistas sobre quem é mais vulnerável, muitas vezes há casos que parecem “surgir do nada”.

De acordo com Katherine L. Wisner, professora de psiquiatria e obstetrícia da Universidade Northwestern (EUA), a depressão durante a gravidez pode passar desapercebida porque sintomas como dificuldade para dormir e mau humor também ocorrem em mulheres grávidas que não estão deprimidas.

O problema do diagnóstico também é agravado por preconceitos. “Os médicos, historicamente, têm sido ensinados na escola médica de que ‘as mulheres não ficam deprimidas durante a gravidez, porque estão felizes’”, afirma Wisner.

10. Bebês nascidos no espaço provavelmente teriam problemas

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Ratas grávidas que foram enviadas ao espaço dão à luz filhotes na Terra com um senso de direção prejudicado. Os pequenos ratinhos têm dificuldade com orientação básica e em adaptar-se quando são jogados na água. Os filhotes, no entanto, tendem a ser melhores no processamento de orientações comuns durante a ausência de peso, o que sugere que um bebê gestado e nascido no espaço poderia navegar mais fácil em ambiente de zero gravidade do que um nascido na Terra.

Vale lembrar que nem sequer sabemos se é possível engravidar no espaço – o esperma fica “louco” e faz coisas estranhas em ambientes gravitacionais diferentes do da Terra. No geral, há razão para acreditar que crianças criadas no espaço enfrentariam muitos desafios de desenvolvimento.

9. Parte do seu microbioma é adquirido durante o nascimento

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Cada pessoa é um ecossistema que abriga cerca de 100 trilhões de bactérias chamadas, coletivamente, de “microbioma”. Muitos dos micróbios encontrados no intestino de um bebê são adquiridos durante o parto, quando uma criança é exposta aos ambientes ricos em micróbios da vagina e intestinos de sua mãe.

8. Mas o microbioma também pode começar a tomar forma antes de você nascer

LIFE-GENDER

Antes, assumia-se que os fetos se desenvolviam em um útero estéril e ganhavam seus primeiros inquilinos bacterianos durante o nascimento, após a exposição às comunidades microbianas da mãe. Mas, na última década, vários estudos têm desafiado o conceito do ventre estéril. Cada vez mais, os cientistas suspeitam que as mulheres “alimentam” seus fetos com populações bacterianas antes do nascimento, já durante a gravidez. Os meios de transmissão bacteriana, a composição dessas populações e o grau em que o microbioma de um feto pode ser alvo de manipulação são pouco compreendidos.

7. A placenta é muito parecida com sua boca

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Uma prova de que os fetos podem adquirir bactérias no útero foi a descoberta de que o DNA de uma variedade de microrganismos pode ser encontrado em placentas de mulheres grávidas saudáveis. O que é curioso é que, quando os pesquisadores compararam os microbiomas da placenta de mulheres grávidas com os da pele, da boca, do nariz, do intestino e da vagina de mulheres que não estavam grávidas, eles descobriram que o da placenta mais se assemelhava ao da boca.

6. O primeiro dia de vida de um bebê é o mais arriscado

Fingers Of Newborn Baby
Apenas 1% das mortes de recém-nascidos do mundo ocorrem nos países industrializados. Ainda assim, o período de recém-nascido é o momento de maior risco para mortes, não importa onde o bebê nasça, com o primeiro dia de vida sendo o mais arriscado de todos na maioria, se não em todos, os países. Os Estados Unidos têm a maior taxa de morte no primeiro dia de vida no mundo industrializado. Estima-se que 11.300 recém-nascidos morram a cada ano por lá, no dia em que nascem. Isso é 50% maior do que todos os outros países industrializados combinados.

Aqui no Brasil, as mortes de recém-nascidos (bebês com até 28 dias de vida) são maioria nas estatísticas da mortalidade infantil. Enquanto os óbitos de crianças de até um ano caíram 54% entre 1990 e 2008, os de recém-nascidos caíram apenas 36%.

5. Os partos estão ficando mais seguros para as mães no Brasil

Woman Giving Birth
De acordo com dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil registrou uma queda de 43% na proporção de mortes de mulheres vítimas de complicações durante a gravidez ou parto entre 1990 e 2013, em linha com a redução da mortalidade materna no mundo.

Embora o risco da mulher morrer durante o parto ou gravidez seja superior nas regiões mais pobres do globo, mesmo países considerados ricos como os EUA podem estar atrás nesse quesito. Ele é um dos únicos oito países que têm visto um aumento na mortalidade materna, junto com Afeganistão, Belize, El Salvador, Guiné-Bissau, Grécia, Seychelles e Sudão do Sul. Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, Romênia, Kuwait, Líbano, Irã e Sérvia têm todos taxas mais baixas de mortalidade materna do que os EUA.

4. Parto é algo surpreendentemente arriscado

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O parto é de alto risco para mamíferos em geral, mas é especialmente perigoso para os seres humanos. As restrições da pelve humana, que é muito estreita como uma compensação evolutiva que nos permite andar sobre duas pernas, combinadas com as cabeças excepcionalmente grandes dos bebês humanos tornam o nascimento humano especialmente difícil e, portanto, arriscado em comparação ao de outros animais.

3. Islândia é o paraíso do parto humano

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A Islândia não é somente o lar de vistas deslumbrantes e auroras impressionantes; é também o lar das taxas de mortalidade materna mais baixas do mundo, de apenas 2,4 mulheres a cada 100.000.

2. O parto humano é excepcionalmente longo e doloroso

Baby at NHS maternity ward
Para acomodar bebês de cabeça grande, o colo do útero de um ser humano tem que dilatar muito – cerca de três vezes mais do que o de macacos, por exemplo. Não só essa dilatação cervical exige mais tempo, como suas fases posteriores também são mais dolorosas. O início da dilatação não oferece muito desconforto, tanto que muitas mulheres relatam se sentir perfeitamente bem e continuam com suas vidas diárias normalmente. É mais adiante, no parto, conforme o corpo se prepara para soltar o bebê e o colo do útero dilata 8, 9 ou mais de 10 centímetros de diâmetro que os seres humanos experimentam mais dor.

1. Em um ponto na vida, você se pareceu com isso

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Em 2011, pesquisadores foram capazes de registrar a formação do rosto de um bebê usando imagens feitas entre o segundo e o terceiro meses de desenvolvimento fetal e combinando-as nessa animação que você vê acima. Um pouco assustador, mas naturalmente incrível. [io9, BBC, Terra]

1 comentário

  • nahumpereira:

    Olá, Natasha! No item 11, “Depressão Pós Parto”, sugiro que corrija a palavra “desapercebida”. O certo seria “despercebida”. As duas palavras existem e não significam a mesma coisa. Parabéns pela matéria.

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